Poucas vezes uma imagem terá sido tão simbólica quanto a captada ontem por Marcelo Chello, da Folha, no lançamento do livro Nada Menos que Tudo, tragibiografia funcional do ex-procurador Rodrigo Janot.
Quase ninguém foi e, talvez, dos que foram, a alguns tenha levado a morbidez.
Solidão é pesada, destas que rasgaria por dentro qualquer um.
Mas que capeia um livro muito mais importante do que que a vaidosa narrativa que Janot faz de si mesmo.
A história de quem se embriagou com o gim da vaidade, que teve a mente turvada pela ambição, cegou-se pelas luzes da mídia , que traiu, miseravelmente, tudo aquilo em que um dia acreditou e que jurou servir e, afinal, vê-se como um pária, um resto humano de quem todos querem distanciar-se.
Janot, tão convencido estava de ser a “esperança do Brasil” com que se exibiu, um dia, inebriado, é uma imagem de um Dorian Gray às avessas, onde o desvario do personagem acaba por desabar sobre o próprio ator.
Ou uma encarnação do verso de Augusto dos Anjos, o “acostuma-te à lama que te espera”.
Ele, que nos fez perder muito, que não nos faça perder também o pudor em ver alguém morrer em vida.
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Como dizem as crianças: bem feito!
Não acabaria de outro jeito! Apenas abandonado!
O poder ou a sensação de poder mais do que transformar o indivíduo de fato e apenas o revela sem disfarces.
O poder ou a sensação de poder mais do que transformar o indivíduo de fato e apenas o revela sem disfarces.
"não nos faça perder também o pudor em ver alguém morrer em vida".
Eu sou um despudorado.
O Janot que se FÔDA !
Moro, " Acostuma-te a lama que te espera," pois o seu fim chegará também.
Da Justiça Divina ninguém escapa.
Acho que a família de Janot deve se preocupar com ele. No rumo que as coisas vão, há risco dele partir para a segunda parte do plano, sem ter executado a primeira. Coloquem o CVV na linha enquanto é tempo.
Não vamos incomodar o CVV, por favor...
Penso também, não de agora, mas, de antes da sua saída do cargo, que aquela pistolinha ao lado da cama que ele mencionou mais de uma vez, que fantasiosamente ele disse que esteve a ponto de usar contra o Gilmar, tem um encontro com a sua própria têmpora. Depois dessa sessão de autógrafos, é bom que fiquem de olho nele.
Antes foi Aécio e amanhã, Moro.
A justiça é poética.Tem muito mais gente que fatalmente irá tem que passar pelo mesmo resgate. A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória,