Às vésperas dos atos autoritários de 7 de Setembro e no mesmo dia em que Jair Bolsonaro anuncia um “ultimato” a ele e a Luiz Roberto Barroso, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal mostra que as ameaças presidenciais não estão surtindo o efeito de intimidar o STF. Mandou prender um certo Wellington Macedo, agitador de redes sociais, e Marcos Antônio Pereira Gomes, mais conhecido como “o caminhoneiro Zé Trovão”, este ainda foragido.
Verdade que a prisão ocorre a pedido da Procuradoria Geral da República, assinada pela braço direito de Augusto Aras, mas isso não elide o fato de que Moraes não titubeou em decretá-la.
Mas a atitude de Moraes mostrou que não apenas ele, mas o Supremo, estão “pagando para ver” o blefe do bolsonarismo.
Acha que vai fazer barulho e nada mais.
Até porque a estratégia de Bolsonaro é um erro crasso.
Não há preocupação nas ruas, apenas nos currais do eleitorado bolsonarista-raiz, sobre uma suposta “liberdade de expressão” de incitadores do golpe e da ilegalidade.
Caixinhas, rachadinhas e indiscrições sobre a vida íntima dos Bolsonaro escalam os trend topics das redes sociais e se tornam muito mais relevantes como informação.
E as ameaças bolsonaristas passam a ser mais de um golpe pela impunidade da família do que “pelas liberdades” de propor golpes que dizem estar ameaçadas.