Janio: quem dá ao ‘0017’ a licença para matar?

As tais “instituições” – Legislativo e Judiciário – que dizem “estar funcionando”(ainda que a maioria de seus integrantes esteja vivendo gozosos dias de recesso) não tê, mais o direito que esperar que a população entenda que, tanto como foram cúmplices da implantação do regime de selvageria que nos veio com Bolsonaro, estão sendo cúmplices de seus delírios genocidas ao não dizerem, alto e bom som, que ele deve ser impedido de continuar a praticá-los.

Assim mesmo, sem “mas” e “talvez”, nem considerações sobre a conveniência ou não de que tal ou qual lhe venha a ocupar o lugar. Os que pariram este Messias do Caos não têm direito a colocar condições para sua retirada, que se tornou questão de salvação nacional. Ou mais, até mesmo de respeito à humanidade.

Janio de Freitas, sem a maciez das conveniências aponta para isso: para quem ainda dá a Jair Bolsonaro a licença – e o poder – para matar os brasileiros como vem fazendo.

Carta branca para a morte

Janio de Freitas, na Folha

O ser imoral que atende por Jair Bolsonaro forçou o jornalismo a deseducar e endurecer a linguagem em referências ao governo e, ainda mais incisiva, sobre o intitulado mas não presidente de fato.

Com os assassinatos por asfixia cometidos pela incúria e o deboche no Amazonas; mais de 200 mil mortos no país entregue à pandemia e à sabotagem, e a patifaria contra a vacinação vital, mesmo a grosseria realista é insuficiente.

Nem a liberação dos chamados palavrões, feita pela Folha e O Globo há algum tempo, soluciona o impasse. Muitos as consideramos aquém do jornalismo e os demais ficariam expostos a inconvenientes legais.

A asfixia é reconhecida como uma das mais penosas formas de morte, acréscimo ao nosso horror com as mortes em campos de concentração nazistas, nas câmaras de gás para condenações passadas nos Estados Unidos, como nas perversões criminosas. Hoje, é aqui que essa morte terrível ocorre, vitimando doentes que tiveram a infelicidade preliminar de nascer no Brasil.

Bebês, 60 bebês, parturientes, operados, cancerosos, infartados, vítimas da pandemia, às centenas, milhares, desesperados pelo ar que os envolve e no entanto lhes falta. Todos diante da morte terrível, não pelo que os internou, mas de asfixia —por quê?

Guardião de 62 pedidos de impeachment de Bolsonaro, Rodrigo Maia enfim dá sua explicação para o não encaminhamento da questão ao exame das comissões específicas: “O processo do impeachment é o resultado da organização da sociedade. Como se organizou contra os presidentes Collor e Dilma”.

Não houve uma pressão “que transbordasse para dentro do parlamento. Não foi avaliar ou deixar de avaliar impeachment, e sim compreender que a pandemia é a prioridade para todos nós”.

O fácil e esperado. Mas os casos de Collor e Dilma nasceram no Congresso, não na sociedade. Foi a mobilização, lá, de parlamentares que gerou e fez transbordar para a sociedade a exigência do impeachment de Collor.

A “pedalada” contábil do governo Dilma nunca passou pela cabeça de ninguém, na sociedade e no Congresso. Foi o pretexto criado já a meio da conspiração lá urdida por Aécio Neves e Eduardo Cunha, símbolos da pior corrupção, a que corrói a democracia pela política. A mídia (sic) levou para a sociedade o golpismo transbordante no Congresso.

Se a prioridade fosse a pandemia, o governo não continuaria entregue aos que a negam e como governo sabotam, à vista de todo o país, tudo o que possa combatê-la. Para isso recorrendo, sem receio, a ações e omissões criminosas. Uma sucessão delas, incessante até hoje.

​Se nas mais de 200 mil mortes houvesse apenas uma induzida pelas pregações e sabotagens de Bolsonaro, já seria bastante para ser considerado criminoso homicida. Mas são muitos os interesses financeiros e políticos a protegê-lo. Na verdade, mais que isso, porque é carta branca que lhe tem sido assegurada, sobre 212 milhões de brasileiros, como sobre o presente e o futuro do país.​

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Uma resposta

  1. Maia é um porco covarde e canalha. Tão criminoso quando o Bozo.
    Aliás, todo o parlamento é cúmplice, assim como o judiciário, forças armadas e toda nossa elite entreguista, colonizada e idiotizada!
    Nação de covardes e imbecis!

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