Sempre há especulação com o dólar nos finais de ano, quando se definem muitas remessas ao exterior e vencimentos de contratos de cãmbio.
Este ano, porém, a pressão está subindo além do previsível e já tocou os R$ 5,75 por três vezes durante o pregão de hoje (alta de 2% em dezembro e de quase 11% em 2021).
Como se vem repetindo aqui, uma imensa pressão sobre a inflação e um imenso freio ao investimento, mesmo com o Banco Central fazendo investidas diárias no mercado para segurar a cotação da moeda norte-americana, inutilmente.
O movimento especulativo seria inofensivo, se durar os poucos dias até o final do ano e esgotar-se em seguida, mas não parece ser esta a situação.
Os sinais de que 2022 será um ano de recessão são muito fortes, seja pela expectativa eleitoral (o que, na insânia de parte de nosso empresariado, lhes seria negativo, com o favoritismo de Lula, seja porque o panorama fiscal do país e uma bagunça de fazer dó, com Bolsonaro apostando na distribuição de benesses para uma improvável restauração de suas chances eleitorais.
Aposta, diz até o seu ex-guru Olavo de Carvalho, perdida.