Janio de Freitas, na Folha, dá, no espaço que ainda tem, a sua coluna, duas informações que o jornal não considerou omportante destacar.
Uma foi a correria para validar, no prazo a MP do ajuste fiscal não por “responsabilidade”, mas porque ali estava “enxertado” o “Parlashopping” idealizado por Eduardo Cunha pela bagatela de R$ 1 bilhão, para que os deputados e servidores possam fazem compras sem sair do “trabalho”.
Ou, eventualmente, serem comprados.
A segunda foi a redução “de encomenda” na idade mínima de 30 anos para candidatos ao Senado, feita na medida para o jovem deputado paraibano Wilson Filho poder ser candidato à Câmara Alta em 2018, quando terá 29 aninhos, justamente o “desconto” dado pela modificação feita por outro filho, Rodrigo Maia, o de César.
Wilson, um defensor da maioridade penal reduzida, reduziu também, em causa própria, a maioridade senatorial, como descobriu a repórter Junia Gama, de O Globo, perdida em meio ao relatório-foguete encomendado por Eduardo Cunha a Rodrigo Maia.
Como se vê, o comércio de balcão não esperou o Parlashopping.
Reproduzo parte da coluna de Janio:
Caras do Brasil
Janio de Freitas, na Folha
(…)
Eduardo Cunha providenciou a inclusão, na medida provisória 668 sobre alíquotas do PIS-Pasep, da construção do shopping do Congresso. O Senado seguiu a Câmara e aprovou toda a MP. Mas Eduardo Cunha fica irritado quando essa sua obsessão é chamada de shopping e, pior ainda, já apelidada de parlashopping.
No entanto, é só isso mesmo. Uma obra que, sem ter projeto, já tem o custo calculado em R$ 1 bilhão, com gabinetes desnecessários e amplos como desejado pelos deputados, e lojas, lojas e mais lojas.
Duas imoralidades em uma: o contrabando do shopping na MP e a sua aprovação pela Câmara e pelo Senado, que aprovam, sob o falso nome de ajuste, medidas perversamente prejudiciais aos assalariados, aos aposentados, à Educação e à Saúde.
Diante da indignação que a presença e aprovação do shopping causou em alguns senadores, e prevenindo reação forte (que não houve) da imprensa, Renan Calheiros recorreu ao seu experiente escapismo: “Isso é da autonomia da Câmara”.
Não é verdade. Tanto que foi à votação do Senado. Onde Renan Calheiros contribuiu para o truque de votar a MP perto do prazo em que caducaria: se feita alteração no Senado, deveria voltar à apreciação pela Câmara, e ocorreria a extinção do prazo.
Em seu exaltado discurso contra o golpe do shopping e contra o próprio, disse o senador Jader Barbalho que “só falta uma medida provisória que inclua a construção de um motel”. Não haverá, talvez, porque é desnecessária: para a mesma finalidade são usados os gabinetes.
SEM MÁSCARA
Na hora da verdade, o chão do plenário da Câmara ficou repleto de máscaras de bem-intencionado. O PSDB e seu líder, Carlos Sampaio, deixaram cair 46 de uma vez com esses votos pela permanência do dinheiro de empresas para financiar candidatos –a velha causa da corrupção mais devastadora.
Entre as propostas de “reforma” ainda a serem votadas, uma pretende estapafúrdia redução da idade mínima para senador: de 35 para 29 anos. Só podia ser coisa de má-fé, mas o que seria? A repórter Júnia Gama descobriu.
Não lhe bastando prestar-se ao serviço de substituir o relator Marcelo Castro, destituído por não fazer o relatório como desejado por Eduardo Cunha, o deputado Rodrigo Maia se dispôs a outro serviço deplorável.
Como não chegará aos 35 anos para candidatar-se ao Senado nas próximas eleições, o milionário deputado paraibano Wilson Filho conseguiu que Rodrigo Maia proponha, como relator, a redução da idade mínima de governadores e seus vices, de 30 para 29. E no bolo inclua os senadores.
Rodrigo Maia (de Cesar Maia) é o apagado líder do fosco DEM. Deve ter recebido uma quantidade grande de argumentos para servir ao petebista paraibano.
7 respostas
O Congresso já é um híbrido de shopping e bordel, com todas as instalações necessárias para o desempenho das atividades inerentes a êles.
Se o aspecto bordel desborda as instalações existentes, necessitando de uma ampliação de tal calibre, A atividade sísmica do planalto central pode se tornar catastrófica.
Se os ‘velhos’ já fazem merda, imagina o que os juniores farão.O penico vai virar ourinol, urinol de ouro para os vendilhões. Pobre pátria mãe gentil.
PS: O severino Cavalcanti foi bem mais modesto que o Cunha. Ele tinha um rolinho com o restaurante do Congresso, se não me falha a memória.E o Cunha? 1 bilhão!!!! para um parlashopping.
Se até Jarbas Barbalho diz que isso é uma vergonha à classe política e ao parlamento Brasileiro pois virou uma casa de prostituição. Não podemos esperar nada desse parlamento com o rufião Cunha.
Repito o comentário que fiz em outro post que o tal shopping faz lembrar muito as lojas de “conveniência” do antigo regime soviético onde os membros do Comitê central, do antigo partido comunista, tinham artigos importados de luxo à disposição. Quem diria hein? Seu Cunha imitando os comunistas!!! Aliás as dachas também eram privilégio dos “evangelistas” do comunismo. Será que daqui a pouco não irão propor que o legislativo pague as dachas nas férias dos parlamentares et familglia em miami já que os 17 salários anuais ainda são insuficientes para manter a atividade parlamentar sem sacrificar muito os eleitos (dos deuses pelo visto!!!)?
Que se dirá então dos vendilhões do “templo”. Será que os seguidores do ancilostoma do cunha não estarão daqui a pouco propondo bancas de câmbio de favores nos templos evangélicos para evitar as escutas do fbi? Aleluia irmãos!!!
Pensem numa construção ao custo e tamanho de um Marana ou Mane Garrincha na região da Praça do Três Poderes?
Quando os coxinhas foram pra rua em 2013 quebrando tudo pelos 20 centavos, parecia o fim do mundo. Daquilo, uma Presidenta, depois reeleita, propôs Constituinte Exclusiva para a reforma política, foi derrotada. Mas atendeu, apesar de muito desgaste e humilhações dela e de seu partido, o PT, criou o Mais Médico, aprovou os Royalties do petróleo para a educação.
A crise recrudesceu e hoje foi preciso cortar e corrigir programas e direitos trabalhistas para por às contas em dia e recuperar a economia e a credibilidade.
E o que esse congresso e o judiciário propuseram ou fizeram pela nação?
Uma tragédia! !!!
E a Presidenta e que não presta!
pergunta de quem não sabe mesmo:
cabe ação popular para derrubar as medidas a serem tomadas?
É inacreditável. É impossível negar que a Câmara dos Deputados está sendo comandada por um predador não apenas do dinheiro público, mas também da dignidade política do parlamento.