Um dos melhores e mais argutos olhares sobre a mídia, o de Luciano Martins Costa, aponta hoje, em seu programa no Observatório da Imprensa, um efeito evidente – mas pouco ou nada comentado – da cobertura dada à prisão de dirigentes de empresas na “Lava Jato”: a execração pública que leva à condenação prévia dos acusados.
Luciano mostra a mecânica ditatorial que funciona neste processo, ampliando – até o avassalamento, muitas vezes – o poder discricionário dos “agentes da lei” e de um juiz.
Errada, certa, fundada ou não, as razões acusadoras se tornam uma verdade absoluta, à qual negar se torna, na prática, uma heresia.
Um “espírito da Bastilha” ao revés: em lugar da revolução, a restauração dos velhos poderes políticos.
Antes do trecho que reproduzo (a íntegra está aqui) , ele propõe um raciocínio simples:” (…) alguém tem dúvida de que, se o empresário Marcelo Odebrecht estivesse sendo investigado por obras no metrô de São Paulo, ele estaria respondendo a um eventual processo em liberdade?”
A única ditadura que ameaça – ou mais que isso, se implanta, agora – o Brasil é a da mídia.
Condenações a priori
Luciano Martins Costa, (trecho) no Observatório da Imprensa
As discussões sobre a condução de processos que ganham holofotes na imprensa são inconclusivas, não apenas porque o jornalismo declaratório reflete o interesse da mídia tradicional, mas também porque altera o poder discricionário dos investigadores e da Justiça.
Essa relação convergente entre o desejo do investigador e do julgador – de ver confirmadas suas suposições – e a oferta, pela mídia, de um aval para essas versões, cria uma lente que pode distorcer os fatos. Por isso, é interessante observar como a nota publicada pela Odebrecht (ver aqui), que ocupa meia página de jornal, insere uma quantidade considerável de dúvidas nas acusações que ocupam muitas páginas dos mesmos diários. No entanto, o que predomina no imaginário do público, com toda certeza, é a convicção de que a empresa não apenas está envolvida no esquema da Petrobras, como era o eixo principal do suposto cartel.
A imagem de um empresário poderoso algemado mexe com as emoções, e a imprensa sabe manipular esse “espírito da Bastilha”. Alguns teóricos da comunicação observam que a mídia tradicional ganha uma espécie de sobrevida justamente quando exerce o papel de ancorar alguns aspectos das múltiplas informações que formam o ambiente hipermediado. Essa é uma função diversa daquela tradicional, de mediar os fatos tidos como relevantes.
O jornal Valor Econômico contribui para o entendimento de como se dá essa ancoragem, na reportagem principal do caderno especial de fim de semana, sobre como o foco se transforma em artigo de luxo no ambiente saturado de informação.
Ao selecionar os elementos que serão inseridos na agenda pública, e definir a versão predominante dos fatos, a imprensa está exercendo um poder discricionário – de prender o foco do público em um aspecto específico de acontecimentos complexos.
A imagem dos empresários algemados significa uma condenação a priori. Nesse contexto, a liberdade de imprensa, exercida com um viés específico, se reverte em cerceamento de outras liberdades, como o direito de alguém demonstrar que está sendo injustamente acusado de um crime.
23 respostas
É…, prisão de rico mexe mais com o brio dos Iluminados do que prisão de pobre.
É muito jurista para uma toga só….rs
Tenho para mim que o ilustre Moro sabe melhor do que ninguem que a “sua operação lava-jato” é espuma que o vento leva.
Pelo que se vê, as irregularidades são tantas, o trabalho todo é tão viciado ideológicamente que o STJ, onde alguns juízes já se manifestaram contra os excessos.
Assim, baseado na inércia corporativa do CNJ ele vai jogando para a platéia.
Segundo rola na internet fala-se no “grupo lava-jato”.
Como pode um juiz fazer parte de um grupo com o MPF e PF, com funções completamente distintas. Imagino que um juiz deva presidir um processo analisando, dentro do devido processo legal, o que lhe chega .
Pretender extrapolar sua função jurídica num ímpeto vingador e perseguidor político de investigados é um desserviço à justiça.
A corrupção tem que ser duramente combatida mas dentro do cumprimento da lei, caso contrário voltaremos à Idade Média, à caça das bruxas e às fogueiras da Inquisição.
Ao Moro a moratória prudencial !
É isso mesmo. E agora Lula, que todos dizem ser o próximo alvo da prisão de Curitiba, já foi condenado por muitos nas redes sociais. Não entendo como as pessoas não percebem que prejudicam a si mesmas ao apoiar um processo torto, que prende sem provas, que força delações, que vaza informações, que leva coercitivamente quem está à disposição, etc. O fato da justiça não estar fazendo nada contra isso não avaliza o que está acontecendo em Curitiba.
Re, é a Justiça que está fazendo isso….e todas as prisões decretadas pelo Moro foram confirmadas nos Tribunais Superiores.
Agora, na cadeia só tem inocentes.. pergunte a quem está preso.
É a justiça do dr. Sergio Tucano Moro e dos covardes que estão no STJ, no CNJ e no STF, eles estão praticando a justiça dos poderosos, a justiça do linchamento feito pelas organizações mafiosas do PIG. Eles não estão usando a nossa constituição e nem a Justiça. Eles estão usando o poder de manipulação com o apoio da imprensa mafiosa e corrupta. Talvez você esteja ao lado desta mesma justiça morista e quer que todas as pessoas entendam que isto é a Justiça.
Se as cortes superiores deram razão ao dr. Sergio Tucano Moro é porque a imprensa bandida e mafiosa (que talvez você cloves ame de paixão) estão com a espada no pescoço das cortes superiores amedrontadas e submissas aos interesses do PIG.
…a imprensa bandida e mafiosa está…
Prudente, membros dos Poder Judiciário devido as suas garantias e prerrogativas não se importam nem com a imprensa nem com a opinião pública haja vista suas escandalosas mordomias como salários acima do teto, férias de 60 dias e auxílio-moradia.
Querendo ou não, o problema de Lula não midiático nem político, é penal. Ele está envolvido no meio de uma operação policial e tem que ser esclarecida a sua participação ou não nesses crimes.
O juiz Moro não foi refutado pelos Tribunais Superiores porque está seguindo corretamente os procedimentos processuais-penais.
E a imprensa só noticia o que depreende desses inquéritos, afinal, não foi o PIG que obrigou Lula a fazer negócios com empreiteiras rés no Petrolão.
Frisando que essas empresas só são bilionárias devido à rapinagem do dinheiro público.
Os blogs devem urgentemente divulgar os nomes completos dos desembargadores e ministros que estão fornecendo suporte aos abusos do juiz Moro.
Só assim a justiça virá a tona. Não podemos permitir que se escondam atras da figura de moro.
O juiz de primeira instância não tem poder algum se não tiver um tribunal lhe fornecendo espaço de atuação.
Um tribunal regional não tem poder de distorcer a justiça se o STJ ou STF corrigir seus abusos.
Lamento informar, mas Lula não está envolvido em operação policial nenhuma. Muitos nomes foram citados até agora pelos reais criminosos, inclusive o de Aécio, de Sérgio Guerra, etc, mas não Lula. Vocês são tão fraquinhos que nem decoram o script, pois a Lava jato não começou para derrubar Dilma? Como não conseguiu, agora vocês inventam de derrubar Lula para 2018. Seria patético se isso não estivesse comprometendo a credibilidade de duas importantes instituições em qualquer democracia: o judiciário e o MP.
Não, Lula não tem um problema penal, mas o Brasil tem um enorme problema institucional.
Lula, se preferir Brahma, já alarmou que será o próximo alvo da Operação, dada a sua notória ligação com a ré Odebrecht.
É um problema penal, a operação investiga vários crimes previstos no CP tais formação de quadrilha, desvio de dinheiro p´blico, lavagem de dinheiro, tráfico de de influência e outros.
Lula, deixa de futrica, vá se defender na Justiça, não pela mídia.
Você esqueceu daquele crime famoso: o domínio do fato. Vai treinando para decorar melhor a a cartilha porque quando não tiverem nenhuma prova, vão acabar apelando para isso mesmo.
A propósito: o MP declarou que Lula não é investigado. Portanto, cuidado você com a justiça, com os crimes de calúnia e difamação. Ah, esqueci que tucano não precisa temer a justiça.
Ditadura da mídia e do Judiciário, é bom que se diga.
A grande ditadura é a da mídia, não há mais dúvidaas sobre isso. Ela escolhe no judiciário e no legislativo também quem vai apoiar e turbinar, visando seus propósitos.
E faz ficar calado quem ela não deseja que fale. Veja as palavras do artigo acima: “…a mídia tradicional ganha uma espécie de sobrevida justamente quando exerce o papel de ancorar alguns aspectos das múltiplas informações que formam o ambiente hipermediado. Essa é uma função diversa daquela tradicional, de mediar os fatos tidos como relevantes.”
Em outras palavras, a mídia está fugindo de um comportamento mais imparcial que seria o tradicional, para manipular informações buscando dirigir a opinião pública no sentido de apoiar as ações discricionárias do juiz da lava jato e de sua equipe de trabalho.
A mídia não entrevista qualquer dos inúmeros destacados juristas que se têm levantado contra esta abusiva e absurda operação político-midiática-jurídica que está transformando a justiça em força ideológica de direita destinada a criminalizar e demonizar líderes da esquerda e o seu maior partido, inclusive os líderes de grandes empresas que têm trabalhado com os governos daquelas lideranças em favor do desenvolvimento do país, tudo com o único objetivo de fragilizar e derrubar um governo federal legitimamente eleito pelo povo.
Desde a última eleição, a imprensa não faz outra coisa senão repetir dia e noite para o povo que ele se enganou quando votou na continuidade do projeto de desenvolvimento independente(independente da vontade dos EUA)e inclusivo do Brasil. Que ele se equivocou na expressão de seu desejo democrático. E nesta repetição propagandeada, a mídia tem esondido todas as notícias negativas sobre casos e personalidades da direita e tem destacado qualquer notícia sobre casos e personalidades da esquerda, transformando-as sempre em notícias negativas, e ampliando aspectos que não teriam destaque algum se a intenção fosse informar e não desinformar.
Isto é visível, é notório e é sempre possível de ser amplamente provado. A mídia não exerce o seu papel de informar sobre todos os lados relevantes da questão. A mídia é uma força de caráter internacional que opera de modo subversivo e internvencionista dentro do Brasil.
Ao contrário de bem informar, ela a mídia não perde oportunidade de dar grande destaque a, por exemplo, uma manifestação improvisada na frente do prédio da polícia de Curitiba, uma manifestação de sete pessoas apenas, com cartazes bem legíveis de apoio ao juiz Sérgio Moro. Isto soa como uma manobra midiática previamente combinada, sendo que esta é a forma concreta da mídia alertar a suas hipnotizadas vítimas para o fato de que seu herói artificializado está recebendo fortes ataques pertinentes e racionais e é preciso defendê-lo a todo custo com o arsenal paneleiro da irracionalidade.
Ótimo, a justiça no Brasil se desmoralizou completamente, para isso teria que existir um partido de esquerda que assumisse o poder da república para desnudar como é o Brasil. Estamos vendo o Pus de uma sociedade apodrecida vir a tona.
O pessoal do Moro levou computadores e documentos da Odebrecht. A OAB conseguiu que eles não abrissem os documentos do setor jurídico, sob pena de violação das prerrogativas profissionais dos advogados. Mas será que não levaram também segredos profissionais da própria empresa? A Odebrecht compartilha segredos importantes, não apenas com relação às hidrelétricas em construção, como também com relação ao submarino nuclear do Brasil, o chamado Prosub da Marinha. São segredos de segurança energética e de segurança militar. Levaram ou não? Tais segredos estariam seguros em mãos de pessoas que já deram mostras de que odeiam tudo o que é advindo do campo progressista, mesmo que este tudo seja democraticamente eleito? Pessoas que têm partido e que são capazes de atos de hostilidade contra o governo do seu país, como ficou provado durante a última eleição? Pessoas que agora mesmo vão aos EUA para entrar em contato com gente da inteligência de um país estranho?
Talvez eles estejam manipulando um motivo para o povo se revoltar contra eles, e daí colocam a polícia pra bater…uns atiradores de elite pra matar e assim, com a morte de inocentes gerar o caos, e depois saquearem nossas riquezas, leia-se o pré-sal, principalmente! Já não vimos este filme no “inverno Árabe”?
Juiz Moro põe a raposa para cuidar do galinheiro
Cai a máscara de Sérgio Moro. Ao pedir ajuda aos Estados Unidos para investigar duas das maiores empresas do Brasil – Odebrecht e Andrade Gutierrez – o juiz da Lava Jato quer colocar a raposa cuidando do galinheiro.
Sérgio Moro é um Dom Quixote às avessas. O que parece ser um gesto “corajoso e nobre” de quem tenta a todo o custo acabar com a corrupção, esconde intenções nefastas.
Em 2009, a Wikileaks publicou que o então candidato à Presidência da República José Serra (PSDB) estava comprometido com interesses da Chevron, a petrolífera estadunidense que protestou quando foi aprovado o modelo de partilha. A lei aprovada no governo Lula mantém a Petrobrás como operadora única do pré-sal e também assegura à empresa brasileira, de saída, a propriedade de 30% em cada campo a ser prospectado. Sem dúvida, representou um avanço em relação ao que existia antes.
Aparentemente “bem intencionado”, Sérgio Moro caminha par e passo com o vendilhão José Serra. Enquanto o primeiro chama os ianques para “ajudar a investigar empresas brasileiras”, o senador do PSDB de São Paulo já conseguiu que o Congresso aprovasse a votação em regime de urgência do projeto de sua autoria que derruba o modelo de partilha e retoma o modelo de concessão, estendendo para o pré-sal a fatídica Lei 9478/97, de FHC, que, na prática, acabou com o monopólio estatal do petróleo.
O modelo de concessão é o pior possível para o Brasil e os brasileiros, deixando escoar pelo ralo toda a riqueza que deveria ser utilizada para sanar os problemas sociais do país. Se o projeto de Serra for aprovado, quem perde e a Petrobrás e o povo brasileiro. Vão para o ralo, inclusive, os recursos que já estavam destinados à saúde e educação, através dos royalties que seriam pagos à União.
Casado com uma advogada que está a serviço do PSDB e de petrolíferas estrangeiras as ações de Sérgio Mouro prejudicam a Petrobrás e favorecem os interesses de petrolíferas como a Chevron. É inadmissível que a Justiça não coloque o juiz Moro em suspeição, pelo envolvimento direto dos interesses dos clientes de sua esposa com esse caso.
Apurar a corrupção é legítimo. Mas prejudicar a economia, a engenharia e os projetos sociais do país é ilógico e deslegitima a forma como esse processo caminha. Juntas, Odebrecht e Andrade Gutierrez são responsáveis por mais de cem mil empregos. As duas empresas são as maiores prestadoras de serviço do país e da Petrobrás, no Brasil e no exterior. As concorrentes estadunidenses a essa altura estão festejando as consequências da Lava Jato.
Com que autoridade um juiz do interior consegue abalar as maiores empresas do país, sem medir as consequências do desemprego em massa? Favorecendo abertamente os interesses das empresas norte-americanas que, com certeza, se investigadas fossem, também cairiam nas malhas da corrupção? Qual o plano B para evitar os prejuízos sociais e econômicos para o país e a evasão de divisas?
Os Estados Unidos, agora chamados por Mouro para ajudar a investigar empresas nacionais, não reconhecem o mar territorial brasileiro (200 milhas). Caso Serra consiga derrubar a Lei de Partilha e Moro, no rumo que segue, consiga inviabilizar da concorrência as empresas nacionais e impor novos prejuízos a Petrobrás, estarão esticando o tapete vermelho para facilitar o domínio do imperialismo estudanidense no pré-sal.
O dono do WikiLeaks, Julian Assange, por suas incômodas revelações, amarga no exílio, escondido há anos na Embaixada do Equador, em Londres. No Brasil, o cinismo dos tucanos e da grande mídia não tem limites. Insistem em travestir de heróis aqueles que querem acabar com o regime de partilha, com a observância do conteúdo nacional e insistem em destruir a Petrobrás – patrimônio do povo brasileiro – e a engenharia nacional.
O juiz João Batista Damasceno, em um artigo corajoso, declarou: “Tenho vergonha de ser juiz, mas não perco a garra e nem me dobro ao cansaço”. Referia-se à impossibilidade de melhorar as condições do povo no país em que vive, em face das dificuldades estruturais e institucionais.
Como João Damasceno, existem inúmeros juízes que honram as suas togas. Mas também existem aqueles que as envergonham. Sérgio Moro é um falso herói. No Paraná, onde está jurisdicionado, os juízes fazem farra com o dinheiro público, o que não parece causar qualquer desconforto ao chefe da Lava Jato.
Os magistrados paranaenses têm regalias maiores comparados com o resto do Brasil. Seus salários são 12 vezes maiores que a renda do brasileiro médio (e seus abonos sequer estão incluídos nessa contagem), contabilizando cerca de R$ 303,2 mil reais anuais a juízes em início de carreira. Enquanto o trabalhador comum tem direito a 33% de adicional de férias, apenas uma vez ao ano, os magistrados paranaenses têm direito a 50% de abono e duas férias por ano.
Existem confortos maiores aos desembargadores. Eles não só têm direito a carro com motorista e café da tarde, como também recebem frutas em seus gabinetes. Sem esquecer que os juízes de todo o país ganharam recentemente o auxílio moradia, mesmo os que já possuam residência. Mas o juiz Sérgio Moro se cala diante de tanta mordomia. Tem juiz que se insurge e é punido, como Siro Darlan que foi afastado da Vara da Infância e Juventude por criticar a aprovação do recebimento pelos juízes de quase mil reais por mês, por dependente, como acréscimo ao já vultoso salário. Os juízes não são deuses e muito menos infalíveis. Alguns têm vergonha outros são sem-vergonha mesmo. Ou pior, utilizam-se de seus superpoderes sem levar em conta os interesses nacionais.
*Emanuel Cancella é secretário-geral do Sindipetro-RJ e coordenador da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)
Fonte: Agência Petroleira de Notícias
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
Rio de Janeiro, 22 de junho de 2015
http://emanuelcancella.blogspot.com.br/
Não há liberdade de imprensa no Brasil. Ela foi destroçada pelo poder econômico do oligopólio que domina os meios de comunicação. Os jornalistas desses veículos que não compactuam com a politicagem dos patrões estão amordaçados. Muitos já foram defenestrados.
Só fico pensando em uma coisa, o que acontecerá com nós comuns depois da consumação do GOLPE, em Minas Gerais tenho certeza não ficarei, aqui as pessoas morrem a televisão vem e faz a reportagem “Envolvido com o tráfico de drogas”. Pronto, simples assim, aqui nada se investiga em nome do Rei de Minas. E o Rei esta voltando a ativa por aqui, já controla novamente os meios de comunicação, a justiça, a polícia e as entidades de classe e as secretas, pasmem até aeroportos e helicópteros.
“alguém tem dúvida de que, se o empresário Marcelo Odebrecht estivesse sendo investigado por obras no metrô de São Paulo, ele estaria respondendo a um eventual processo em liberdade?”
Claro que não iria, o processo nem ia sair da gaveta, pra início de conversa
Eita judiciário tacanho e seletivo. Juiz maquetrefe.
Bastaria um suicídio de Dilma ou Lula, para que esse “espírito da Bastilha” se voltasse contra a grande mídia e fizesse rolar as cabeças dos grandes culpados, que certamente seriam os marinhos, civitas e frias. Não brinquem com quem esta quieto…
O que a maioria dos articulistas, colunistas e comentaristas não conseguem perceber, é que a atuação do Juiz Moro está destruindo a Instituição Judiciária e a própria Constituição. Moro inverte os papeis do judiciário e rasga, a céu aberto, os principais “princípios” da Constituição Federal, relativo ao direitos individuais. Ninguém contesta isto, ou por medo, ou por ignorância, e muitos aplaudem, mais por ignorância ou paixão política, pois mal sabem que os critérios usados pelo Juiz Moro, são “inconstitucionais”, e vão chegar logo, logo, à raia miúda, às primeiras instâncias. Vai fazer escola, e aí, quem hoje está aplaudindo esta demência jurídica, passará a sentir na carne e na alma, os efeitos do mal que fez a si próprio, ao apoiar isto. Tenho ouvido e lido em comentários e artigos, nos jornais, revistas e nas redes sociais, muitos dizerem que os países civilizados utilizam o expediente da delação premiada, e é em parte verdade, mas há uma “gritante” diferença na aplicação deste instituto em outros países, com o que é feito aqui, pelo Juiz Moro. A delação premiada, só tem valor se de ”foro íntimo”, pessoal, sem prisão, sem coação, pois isto a torna leviana e sem predominância legal, vira uma espécie de “jogar merda no ventilador”. Para tentar se salvar, mesmo não tendo prova alguma, acusa-se outras pessoas, para aumentar o número de acusados, e em troca, ser premiado ao invés de punido. Lá fora, o paciente que está sendo investigado tem de” livre e espontânea vontade”, procurar o MP e oferecer a delação, em troca de uma amenização da pena, mas não basta só falar, obrigatoriamente tem de “apresentar documentos como prova”, só a palavra não vale e o acusado é informado do que foi acusado e, livremente, faz sua defesa. Isto é completamente diferente do que está sendo feito aqui pelo Juiz Sérgio Moro e o MPF. Aqui ocorre o inverso, o MPF e o próprio Juiz exercem pressão psicológica sobre o paciente o prendendo, sem qualquer prova robusta, baseado apenas na falação de alguém ou até mesmo em mera publicação da imprensa, que acuse alguém, o que é definido pela legislação, como “tortura psicológica”. A tortura psicológica é tão maléfica e às vezes até pior que a tortura física. O mundo civilizado inteiro, não aceita a tortura como forma de se arrancar a verdade de alguém, nem a física e nem a psicológica. Quando uma instituição como o Judiciário pratica tortura psicológica, está destruindo a instituição judiciária, há jogando na vala das inversões jurídicas e transformando o país, em um país sem lei. Pois o estrito cumprimento da lei é que garante o Estado Democrático de Direito, que garante a liberdade, que garante a democracia. E se a própria justiça não cumpre a lei, quem mais a cumprirá? Fora disso, estamos caminhando para o obscurantismo, para o nível das relações como forma de proteção (como na idade média) e a lei deixa de existir. Na nossa Constituição “está escrito e proclamado” que o que vale é “a presunção de inocência” e que ninguém pode ser obrigado a produzir provas contra si mesmo. Sérgio Moro, criou “a presunção da culpa”, por isso está destruindo o judiciário e a passividade dos Ministros do STF em condenar práticas inconstitucionais, levará fatalmente este país, para as trevas. O que torna grande, uma nação, é o respeito à sua Constituição e às Leis, “erga omnes”, fora disso resta a tormenta, que virá por aí, com a escola de arbítrio inaugurada por Joaquim Barbosa e levada adiante por Sérgio Moro com a complacência das autoridades, dos poderes da República e da Suprema Corte. Pobre Brasil, estamos voltando ao mesmo julgamento da inconfidência, onde outro Joaquim, o Silvério dos Reis, “delatou”, em troca de benefícios para si, o resto da história todos nós sabemos. Dá uma tristeza danada, se lutar tanto contra a ditadura militar e ver o Estado Democrático de Direito, a duras penas conquistado, ser novamente dilacerado pela ditadura das máfias, que se enclausuraram nas instituições. Ninguém neste país é contra que se apure a corrupção e puna os malfeitores, mas que seja feito dentro da normalidade jurídica que rege a nação. Fora disso, a nada se chegará a não ser a outra ditadura, quiçá pior que a militar.