A nova pesquisa XP/Ipespe é apenas a confirmação de que o cenário eleitoral segue se cristalizando.
A possível entrada de Sérgio Moro na disputa presidencial não alterou, praticamente, o quadro de preferências e o ex-juiz tem, até agora, números decepcionantes: 2% na pesquisa espontânea (Lula, 31%; Bolsonaro, 24% e Ciro, 3%) e meros 8% na estimulada, onde os nomes são apresentados ao entrevistado (Lula, 41%; Bolsonaro, 25% e Ciro, 9%).
Num hipotético segundo turno contra Lula, o ex-herói nacional tem 34% e o ex-presidente 52%, o maior percentual que alcança em qualquer confronto direto com outro candidato. Em votos válidos, isso é 61,5% contra 38,5%. É apenas um pouco maior do que percentagem que Bolsonaro consegue, num confronto direto com Lula (36% x 64% nos votos válidos, com 50% x 32% nos votos totais).
Francamente, falar que um potencial candidato como Lula, ao chegar a mais de 60% dos votos válidos em qualquer confronto possível em segundo turno é ridículo, porque não há na história brasileira candidatura que ultrapasse em muito a marca de 60% dos eleitores que escolhem um candidato.
Mais ainda, quando todos sabem – exceto os fanáticos do governismo – que haverá um agravamento da crise econômica que, é claro, aumenta a tendência a que se busquem candidaturas que ofereçam a esperança de uma situação de estabilidade que, mais que qualquer outro, é Lula quem desperta.
Mesmo que a eventual ascensão de uma candidatura de Moro a presidente – se vier a se confirmar – o que acontecerá é um “troca-troca” de votos entre ele e Bolsonaro e os demais candidatos da chamada “Terceira Via”.
E não há nenhum sinal de que a ordem das parcelas vá alterar o produto.