A Folha noticia que Luís Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Luís Fux, com os três últimos votos, sepultaram a possibilidade de reeleição de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre na presidência da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Era o que tinha de acontecer se restasse um mínimo de obediência ao texto constitucional, respeito que, por várias vezes, não conseguiu maioria da Corte Suprema.
É provável que, esta semana, “pipoquem” várias candidaturas ao comando das duas Casas, algumas para valer e outras apenas como “marcação de posição” destinada a ser ponto de partida para as negociações do tipo “vocês sabem como é”.
O DEM, embalado pelas vitórias em eleições municipais, quer manter a posição, mas não tem nome algum, com a saída de Maia, senão o de Elmar Nascimento, candidato fraco . E as eleições deixaram mais fraco o pastor Marcos Pereira, da Igreja Universal, com o fiasco de Celso Russomano e de Marcello Crivella.
O PMDB, fora nominalmente do Centrão, tem o temerista Baleia Rossi como nome mais forte e Marcelo Ramos, que está dentro do Centrão, pode voltar a sonhar com o cargo, de olho num eventual apoio dos partidos de centro-esquerda, com os quais tem bom trânsito.
O Centrão, além de Arthur Lira – que tem mais ônus que bônus em ser o candidato de Jair Bolsonaro, tem ainda o nome de Aguinaldo Ribeiro.
No Senado, a impossibilidade de que Davi Alcolumbre continue à frente da Mesa deve abrir apetites dos dois lados: tanto da bancada direitista eleita em 2018, como dos “velhos” que sonham em retornar ao comando real da câmara alta (ao menos no nome) da República.
As cartas se embaralharam e 1) Bolsonaro terá de pagar mais caro para eleger alguém para o lugar do desafeto Rodrigo Maia; 2) Arthur Lira vai ter de se mostrar menos governista e 3) os 132 votos dos partidos que se declaram de centro-esquerda na Câmara terão de encontrar uma articulação que faça valer o seu peso numa balança sem favoritos.
Até fevereiro, esqueçam qualquer votação importante no Parlamento.