Mortes em Paraisópolis foram homicídio, diz Ministério Público

Os nove jovens e adolescentes pisoteados e mortos na repressão policial a um baile funk na comunidade de Paraisópolis, no Morumbi paulistano, foram vítimas de uma ação deliberada da Polícia Militar, cercando cerca de 5 mil pessoas e as obrigando a fugir por duas vielas estreitas, onde era inevitável que fossem atropelados pela multidão apavorada.

A conclusão é, segundo o G1, da promotora Luciana André Jordão Dias, do 1º Tribunal do Júri de São Paulo, afirmou diz ter reunido provas para denunciar por homicídio doloso os policiais militares que participaram da ação.

É o contrário do que havia concluído o inquérito policial-militar da PM paulista.

A multidão estava concentrada na Rua Ernest Renan, no trecho entre as ruas Herbert Spencer e Rodolf Lotze. Os PMs se posicionaram justamente nas esquinas da Ernest Renan com a Herbert Spencer e da Ernest Renan com a Rodolf Lotze.
A única possibilidade de fuga eram duas vielas estreitas: a Viela Três Corações e a Viela do Louro. Foram nestas duas vias que os jovens morreram pisoteados.
>“Eles deliberadamente se colocaram nas duas esquinas, assim impediram a passagem. Aquela população não tinha para onde sair, diante da violência com que eles (os PMs) estavam agindo. Com isso, na medida em que as viaturas se colocam nesses locais, elas acabam causando a morte das vítimas. E tem sim como prever que isso vai acontecer. Isso é previsível e eles previram que isso iria acontecer. Por isso agiram sim com dolo eventual.”

Não se iludam, porém, os que pensam que isso é a garantia de que ser fará justiça. O massacre do Carandiru está aí para provar que o horror pode passar impune, como estão impunes ainda hoje seus mandantes e executores.

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Fernando Brito:
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