Justiça nega liminar a Alckmin para desocupar escolas. Sem a força, resta o diálogo

escolas

O Tribunal de Justiça de São Paulo recusou o pedido do Governador Geraldo Alckmin para ser reintegrado na posse das 100 escolas  ocupadas por estudantes paulistas em protesto contra a decisão de fecha-las.

A pergunta é: porque o Governo paulista não abre uma discussão sobre a racionalização da rede?

É evidente que nem alunos nem professores serão contra um avanço no funcionamento das escolas, separando-as por ciclos – fundamental e médio – ou a irem para outros prédios, em condições melhores e com mais equipamentos.

Quem sabe, até, com o remanejamento, abrindo a possibilidade para que algumas passem a funcionar em horário integral, como são as melhores escolas do mundo rico?

Agora, quando um governo que é tão pródigo em anunciar a construção de novos e modernos presídios não se dispõe a fazer um programa de reorganização da educação que não preveja ampliação, melhorias ou mesmo construção de novos prédios escolares, mais adequados a uma atenção integral às crianças e jovens não dá para dizer que o protesto é um exagero.

Não é preciso ter nada, senão um mínimo de bom-senso, para saber que não se pode fazer “no tranco”, e de uma só vez, mudanças que implicam no remanejamento de 311 mil alunos e 74 mil professores. E sem oferecer nada em melhorias para isso, além do mais.

Sem ordem judicial para enfiar a PM nas escolas, o Governo Alckmin terá de partir, depois de radicalizados os ânimos, para o lugar onde deveria ter começado: o diálogo.

Um contrassenso, a menos que seja algo deliberado, para avançar na privatização do ensino, porque é esperado que, com a transformação em caos da escola pública, a “organização” do ensino privado acaba por atrair pais que “podem” (enforcando suas contas, claro) pagar pela educação de seus filhos.

Porque é uma incrível coincidência que o problema de São Paulo esteja se repetindo no Paraná e, de outra forma, em Goiás, que pretende entregar a “organizações sociais” a administração de parte de sua rede escolar. Todos governos do PSDB.

É insano, mas neste país de tanta insanidade, não é impossível.

 

 

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17 respostas

  1. A discussão deve sempre acontecer para que possamos de forma civilizada e respeitando a opinião dos demais avançarmos na direção de uma educação de qualidade para todos. Tenho acompanhando os acontecimentos e veja que, questões puramente ideológicas têm “cegado” certas pessoas que deveriam se manter equilibradas durante esse processo. Mercadante, ministro da educação, se disse favorável à separação dos alunos por ciclos; tendo sido duramente criticado por sua opinião.

    1. O problema das escolas paulistas não está na ideia da separação por ciclos, que é boa, e sim na falta de diálogo.
      Com essa falta de diálogo e a sua natureza privatista/entreguista, esse governo fica sem credibilidade junto aos professores e alunos.
      Cegos pela falta de confiança no governador, a impressão que fica para todos é que o governo quer “ferrar” os alunos somente em nome dos custos.

  2. Parece que o tjsp está se reposicionando, deixando de embarcar mas alucinações nazi-facistas dos tucanos. Lembrem-se do Pinheirinho.

    1. Esse surto de responsabilidade do TJSP é porquê tem crianças no meio. Se fossem somente pobres, não sei não.

  3. Presídios versus escolas, crime versus educação. Afinal, qual é o projeto do PSDB? Ainda bem que não é a mim que esse partido tem que se explicar, nunca votei no PSDB. E com isso, fortalece minha certeza de que ele não governa para todos.

    1. Muito bom levantar essa questão.
      Gastos PRESOS X ESTUDANTES
      A cada R$ 40 mil por ano investidos por preso, país gasta uma média de R$ 15 mil por estudante do ensino superior.

  4. Mercadante ministro da educaçao eh piada de mau gosto. O sujeito eh intimo do Guru Lula, muito provavelmente sabedor de coisas..

    Tornou se mobilia no Palacio do Planalto, tira daqui, coloca la.

    Quando D.Dilma,a breve, teve a feliz ideia de nomear Janine para a pasta da educaçao, com certeza otima escolha visto q trata se de pessoa com vasta experiencia na area, teve q fazer acomodaçoes tipicas da Corte, e colocou la o armario Mercadante.

    Obvio q frustrou aqueles q pensam q muitas das soluçoes q o pais precisa para realmente alcançarmos patamar de naçao desenvolvida passa pela educaçao
    Tudo vai por agua abaixo numa administraçao contaminada por relaçoes promiscuas e todas orquestradas pelo melifluo e agora Primeiro Ministro Lula.

  5. No DF também, de maneira menos visível o governador Rodrigo Rollemberg, do PSB, cuja equipe econômica vem de MG e SP, está tentando a implantação das ditas OS na educação. Na saúde ele já começou a entregar a direção dos hospitais regionais.

    1. Imagino as condições que o atual governador encontrou as contas do DF depois que um tal governador do PT passou por lá. Qual é mesmo o nome dele?

      1. Rollemberg disse que o governo federal é quem sustenta o corpo de bombeiros e as policiais civis e militares do DF?

  6. Governo tucano de Picolé de Chuchu não pensa em melhorar a Educação, ele pensa em economizar com a Educação para investir em outra áreas mais nobres para os interesses dele, por exemplo, propaganda institucional do governador.

  7. Não tenho mais ilusões. O conservadorismo está tomando o espaço que tinha perdido. E dessa vez vem com mais força com as ideias neoliberalisantes ainda mais abrangentes.

  8. Saúde, segurança e educação. Seria o Estado mínimo. Só que não! Já tem terceirização na saúde. Na segurança privada aumenta o efetivo contra o efetivo da segurança pública que não aumenta.

    Agora a mira são as escolas. Eita jeitinho P$DBesta de governar, hein?

    1. Já que é para tudo ser pago aumenta o salário mínimo para uns 7 mil contos por mês, mas é difícil acontecer porque o empresariado tem muito força no congresso e na mídia o negócio deles é pobre se lascar.

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