Jair, o ímã de picaretas

Na sua coluna no site Os Divergentes, a colega Helena Chagas diz que Bolsonaro está revendo as contas do quanto ganha tendo se tornado o “Pai do Centrão”, por conta da explosão de casos de corrupção em obras irregulares e favorecidas com recursos federais e os ganhos político-eleitoral de ter o apoio desta turma. ao menos em Brasília (nas bases, sobretudo nordestinas, nem tanto).

“A esta altura, os planos se inverteram. Com a Lava Jato desmoralizada e o ex-presidente Lula com suas sentenças anuladas, quem vai ter que enfrentar o tema corrupção é Bolsonaro. O debate da semana é sobre o impacto disso em sua candidatura, e especialistas em pesquisas já apontam prejuízos com a perda do discurso anticorrupção.”

Se esta “perda” se dá entre os que admitem votar em Bolsonaro, concordo.

Mas que ela se dê entre os decididos a votar em Bolsonaro – e eles são quase todos os que respondem assim às pesquisas, duvido.

Nesta parcela, quando não é o fanatismo que a faz idolatrar um energúmeno – que eles creem ser um “messias”- nada mais cola em Bolsonaro. E se algo colar é, certamente, menor que o ódio que nutrem à esquerda e a Lula.

Esta gente está entregue a um “vale tudo” e, por isso, é tão perigosa.

Depois, convenhamos, Bolsonaro é um ímã para atrair picaretagens, desde os pastores das “ourações” do MEC até o despinguelado que recebeu auxílio emergencial e agora é o aparente organizador de “motociatas” do presidente. E, aliás, já deve estar reunindo “patrocínios” para a mais nova invenção: um jetskiceata, no dia 1° de maio, em Piracai, próximo a Atibaia (SP), chamada “Acelera para Cristo na Água”.

Este Brasil deprimente que forma o rebanho que se atraiu para a barbárie bolsonarista, – salvo poucas reses que dele se desgarrem – não pode ser convencido antes de ser vencido.

É preciso, se queremos devolver o país ao campo da civilização.

 

 

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