O miniministro da Cultura, Marcelo Calero, na falta do que fazer e com o ímpeto de dar uma”puxada” de saco no chefinho, andou dizendo que o protesto do diretor e dos atores do festejado longa brasileiro Aquarius, em Cannes, contra o golpe no Brasil era ruim porque causava “prejuízos à reputação e à imagem do Brasil”.
Perdeu uma bela oportunidade de ficar calado e se dedicar a já quase impossível tarefa de pacificar o setor.
Ao aceitar assumir o cargo do puxadinho da cultura, Calero enterra sua vida no meio cultural. Aliás, a volta ao status de ministério, registrou a imprensa, foi feita sem que ele sequer soubesse. Essas coisas não passam despercebidas.
O resultado? Tomou um passa-fora do premiadíssimo diretor o filme, Kleber Mendonça, no Facebook:
Caro Ministro Calero, talvez isso aqui redefina sua noção de o nosso país passar vergonha internacionalmente. O The New York Times, o mesmo jornal de influência mundial que incluiu meu filme anterior – O Som ao Redor -, fruto do MinC, entre os 10 Melhores de 2012, um orgulho para a Cultura Brasileira. Abs, Kleber.
O famoso “vai ver se eu estou lá na esquina”.
Nos comentários da postagem do cineasta, um deles se destaca.
Vani Brayner diz: “Kleber Mendonça, você nem precisava responder a esse ministrozinho de meia pataca, mas já que respondeu, aplaudo de pé!”
Em tempos de ativismo digital, de redes sociais, não há como se esconder da vergonha que se transformou o golpe e seus cúmplices.
Independente do que acontecer ao país, muita gente terá motivos de sobra para sumir do cenário das artes.
Calero só não será o primeiro porque nele nunca apareceu.
6 respostas
É a mesma coisa as raposas invadirem o galinheiro a noite, comer algumas galinhas na surdina, o cachorro, vendo aquilo, avisar o resto da fazenda que o galinheiro tá sendo invadido e uma das raposas falar: que absurdo, esse cachorro boca aberta está passando uma péssima imagem do galinheiro.
Se tu substituíres raposa por pateta, chegaremos aos PATETAS ESTATIZADOS DO TEMER.
E a Sonia Braga deu outra chinelada. Da sua página no Facebook:
“A FOTO É A MESMA O RECADO É NOVO:
Aula de História para o senhor Marcelo Calero, 33 anos de idade.
Eu, só de profissão, tenho 50.
Na época da Abertura, os artistas não tinham sequer uma lei que regulasse a profissão. Essa lei foi promulgada em 1978, depois de muita luta, da qual tive a honra de participar.
Naquela época, acredito, o senhor Marcelo ainda não havia nascido. Por isso, não deve ainda ter tido tempo de aprender sobre os nossos problemas e os nossos direitos.
E pouco se importou, ou não notou, que uma atriz brasileira era campeã de bilheteria do cinema brasileiro e sustentou este título por 30 anos – também ganhando, com filmes brasileiros, além de projeção internacional, muitos prêmios no exterior, promovendo assim o nome de Brasil e de nossa cultura.
Como pode um Ministro dizer que um ato democrático como o nosso é a representação de um País inteiro?
Isso é desconhecimento do que significa plena democracia. Se estivéssemos falando em nome de todos não precisaríamos, evidentemente, fazer o ato.
Uma coisa é certa: estamos juntos.
O Ministro da Cultura ofendendo artistas é inadmissível. O senhor está nesse cargo para dialogar, para nos ajudar, para fazer a ponte com quem nos explora.
A propósito, as críticas para Aquarius foram fabulosas. Quatro estrelas em jornais franceses, italianos, poloneses, russos e três citações no The New York Times. Ponto grande para a imagem da cultura brasileira no exterior.
Senhor Ministro, não podemos perder as nossas conquistas. Sobretudo a mais importante delas, o respeito”
“Prejuízos à reputação e à imagem do Brasil” está causando esse governo(?) da coalizão de ladrões, não esquecendo de um ex-presidente gagá e canalha que, ao contrário de Lula, só abre a boca no exterior para falar mal de seu país…
Bravo,Bravissimo para nossos artistas!
Um governo que o assessor especial do ministro do esporte foi condenado por tentativa de homicídio, o tal Vandinho pitbul. Só falta Fernandinho Beira Mar.