Fábio Zanini, na Folha, noticia que Sergio Moro e Luciano Huck tiveram um longo encontro no final de outubro, tramando uma associação – nome melhor que aliança, pois ambos não representam forças orgânicas na política – com os olhos nas eleições de 2022.
Moro está órfão, desde que deixou o governo Bolsonaro; Huck, depois do sou-não sou candidato deixou de ser a novidade que aspirava ser em 2018.
O primeiro deixou a condição de juiz que o projetou; o segundo reluta em deixar os programas de televisão e a publicidade que lhe deram fama e fortuna.
Os dois, porém, não contam com partidos ou articulações políticas para associarem-se numa aventura eleitoral: contam com a força da Rede Globo de Televisão.
Mas a própria Globo enfraqueceu-se pela ação do monstro que ajudou a criar, na ânsia de destruir a esquerda.
Certamente ela própria relutará em encampar a aventura de seus enfants-gatés, porque não lhe interessa ampliar a hostilidade que enfrenta, agora, à direita, antes restrita à esquerda.
Não vai embarcar facilmente numa “dobradinha” que vai virar, por todos os lados, uma “globadinha”.
Com seu futuro em cheque, vai pendurar-se em dois sujeitos que perderam, cada um por si, os seus momentos e que, agora, eventualmente juntos, não conseguem sequer um sopro de novidade?