Laços de família

emcasa

Acompanhei, desde o início, a trajetória política de Leonel Brizola depois de sua volta do exílio, sobretudo a partir de 1981.

Acho que poucos homens públicos, no Brasil, experimentaram tanto o sabor da traição quanto ele.

Uma geração inteira de políticos, então jovens, no Rio de Janeiro – e até mesmo outros de sua própria faixa etária – “se fizeram” com os cargos e os votos que Brizola lhes proporcionou e, mais cedo ou mais tarde, traíram o velho líder encantados com as possibilidades de poder que a traição lhes abria.

Marcello Alencar, alçado por Brizola à condição de presidente do Banco do Estado e depois de prefeito “biônico” – ainda não havia eleições  diretas – foi com este prestígio que elegeu-se prefeito em 1988. Pouco tempo depois, viraria “tucano” e privatizaria até as pedras da calçada de nosso estado.

César Maia, depois de anos “costeando o alambrado” de um Brizola que o retirara do anonimado de um uma sala de aula da Universidade e de cargos gerenciais das cerâmicas Klabin, seguiu caminho igual por trilhas diferentes: primeiro o PMDB, depois o PFL.

Anthony Garotinho, a quem se deve reconhecer algum sucesso próprio como administrador em Campos, deve a Brizola a primeira candidatura a Governador, na qual deixou de ser apenas um nome provinciano e na qual começou a enveredar por outros caminhos, o da exploração da fé e da fisiologia.

Marcello e Garotinho cevaram Sérgio Cabral, que aos dois traiu. Maia cevou Luiz Paulo Conde, que a ele traiu também.

De fato, Rodrigo Maia aprendeu algo “em casa”, como disse ontem para simular uma  lealdade a Michel Temer.

Depois, já adulto, deve ter aprimorado seus conhecimentos quando formou chapa com a filha de Garotinho para concorrer à prefeitura.

Óbvio que não seria justo julgar filhos por pais, mas quando estes querem ser herdeiros políticos é mais que isso, é necessário.

Principalmente quando seus pais políticos são mestres na arte de subir  com os votos de um lado e ficar lá em cima passando para outro.

O velho Brizola dizia sempre que a política ama a traição, mas logo despreza o traidor.

Maia prepara-se para herdar o cargo, mas junto com ele herdará a quadrilha.

E o Brasil, o desastre.

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11 respostas

  1. Pela lógica e obrigação tem que trocar, pra depois trocar de novo até chegar no mordomo, que deve ser o mais honesto.

  2. O que é mais triste disso tudo, mais triste do que o Brizola ter sido traído tantas vezes, é saber que políticos que permaneceram fiéis ao grande caudilho, não galgaram os mesmos espaços na política, como Brandão Monteiro, Darcy Ribeiro, Vivaldo Barbosa e outros.

    Ou seja, a política realmente ama a traição, mas por trás desse amor, está o interesse. É um amor pago com promessas e dinheiro.

  3. Bom dia,

    A verdade é que vivemos com bandidos do STF, EB, Redes de TV, Congresso Nacional e seus subalternos com Marcola, Beira Mar etc. Se o povo não der um Golpe serão sempre figurantes nesse país de ladrões e traidores… Nem na antiga colônias espanhola(Venezuela, Colômbia e Equador) teve tantos traidores como aqui no Brasil.

  4. Será que Marcelo Alencar que traiu Leonel Brizola e Moreira Franco quem sabe em breve futuro presidiário, não foram beneficiados pelos maiores cabos eleitorais da história do Brasil que foi o Plano Cruzado,embrião do Plano Real em 1994 e no caso de Marcelo Alencar o próprio Plano Real?

    Me lembro que Marcelo Alencar no PDT ainda e Brizola governador do Rj simultaneamente era um dos prefeitos de grande capital mais bem avaliados do Brasil e já foi para o PSDB pronto para ser pelo menos um candidato competitivo em 1994.

    Todo mundo sabe que o fracasso do Cruzado foi fundamental para o sucesso do Plano Real e a presença do Lula e uma ameça de vitória dele em 1994 fez com que a especulação financeira tivesse que engolir o fim da hiper inflação e aceitando o Plano Real no Brasil,sugerindo que até no fim da inflação de 2.500% ao ano Lula foi importante.

    Só lembrando que os principais técnicos que elaboraram o Cruzado foram os mesmos que elaboraram o Plano Real.

    Tá certo que Moreira Franco,derrotado em 1982 por Brizola,vinha de um bom recall eleitoral de 82,só que como Leonel Brizola foi o melhor governador do Brasil de 1983/1987,nada justifica a derrota de Darcy Ribeiro-PDT/RJ para Moreira Franco sem a dobradinha PMDB/PLANO CRUZADO.

    Eu acho que foi isso.

  5. Ver os 2 vídeos juntos, em sequência, é hilário

    http://www.diariodocentrodomundo.com.br/galeria-dos-micos-do-golpe-o-video-em-que-luana-piovani-elogiou-temer-por-saber-falar-e-estagnar-a-economia/

    Galeria dos micos do golpe: o vídeo em que Luana Piovani elogiou Temer por “saber falar” e “estagnar a economia”

    http://www.brasil247.com/pt/247/poder/305217/Em-v%C3%ADdeo-Temer-se-engana-e-diz-a-verdade-est%C3%A1-%E2%80%98fazendo-voltar-o-desemprego%E2%80%99.htm

    Em vídeo, Temer se engana e diz a verdade: está ‘fazendo voltar o desemprego’

  6. Brito, estou esperando que o DESASTRE ocorra, quem sabe assim o nosso ( sic ) dócil POVO brasileiro acorde e para pra cima…INDEPENDÊNCIA OU MORTE !!!!

  7. No Cafezinho:

    “O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, teve menos de 3% dos votos na única eleição majoritária da qual ele participou, para a prefeitura do Rio de Janeiro em 2012. Os cariocas, que lhe conhecem, não votam nele. Porque cargas d’água 207 milhões de brasileiros têm de ser governados por esse cara? A realização de eleições é uma condição essencial para a estabilidade política e econômica do país. Apenas um governante escolhido diretamente pela população poderá corrigir a besteira trágica que foi derrubar uma presidente eleita pelo povo. Diretas já.”

    Fora, Maia!

  8. Kiko vç ta chateadado entendo mas não é apontando o dedo e acusando as pessoas que vamos avançar numa unidade nacional, até pq vç colocou inverdades no seu artigo .

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