Moro e a praga de Lupicínio

Só não está mais sumido porque recebe a involuntária ajuda que de gente que não percebe que, no ostracismo em que se encontra, o melhor para completar o sepultamento político de Sérgio Moro é deixá-lo livre para tentar recuperar o eleitorado de direita com que nutre seus planos eleitorais para 2022.

O episódio da enxurrada de rejeição do bolsonaristão sobre ele pela estreia numa publicação do site que aqui se chamava de O Bolsonarista e agora é O Morista é o melhor exemplo do que pode arder a guerra da direita, estilhaçada na disputa entre minions, Doria, Luciano Huck e o próprio Moro.

Relato: Moro faz um vídeo ridículo , onde começa tirando uma máscara (a psicologia explica!) cirúrgica e termina dizendo que, se não gostarem do texto – primário e covarde -, deem-lhe uma chance no próximo, daqui a 15 dias.

Lógico, depois de fazer o cidadão pagar pela assinatura, sem que se esclareça se a sua contribuição é graciosa ou há um acordo comercial entre ele e a turma do atônito veneziano e o pessoal da Empiricus que são proprietários do site.

Mas a cereja do bolo é a declaração de Moro que seus patrões publicam hoje. quando ele diz à Jovem Pan do Paraná que reconhece que a Lava Jato teve impacto eleitoral em 2018, mas que “este foi um efeito colateral indesejado, que não era planejado”.

Tirar da disputa o candidato favorito e ser ministro o que, na sua ausência, ganhou foi, certamente, indesejado, não é?

Moro, embora muitos ainda lhe rendam reverências, é um cão sarnento na política. Parecem perfeitos para ele os versos de Lupicínio e sua “praga”: você há de rolar como as pedras que rolam na estrada/ sem ter nunca um cantinho de seu pra poder descansar.

Moro não tem morada, não tem quem confie nele para colocá-lo em casa, como Bolsonaro fez.

 

 

 

 

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