Sérgio Moro, perto do que foi na primavera da Lava Jato, parece um ninguém, valendo-se de um livro auto-elogiativo para ir a alguns estados, já começando, aqui e ali, a receber manifestações de hostilidade.
A “arrancada” que confiava dar com a formalização da candidatura não aconteceu e só mesmo a “boa vontade” escancarada da mídia e não avançou sequer à metade do que tem o hoje fraco Jair Bolsonaro.
Dizer que ele está “consolidado” como o candidato da 3ª Via, ao menos neste momento, é colocar o carro muito adiante dos bois, a começar porque não parecemos caminhar para uma via alternativa, mas mantermo-nos no enfrentamento Lula-Bolsonaro, com forte vantagem do primeiro.
Tanto é assim que, conversa daqui, conversa dali, é esnobado como “opção definitiva” por outros possíveis candidatos (ou pretendentes a vice).
Luiz Mandetta, “desistido” em seu favor pelo presidente do seu partido, Luciano Bivar, foi rapidamente à imprensa dizer que segue na disputa, embora já meio esquecido.
Doria, com quem ele se encontrou ontem, disse podem ele e Moro podem ser amigos, mas falar em aliança, nem pensar, por enquanto. E olhem que o governador paulista tem de arranjar logo uma saída honrosa para o esvaziamento de sua candidatura, que alcança 5% nas pesquisas mais generosas.
Foi o encontro de duas vaidades, duas ambições, duas empáfias , justo por isso, não deram um passo adiante.
Ciro, que atirou na direção errada, achando que o antipetismo o adotaria como rival de Lula, dispara agora em todas as direções e não avança em nenhuma. Nem para apanhar está servindo nas polêmicas, pois todos consideram melhor deixá-lo falando sozinho.
Só quem tem fato político novo a caminho é Lula, com a negociação com Geraldo Alckmin que, ainda que não venha a completar-se – e dá sinais de que irá, como a declaração de hoje de Marcio França, aliado do quase ex-tucano, de que tem “99%” de chances de que o ex-governador seja o vice do petista – está fazendo o papel de sinalizar que o ex-presidente quer diálogo e composição para ter um governo forte.
Quanto mais o tempo corre, sem que da cartola da direita saia um nome convincente para ser páreo para Bolsonaro, mas a eleição de 22 caminha para ser a que Moro não deixou acontecer em 2018 e muito mais até favorável ao ex-presidente Lula.