O governo Jair Bolsonaro não desistiu das privatizações, como dizem alguns, diante da saída do “privatizador” Wilson Ferreira do comando da Eletrobras.
É que entre privatizar a empresa elétrica e conservar uma base no Congresso, Jair Bolsonaro decidiu-se, óbvio, pela segunda hipótese.
O exemplo do Amapá deixou os deputados dos estados do Norte do país – e alguns do Nordeste – de cabelo em pé pelas consequências políticas que lhes poderiam advir de privatizações no setor sem que haja – até pela falta de retorno rápido – motivação para investir em sistemas elétricos já em estado precário.
E, no caso do Nordeste, há a questão do controle da Companhia Hidrelétrica do São Francisco e, no de Minas, o de Furnas, ambas empresas com grande impacto no desenvolvimento econômico-social das suas regiões de atuação.
A privatização da Eletrobras, por si complicada, por mesclar negócios atraentes com outros deficitários e um acúmulo pesado de dívidas, nunca andou com rapidez e, agora, com uma equipe econômica que nem acertar um sorvete na testa consegue e pelo desinteresse em investir num Brasil que se afunda na crise, atolou de vez.
Isso não quer dizer que não haja quem compre – com preço de banana e condições favoráveis, aquilo que está pronto, amortizado e funcionando, como as refinarias da Petrobras.
Mas a margem de manobra do governo caiu bastante, com o esvaziamento ainda maior do já murcho Paulo Guedes, que dá a impressão de ter se tornado um Pazuello econômico, em alto grau de exílio.