Toquei neste assunto no programa Melhor e Mais Justo, da TVT, que fiz com o ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella: a entrega, para uma empresa israelense, da divisão da Odebrecht que desenvolve mísseis para as Forças Armadas brasileiras.
Hoje, o The Intercept Brasil, em reportagem de Breno Costa, vai mais fundo nesta questão, que envolve também os drones usados para o patrulhamento de fronteiras.
Tecnologia militar da qual não se detém o controle é o mesmo que nada, nestes tempos modernos.
Um chip e puff…
Alguém tem dúvidas de que Israel partilha com “vocês sabem quem” todas as suas informações militares?
Com queda da Odebrecht, Elbit, fabricante israelense de drones, tenta decolar no Brasil
Breno Costa, no The Intercept Brasil
A crise financeira gerada pelas descobertas da Operação Lava Jato sobre os negócios do grupo Odebrecht acaba de provocar um efeito secundário preocupante: o crescimento expressivo, dentro do Brasil, da principal fabricante mundial de drones de uso bélico e alvo de fortes críticas de organizações de direitos humanos.
No último dia 5, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)aprovou a venda dos negócios de comunicação militar da Mectron Engenharia, empresa da área de defesa do grupo Odebrecht, para a Elbit Systems. Essa companhia é responsável pela fabricação de quase todas as aeronaves não tripuladas usadas por Israel em bombardeios na Faixa de Gaza, além de ter papel preponderante na vigilância que envolve o muro erguido pelos israelenses para separar o país do território palestino. Na última ofensiva de Israel, em 2014, a organização Defense for Children International relatou que 164 crianças foram mortas em ataques executados por drones fabricados pela Elbit.
A Elbit é a maior companhia privada da área militar dentro de Israel. Somente com a produção de drones e a venda deles para o Exército de Israel e forças armadas de outros países em todo o mundo, a empresa faturou US$ 1,2 bilhão em 2015, conforme seu último balanço.
Devido a esse envolvimento direto da Elbit Systems nas ações militares de Israel, a corporação é alvo de boicotes internacionais entre defensores dos direitos humanos e da causa palestina, mas também por parte de governos estrangeiros, que acabaram vetando negócios com a empresa. Entre eles, estão Suécia, Noruega, Dinamarca (cujos fundos de pensão retiraram investimentos feitos na empresa) e, mais recentemente, a França, que, em fevereiro deste ano, anunciou que não compraria mais drones produzidos pela Elbit.
No Brasil, entretanto, a companhia israelense opera normalmente. E com força. Desde 2008, quando a Elbit em Israel passou a ser vinculada com violações de direitos humanos depois que o Conselho de Direitos Humanos da ONU considerou que os ataques apoiados por drones na ofensiva de 2008-2009 contra a Palestina representaram graves violações de direitos humanos e possíveis “crimes de guerra e crimes contra a humanidade“, a principal subsidiária da empresa dentro do Brasil já recebeu mais de R$ 456 milhões das Forças Armadas Brasileiras, especialmente da Aeronáutica, de acordo com dados do Portal da Transparência do governo federal.
A empresa já tinha três subsidiárias dentro do Brasil. A principal delas, que atua na área de drones, é a AEL Sistemas Ltda, com sede em Porto Alegre.
O único sobressalto que os israelenses tiveram em suas operações no Brasil aconteceu no final de 2014, quando o então governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT) cancelou um acordo assinado no ano anterior com a AEL, que permitia financiamentos públicos à empresa, além de acesso a tecnologias produzidas por universidades gaúchas. O objetivo da parceria era a construção de um parque aeroespacial militar no Estado.
É essa empresa que irá herdar os negócios da Mectron na sensível área de comunicação militar – incluindo o desenvolvimento de computadores de missão para drones.
No pacote negociado, também estão sistemas de Rádio Definido por Software (RDS) e outros sistemas de comunicação, além, claro, de todos os contratos vigentes da Mectron com as Forças Armadas brasileiras. Nesse grupo está incluído, entre outros, um contrato de R$ 193 milhões com a Força Aérea Brasileira, assinado em 2012 e ainda vigente, para a produção de um moderno e inovador sistema de comunicação entre caças e torres de comando (projeto Link BR-2).
Os israelenses da Elbit agora terão controle sobre isso – desde que as nossas Forças Armadas autorizem que os contratos da Mectron sejam repassados para a Elbit. Consultada a respeito pelo The Intercept Brasil, a FAB respondeu apenas que “O assunto está sendo analisado pela Força Aérea Brasileira”.
Para Michel Temer, drones usados no Brasil têm “resultado extraordinário”
A chegada dos drones israelenses ao Brasil começou em 2010. Em dezembro daquele ano, a Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate, vinculada ao Comando da Aeronáutica, acertou com a Aeroeletrônica (antigo nome da AEL, mas já controlada pela Elbit), o fornecimento de dois drones Hermes 450, fabricados pela empresa israelense.
Esses drones foram contratados sem licitação. O argumento do governo era anotória especialização da fabricante. De fato, o drone já tinha sido testado em combate havia pouco tempo. Na ofensiva de 2008-2009 ao território palestino, Israel usou e abusou desses mesmos drones para lançar bombas contra, supostamente, alvos militares. Centenas de civis morreram.
Naquele mesmo ano, no Brasil, a Polícia Federal também contratou drones, mas da EAE Soluções Aeroespaciais Ltda, uma joint venture formada entre o grupo brasileiro Synergy, dos donos da Avianca, e a empresa estatal israelense IAI (Israel Aerospace Industries).
Em 2012, o então vice-presidente Michel Temer elogiou entusiasmadamente a eficiência dos drones israelenses da Elbit. Ao lado de um deles, em entrevista dada na ocasião, o então vice-presidente destacou que o avião não tripulado produz “um resultado extraordinário” e “uma eficiência extraordinária” no controle das fronteiras.
Os contratos de 2010 abriram as portas do Brasil para o mercado de drones. No ano seguinte, a Elbit anunciou uma união com a Embraer para criar uma empresa destinada a produzir aeronaves não tripuladas com design brasileiro, a Harpia Sistemas. Diante da crise econômica no país, a empresa acabou sendo fechada em janeiro deste ano. No entanto, em comunicado aos investidores, a Elbit deixou claro que as empresas “concordaram em trabalhar juntas no futuro”.
Os grandes eventos do país, mais especificamente a Copa do Mundo de 2014, serviram de impulso para as operações da Elbit no Brasil. Apenas em 2013, quando foi realizada a Copa das Confederações, a empresa recebeu R$ 102,6 milhões do governo, e os drones foram usados para monitorar inclusive as manifestações de rua daquele ano. Foi o maior valor registrado até aqui.
Em março de 2014, a Elbit anunciou o fornecimento de uma linha de Hermes 900 para a FAB. O Brasil foi o oitavo país do mundo a adquirir essa aeronave, o drone mais moderno e mais potente fabricado pela empresa israelense. O modelo tem autonomia de voo de 36 horas e alcança raio de 300 km em relação à sua base em solo. É o dobro da capacidade do Hermes 450.
15 respostas
Boa noite,
vai gosta de ser capacho assim na PQP!! Bando de puxa saco da PQP.
Palmas para os idiotas que (ainda) acham que a operação lava rato foi a melhor coisa que o judiciário já cagou sobre as suas (deles) já imundas cabeças
Típico comentário de PQI. Pouco Coeficiente de Inteligência.
Não entendeu o texto? Leia de novo.
Exprique pra nóis, Prof. Pirajá !!!
Forças armadas de republiqueta bananeira. Um monte de merdas traidores. Meganhas comunistas que vivem pendurados no estado e cagam pra população. Vivem escorados no barranco esperando o mar pegar fogo pra comer peixe frito. Vão entregar o programa nuclear, o pré -sal, a Amazônia e a base de Alcântara. Sabe pra quê? Pra garantirem umas aposentadoriazinhas de merda. Se o povo não reagir e acabar com essa canalha eles é que serão sempre uns merdas.
Assim fossem comunistas!
Assim o Brasil vai recolhendo o que o mundo baniu, mediante comissão e cargos estratégicos.
Acho prudente os PALESTINOS que moram por aqui ficarem ALERTAS…a bala vai comer…
O ‘mor(T)o’ &$ os estafetas oficiais
“Boa-diamente”, ‘fOOOOOra temer’! E leve junto a sua cambada de gangsters mafiosíssimos &$ lesa-pátria!
Tic-tac, tic-tac, tic-tac…
Ah, o “juiz” ‘mor(T)o’ já localizou o endereço da mansão da senhora ‘Cláudia Cruz Credo CUnha TEMERário/TEMERo$$$o’?!
Ademais, um carteiro amigo meu está aperreado com o acúmulo de correspondências encaminhadas à senhora Cláudia Cruz Credo Cunha, em especial faturas e mais faturas de cartões de crédito internacionais e extratos bancários de agências instaladas em paraísos fiscais!
NOTA:
se, por óbvio, o ‘mor(T)o’ não pode ajudar o Brasil, “que ajude ao menos os funcionários dos Correios à beira da privatização, ora bolas!”
A pirataria dos Correios pelos gangters esta sendo construída faz tempo. Desde Roberto Jeff. Inclui imã liminar dizendo que as empresas de encomendas podem entregar cartas.
Ainda vamos pagar 50,00 por um envelope e 50 quilômetros. É o custo acionista.
Não queriam fora Dilma? Conseguiram e agora as viúvas da ditadura e seus coxinhas não poderão reclamar. Da entrega de todo conhecimento técnico/bélico militar para os estrangeiros.
Parabéns vocês se merecem. Trouxas.
A doação da Vale assanhou os espertos. valia 1trilhao e foi doada por 3 bi, parte em dinheiro publico mesmo.O Brasil é o quintal do lixo e fonte do lucro. A Europa e Ásia não aceitam essas negociatas pois estão falidos.
Viva Sergio Moro.
FB, vou ter que ler isso mais tarde, deu um imenso no’ no estomago. Isso tudo parece ser central e me assusta muitissimo em relação ao golpe: a espoliação, a venda do Brasil por preço de banana e a perda da soberania. Lerei depois porque no momento so’ tenho vontade de colocar drones para exterminar todos os coxinhas da nação brasileira.
O fato é que o Brasil deixou de ser um país para ser um amontoado de interesses econômicos.
As instituições são todas fakes chanceladores de interesses.
E não há perspectivas no horizonte.
Entregar para os Israelenses é a mesma coisa que entregar para os americanos . Siameses.
Sem palavras! Além da questão estratégica da nossa soberania, a Mectron quando ainda da Odebrecht, estava sendo responsável por exportações que rendiam divisas de grande valor agregado.
Exemplo são os mísseis anti-radiação de tecnologia 100% nacional, encomendados pelo Paquistão e com propostas à India, inclusive.
Ou, o visionário programa de mísseis ar-ar de curto alcance, guiados por calor, junto com a África do Sul (evolução do A-Darter). Que já havia nascido com propostas de outros países sul-americanos.
Difícil de engolir, agora, ter que comprar de prateleira os Python, ad infinitum. Sem garantia de reposição quando precisarmos num conflito, ou como o Brito bem disse, de operação !