Luís Costa Pinto: Santana e Moura não são anjos que pecaram

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Jornalistas, publicitários, políticos – afinal, também eles comunicadores – e também todos que aspiram os vapores das vaidades fáceis e falsas não podem perder o dolorido artigo de Luís Costa Pinto publicado hoje, no Poder360, onde diz o que até agora não se diz na imprensa sobre o comportamento do casal de ex-marqueteiros João Santana e Monica Moura, convertidos agora, eles próprios, em peças publicitárias da Lava Jato.

Talvez eu deva corrigir este “não se diz” para o “não se diz agora”, porque antes de ser a atual “vítima das perfídias” de Lula e de Dilma, Santana era apontado, como o “consagrador do poste” e como se fosse o autor do “lulismo” , que se criou sem ele e sem ele não morrerá, porque não provém da fantasia marqueteira, mas da realidade social.

Depois de narrar o episódio que ouviu ser descrito pelo próprio Santana – e mais de uma vez , – onde a campanha do candidato à presidência argentino Eduardo Duhalde teve por ele e Moura seu início condicionado a que um carro forte carregado de dólares cruzasse a fronteira, vindo para o Brasil, Costa Pinto vai ao ponto. Num trecho que transcrevo (embora recomende como essencial a leitura na íntegra) diz, com perfeição:

 Santana e Moura emergiram nos vídeos das delações premiadas como profissionais puritanos pervertidos por uma engrenagem posta para funcionar por Lula, por Dilma e pelo PT.
Procuradores e juiz precisam determinar se eram mesmo puritanos, e se podem de fato culpar o PT pela perversão.
Mônica Moura, com as piadas mal postas, o chiclete velho sendo mascado indefinidamente e a ânsia incompreensível de soar perversa diante dos novos amigos cultivados na capital paranaense – a plateia de operadores do Direito que colhe delações – surgiu para o vasto Brasil que não a conhecia como dona de cinismo pérfido. Tomando por verdade tudo o que possa ter dito, como agora escutar impassível a confissão dos pecados sem que lhe fuja sinal algum de sentimento de culpa? (…) ela tripudiou diante de muitos que se recusaram a pagar o preço pago por eles porque topavam pagá-lo – o da ilegalidade e da desfaçatez para com a formação política – a fim de realizar trabalhos que tinham o mesmo propósito e chegariam ao mesmo resultado, embora outros profissionais não usassem os mesmos meios do casal baiano.
João Santana foi um dos próceres no processo de acelerado desvirtuamento das campanhas políticas. A genialidade que lhe foi concedida como dom divino, exercida de forma magistral em 2010 e em 2014, foi posta para rodar a serviço de uma engrenagem caseira de facilitação de negócios. No epílogo desse enredo, descobrimos que não contribuiu nem em forma, nem em conteúdo, para a ampliação do debate político.

Santana e Moura ganharam dezenas de milhões “por dentro”, e  se exigiram outras dezenas “por fora”. Portanto, longe estão de ser santos, desinteressados profissionais de comunicação que não visam o próprio enriquecimento desmedido.

Ninguém se compraz de sua desgraça. Luís Costa Pinto mesmo afirma que ” foi muito duro ouvi-los confessar crimes, trair amigos, entregar parceiros e distanciarem-se de suas próprias obras como se não tivessem nada a ver com elas.”

Por isso, pelo caráter torpe que evidenciam, tudo o que dizem deve ser tratado com reservas. Já não se pode, talvez, separar o que é dizer a verdade e o que é a chave universal da cadeia: os nomes de Lula e Dilma.

Não terá sido a primeira vez que mentem.

Leia o artigo de Lula Costa Pinto. Como ele diz em seu bordão de Facebook: vale, vale, vale!

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