Hoje temos mais um ágape no Alvorada.
Temer recebe os senadores para obter logo a aprovação da PEC 55, ex-241, que vai congelar – e encolher, ao longo de 20 anos – os gastos com educação, saúde, assistência social, aposentadorias e pensões.
A mesma estratégia que desenvolveu com os deputados que, depois de outro destes banquetes, excretaram a aprovação desta maldade.
Gostam de justificar essas medidas comparando-a à vida das pessoas, como se os países não fossem diferentes, por fazerem eles próprios as políticas econômicas que seguirão.
Mas se é assim, comparando com pessoas, é o caso de perguntar como se comportam os privilegiados em relação aos mais pobres.
Aí se responderá porque se comportam assim os parlamentares em relação àquilo que importa aos mais pobres.
O El País publica hoje matéria sobre os vencimentos dos parlamentares brasileiros e de outros países da América Latina.
Andam pela casa de 40 vezes o salário-mínimo.
O mesmo ou parecido com o que ganham juízes, promotores e outros que estão no “topo” do que eles chamam de estado gastador.
E que não se comparem com países onde os de cima ganham igual, mas os de baixo ganham muito mais.
Procure na sua experiência de vida como se comporta a cabeça dos que “enricam” e frequentemente você encontrará os que mudam de comportamento e de pensamento, passando a desprezar o de onde vieram e sendo atraído, como por um ímã irresistível, pelas elites e sua ideologia excludente.
Na hora de cortar, pensa-se em tirar dos pobres, mas considera-se um sacrilégio tirar dos mais abastados.
O fim da política e o fim dos partidos – substituídos por associações de picaretas e aventureiros – é parte deste processo.
Alguns milionários podem fingir que se sustentam sem dinheiro público, como fizeram Donald Trump e João Dória, abrindo mãos de seus salários. Claro, estão entupidos de dinheiro, mas suas estruturas de poder não podem dispensar os que, no privado e no público, drenam massas imensas de recursos da população.
É preciso amolecer almas e consciências para ser um colaborador da injustiça.
O conselho do Papa Francisco acaba por soar como uma triste ironia em que os “homens bons e ricos” tomam conta do poder e, em tese, representam a sociedade e a Justiça:
A qualquer pessoa que seja muito apegada às coisas materiais ou ao espelho, a quem ama o dinheiro, os banquetes exuberantes, as mansões suntuosas, as roupas refinadas, os carros de luxo, aconselharia a entender o que está acontecendo em seu coração e a rezar a Deus para que o liberte destes apegos. Mas, parafraseando o ex-presidente latino-americano que se encontra aqui, aquele que está afeiçoado a todas estas coisas, por favor, não entre na política, não entre em uma organização social ou em um movimento popular, porque causaria muito dano a si mesmo e ao próximo e mancharia a nobre causa que assumiu.
Nos banquetes, como o de hoje no Alvorada, para usar as mesóclises em voga, jantar-se-ão os pobres.
2 respostas
Esses senadores canalhas são muito “baratos”, com um simples jantar é possível comprá-los.
Se eu fosse Lula,após ganhar em 2018,porque é lógico que vai ganhar,a primeira coisa que faria era chamar o ministro o exército com seus generais em uma reunião particular,e fazer um pacto,depois dar dois anos de férias para estes deputados e senadores,depois convocaria o povo juntamente com instituições,como igreijas,ratary club,organizações sociais,juristas(não os que defenderam o golpe)e outras autoridades sensíveis a direitos sociais,e organizaria uma nova constituição.depois botaria na cadeia todos os golpistas.