“Jornalismo de “pegadinha” da Globo merece “foras” recebidos

Jair Bolsonaro e a Globo se merecem, mas não há dúvidas de que, ontem, não se pode acusar o mais agressivo dos candidatos de ter sido o provocador dos bate-bocas que, aliás, só o beneficiaram.

É que, já há tempos, a Globo transformou as entrevistas com candidatos em “jornalismo de pegadinhas”, do tipo “o senhor diz isso, mas fez aquilo”, “quando o senhor foi tal coisa, fez isso”, “o senhor diz isso, mas o fulano de sua campanha diz aquilo outro” e coisas do gênero.

Ah, sim, e com pautas que prega, mas não pratica, sobre pobres, mulheres, direitos humanos, etc…

O casal de entrevistadores se assemelham a uma banca de examinadores, que deitam falação sobre o que é correto e verdadeiro e parecem só esperar que se concorde com eles.

Os problemas da indústria, do comércio, da agricultura, do trabalho, da educação, da saúde? Zero.

Já corrupção, com os ares escandalizados que nunca tiveram quando, nos governos que lhe apeteciam, é assunto dominante.

Acima disso, só “o mercado” que diz, que sabe, que quer, que precisa e que…manda.

Nenhuma vontade de fazer perguntas relevantes.

Como será a política do salário-mínimo? A de educação, inclusive o piso do magistério? Os hospitais públicos e os postos de saúde entram na conta do “privatiza tudo” proposto por  seu assessor Paulo Guedes? O senhor permitirá a venda da Embraer para a Boeing? A intervenção militar no Rio produziu poucos ou nenhum resultado concreto, o senhor pretende reproduzir nacionalmente a experiência de entregar a Segurança Pública ao Exército? Vai haver efetivo para isso?

A lista poderia ser de rolar a tela do computador.

Porque a bancada do Jornal Nacional é, na verdade, um genuflexório à espera dos joelhos servis do candidatos.

 

 

Fernando Brito:

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  • Texto mais que perfeito para essas sabatinas direcionadas para tudo que seja conveniente para a casa grande.
    Se porventura o Haddad furasse a bolha e comparecesse nesse jornal, os dois entrevistadores iriam com um porrete e não o deixariam abrir a boca em nome da famigerada "corrupção" que levou o Brasil pro buraco, onde a globo quer que esteja.
    Fascistas em época de eleição se entendem muito bem entre si. A matança começa depois do pleito
    #LulaLivre

  • Faz décadas que não assisto a debates nem entrevistas.
    São 35 partidos mais de 30 são de direita. Os discursos são os mesmos, mudam as roupas para enganar o povo e conseguem muitos votos assim. Estão no poder.
    A colonização e ocupação do Brasil se deu de forma muito violenta e ainda é.
    Não se muda o Brasil, sendo republicano e nem com paz e amor.

  • É o tipico cientista que criou um monstro bizonho mas que agora, nao consegue mais controlá-lo.

  • A entrevista e ontem com Bolsonaro mostrou que existe um roteiro para cada candidato e os entrevistadores não têm muita habilidade para se desviar e aproveitar algo que o entrevistado respondeu. Nas primeiras perguntas de ontem feitas a Bolsonaro, ele disse que era do baixo clero. Os entrevistadores poderiam dizer que baixo clero é a denominação dada aos parlamentares que se caracterizam pela passividade, pelo clientelismo, pela falta de habilidade política para se envolver e negociar, enfim são os piores. Era assim que o candidato se define? Essa seria a pergunta natural a ser feita em seguida.
    Logo depois, Bolsonaro disse que por ser do baixo clero, não ocupava cargos públicos no governo. E era por isso que ele não estava envolvido na lava-jato. Era uma grande oportunidade para o entrevistador perguntar: pelo que o Sr. afirmou agora, a razão para o Sr não estar envolvido em irregularidades não foi sua honestidade, mas a falta de oportunidade de roubar. Como presidente, haverá muitas oportunidades, se o Sr. for eleito, as aproveitará?
    Isso ocorreu logo nos primeiro minutos da entrevista.
    Entrevistadores mais espertos se sairiam melhor. Contudo, o capitão já possuía suas jogadas ensaiadas. Elas eram a pejotização dos entrevistadores e a participação da globo na ditadura. Elas seriam usadas tão logo os entrevistados tocassem em reforma trabalhista e em apoio do capitão à ditadura. O JN seguiu o roteiro óbvio e caiu na arapuca. Cair na armadilha de Bolsonaro não é exatamente algo bom para se ter no currículo.

  • Fernando, aquilo foi mais combinado que o campeonato carioca. A Globo quer um novo Sarney.

  • Não perco meu tempo assistindo a nada desse lixo. Debates fajutos, entrevistas fajutas, campanha fajuta e eleição fajuta. Ontem à noite, na rodoviária de SP à espera de ônibus que me traria de volta à roça, bati um papo bem mais produtivo com duas mulheres - mãe e filha, adultas, de perfil modesto e supreendentemente bem informadas - que esperavam ônibus para visitar a velha mãe e avó em Nova Iguaçu. Ambas são antigas eleitoras de Lula agora desnorteadas porque não sabem em quem votar ou acreditar.

    Reconhecem os benefícios dos governos Lula mas criticam o governo Dilma, que dificultou a vida de todo mundo. Temem Bolsonaro e ficam pensando em quem serão Alvaro Dias e Amoedo, de quem ouviram falar mas não sabem muita coisa. Tem horror a Alckmin. Detestam Doria, para o governo de SP, e também o canalha Paulo Skaf. Não confiam no Ciro nem tampouco na Marina. Ou seja, simples mas nada bobas. Em sua simplicidade, sabem porém que "do jeito que essa eleição vai acontecer, não vai adiantar nada porque não tem como dar certo". A filha menciona inclusive "até a ONU já avisou que não está certo o que fazem com Lula".

    E olhem que não são petistas, apenas brasileiras ressabiadas com as armadilhas e truques do Judiciário e com os cantos de sereia da mídia, que pressentem e dos quais não gostam. Pensam ambas em se mudar para o Uruguai, terra que "parece ser muito boa". Pra quê debate? pra ouvir mentiras e absurdos?

  • nenhuma novidade. jornalistas de programa sempre fazem o que o patrão manda.

  • É o que diferencia os atuais postulantes à Presidência, tirando Boulos,e o facista Bozonauro. Eles atacam esfregando o sujo passado da Globo na cara da Globo. O
    Coloca em posição de defesa ( e de descrédito). Ciro perdeu a chance de fazer o ataque, preferiu ser "educado" com quem o despreza, e atacar sempre Lula/ PT que o valoriza. E assim a barca vai com um louco, rumo ao desfiladeiro, escolhido pelo "mercado" financeiro e judiciário.

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