Coimbra se pergunta: imagine as confusões que ele teria aprontado se tivesse sido diplomata? Eu acrescentaria, meio brincando, meio à sério: provavelmente o mundo estaria em guerra hoje, e haveria o dedo de Barbosa na origem de tudo.
Trecho do artigo:
Seria exagero dizer que Barbosa trouxe o ódio, a truculência e a intolerância para a política brasileira? Ou que foi ele quem fez nascer esses sentimentos em uma parcela importante de nossa população? A emersão de sua figura, fabricada por ele e a mídia conservadora, é inegável, acompanhou e incentivou uma deplorável mudança em nossa cultura política. Tornamo-nos um país onde alguns acham “normal” odiar um adversário e sentir raiva de tudo, inclusive do próprio Brasil.
A violência saiu dos guetos neonazistas e das fanfarronices de skinheads, espalhou-se e se achou legítima. Por que não seria válido odiar se uma figura tão elevada da República não escondia seu rancor? Por que um black bloc não poderia manifestar sua raiva quebrando coisas, se regras “erradas” podiam ser rompidas por ele?
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O exemplo de Joaquim Barbosa
Ele não deixa nenhum legado digno deste nome. Nada há de construtivo no seu protagonismo. Ao contrário: o ministro naturalizou o ódio na vida pública
por Marcos Coimbra, na Carta Capital
publicado 08/06/2014 08:22
A respeito de Joaquim Barbosa podem-se discutir várias coisas. Suas motivações, por exemplo: o que teria levado um jovem frustrado no sonho de ser diplomata a jogar para o alto a carreira e querer se tornar promotor? Era mesmo a Justiça seu objetivo?
Podem-se discutir os atos e comportamentos como ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal. Depois do anúncio da aposentadoria precoce, diversos especialistas o fizeram. Se há, entre eles, quem tenha aprovado a “obra” de Barbosa, ficou calado.
O máximo que se obtém é uma defesa entortada: “Agiu errado, mas queria o bem”. Era mesmo o bem o seu norte?
Suas motivações são assunto para psicanalistas. As coisas que fez e deixou de fazer como magistrado devem ser interpretadas por quem entende de Direito. Mas de uma coisa podemos estar certos: foi sábia a decisão dos examinadores do Instituto Rio Branco que o consideraram inapto para a diplomacia. Alguém calcula as confusões que teria aprontado se viesse a ser embaixador?
Podemos também discutir as consequências de sua passagem pelo primeiro plano de nossa sociedade. Não foi longa, mas acabou por se tornar relevante. Merece ser avaliada.
Sua trajetória, está claro, só teve efeitos mais amplos por ele ter sido transformado, com visível satisfação, em instrumento das oposições ao “lulopetismo”, especialmente de seu braço midiático. Caso não tivessem celebrado um casamento de conveniências, o impacto seria outro.
Sem o “julgamento do mensalão” ou na hipótese de que ele só ocorresse depois da eleição deste ano, Barbosa seria de utilidade limitada. Apenas mais um ministro do STF, sem nada que o destacasse.
O braço mais radical da mídia conservadora ofereceu-lhe o posto de herói em troca da realização de uma tarefa. Seria recompensado se fizesse a parte dele e punido se recusasse o papel. Que o digam as vaias encomendadas contra Ricardo Lewandowski.
A cada vez que retribuía os carinhos recebidos ganhava novos mimos. Tudo nele se tornou elogiável: a mise-en-scène, o modo de dizer o texto, a expressão corporal, o figurino. Ganhou capas de revista, longas e laudatórias reportagens na tevê, belas manchetes. Virou “o menino pobre que mudou o Brasil”, o “responsável pela transformação do País”, e por aí afora. Em troca, deu muitos presentes, nenhum tão vistoso quanto a prisão dos condenados em 15 de novembro de 2013, levados a Brasília como troféus da “limpeza ética” à sua moda. Naquele dia foi autor, roteirista e diretor de espetáculo.
Seria exagero dizer que Barbosa trouxe o ódio, a truculência e a intolerância para a política brasileira? Ou que foi ele quem fez nascer esses sentimentos em uma parcela importante de nossa população? A emersão de sua figura, fabricada por ele e a mídia conservadora, é inegável, acompanhou e incentivou uma deplorável mudança em nossa cultura política. Tornamo-nos um país onde alguns acham “normal” odiar um adversário e sentir raiva de tudo, inclusive do próprio Brasil.
A violência saiu dos guetos neonazistas e das fanfarronices de skinheads, espalhou-se e se achou legítima. Por que não seria válido odiar se uma figura tão elevada da República não escondia seu rancor? Por que um black bloc não poderia manifestar sua raiva quebrando coisas, se regras “erradas” podiam ser rompidas por ele?
Há quem pense ter sido Barbosa importante no processo de valorização da identidade negra no Brasil. Que poderá ser uma referência para crianças e jovens negros, ensinando-os a enfrentar limitações e preconceitos. Pena, mas é improvável. Nada há de construtivo no seu protagonismo. O que poderia ter havido foi tragado pelo espírito de vingança, que, com o histrionismo, tornou-se sua marca.
Resta a ilusão dos menos informados de que, “mal ou bem”, Barbosa teria trazido uma contribuição moralizadora à política brasileira, fazendo com que, “depois do julgamento do mensalão”, as coisas se regenerassem. Nada menos verdadeiro. Nem antes, nem durante, nem após o julgamento algo mudou, em qualquer partido ou nível de poder.
Ele não deixa qualquer legado que mereça tal definição.
20 respostas
Sempre lamentei a postura desse cidadão. Acho que ele vai ter o que merece o Ostracismo.
Trata-se de uma figura despreparada para ocupar o cargo que recebeu.Quando falam em sabedoria jurídica, fico impressionado com a falta de preparo de quem fala uma asneira com essa.
Barbosa, o Fanfarrão !!!
O Joaquim foi um FLATO.
À espera de uma nova indicação ao STF ao nível de um Barroso ou um Zavascki. Nada de cota racial. Isso não dá certo.
Nenhum legado vai deixar “O Homem que matou a Justiça”. Nem suas absurdas teses (domínio do fato ou obrigação de cumprimento de 1/6 da pena no semiaberto)serão objeto de estudos pois são teses sem sustentação e os alunos do curso de direito não vão perder tempo estudando-as. Vai ficar somente o exemplo de como não se deve aplicar a justiça utilizando-se de um ódio inexplicável. É uma pena doutor, mas, tenho que dizer que você vai passar pelo judiciário em brancas nuvens! Quando poderia ter dado uma grande contribuição como outros grandes negros deram para a formação cultural e moral de nosso país (Machado de Assis, João Cândido, Cruz e Sousa, Zumbi dos Palmares…)
Na hora em que ele quis denotar o maior legado da bíblia esquerdista, no capítulo brizolista: amai os corruptos acima de todas as coisas, Barbosa estava condenado ao fracasso.
Sou a favor de se estender para todos os candidatos a vagas no judiciário, federal e estadual, o exame psicológico que o Instituto Rio Branco faz e, corretamente, continuará fazendo. Se tivesse sido aplicado o Batman não teria ingressado no judiciário. Teria sido cortado o mal pela raiz, ou melhor, nem raiz existiria. Já naquela época percebeu-se a falta de equilíbrio mental daquele candidato. Infelizmente esse fato só veio a ser confirmado quando o mesmo já estava em cargo importantíssimo e que exigia justamente aquilo que ele não havia demonstrado quando tentou ingressar na diplomacia. Parabéns ao Instituto Rio Branco.
Ao contrário de nações sérias, nesse país ninguém tira carteira de motorista ou assume emprego público sem fazer teste psicológico.E já deveria alguém ter desconfiado da balela ante o número de acidente e de corruptos no serviço público. E muito pelo contrário, serviço psicológico no setor público é o primeiro que entra em ação quando alguém quer denunciar bandalheira, para tentar demitir ou aposentar como doido.
Concordo com você José, em gênero, número e grau.
Sempre existe a esperança que as coisas voltem ao seu devido lugar. E minha esperança está na Itália, onde uma Justiça não dependente nem temerosa às empresas de comunicação de massa e nem aos partidos políticos podem fazer um julgamento isento, baseado em fatos e dados.
Quanto à justiça brasileira, com joaquim barbosa ou sem ele, continua a mesma: como dar crédito a um juiz que julga culpado uma pessoa sem ter provas, baseado somente na literatura jurídica? Como acreditar em juiz que sai do Brasil para passear e aparece fotografado junto com um sujeito foragido da justiça brasileira? Como acreditar em um juiz que concede habeas corpus a um procurado pela justiça brasileira para vir passear no Brasil? Como acreditar em um juiz que discursa dizendo que qualquer empresa que no seu nome conste “Empresa Brasileira…” é necessariamente uma empresa estatal? Como acreditar em juizes que, antes de tudo, estão lutando para colocar seus descendentes muito bem colocados nesse poder(judiciário)?
… O legado do barbosa: [digamos] a LEIgado!…
joaquim barbosa, o rábula psicopata: ‘o fumaça do golpe da vez’; o golpe jurídico-midiático que, ninguém se engane, foi dado!…
A petezada está toda ouriçada depois que a dilma começou a despencar , agora querem crucificar o maior exemplo do Brasil dentro do judiciário , JOAQUIM BARBOSA , Vê se se enxereguem , deixar o PT no Poder será o mesmo que acontece na Venezuela , (se os militares deixarem , é claro).
exemplo em Miami, você quer dizer.
Ó jénio, diga-me o que está acontecendo na Venezuela e o que está, também, no Brasil!! Olha, não me venha com “ctrl C + ctrl V” da Veja, Estadão, Globo, Batmam,…
Joaquim Barbosa , foi uma tremenda mancada do Lula, escolheu por causa da cor da pele e não pelo seu comportamento , que já devia ser desse jeito desde do dia em que se formou, a escolha de um Ministro do Supremo tem que ser levada mais a serio com menos demagogia .
O problema de vcs é que nunca se espera de um negro senão a submissão , e o JOAQUIM BARBOSA (maiúscula mesmo)foi escolhido para ser submisso ao PT , o que não aconteceu , é por isso que preconceituosos como vcs o recriminam , porque não se abaixou no nível (baixo por sinal ) dos Petistas…
O “Cancro” ganhou mais um sinônimo, Joaquim Barbosa.
O cancro felizmente é uma doença curável , agora o cancer do Brasil (o PT)pode ser curável mas vai deixar sequelas por todo o País , porque com essa derrocada que está acontecendo com a Dilma nas pesquisas , e felismente derrubarão esse decreto ”bolivariano” assinado por ela , inclusive por parlamentares da base aliada , e também por Petistas que nem todo Petista é bandido , é só o lado podre que quer essa ‘sovietização’ do país , coisa que nem a Dilma queria mas gilberto carvalho , zé diceu , genoino ,franklin martins e quejandos queriam felismente não vai passar…
E’ muita cara de pau dessa corja de petralhas, que tem como modelo a seguir, a democracia e a justica de Cuba, tentar denegrir a reputacao de um juiz que aplicou a lei naqueles que atentaram contra a democracia.
Barbosão se esvairá pelo ralo da história!
Reginaldo, o decreto da presidenta Dilma não instaura nenhuma ditadura, mas, faz ao contrário, ele ajuda a aprofundar a democracia, tornando-a mais direta,só como um exemplo, na Suíssa eles fazem plebiscito até quando a sua força aérea pretendi adquirir um novo avião de combate.