Entre segunda e sexta-feira é provável que aconteçam mudanças importantes na economia brasileira.
Não, não estou falando sobre as “previsões do mercado” sobre a economia brasileira com Joaquim Levy, Nélson Barbosa ou outro nome capaz de acalmar os apetites das finanças.
Algo mais importante, no curto prazo, do que o quanto o Ibovespa vá registrar.
Falo das previsões de outros, os meteorologistas, que estimam chuvas de até 200 milímetros (o equivalente a um mês inteiro de precipitação) sobre as cabeceiras do Rio Grande, do Paranaíba e do São Francisco.
Numa palavra, chuvas torrenciais, com possibilidades acima de 80% e projeções entre 30 e 80 mm diários, durante quatro dias ou cinco dias.
Quem não faz demagogia diz que, tanto quanto é dramática a situação de São Paulo – onde as chuvas cairão com menos força, infelizmente – é muito preocupante a situação dos reservatórios da hidrelétricas do Sudeste, tão ou mais atingidos pela seca que os mananciais que servem os paulistanos.
Chegamos ao final do período seco no pior dos mundos, o que coincidiu, aliás, com o projetado pelas autoridades energéticas.
Algo em torno de 15, 3% de acumulação de água nos reservatórios do Sudeste, contra 42% na mesma época do ano passado.
Claro que nem toda essa chuva vai fazer os reservatórios voltem àquele nível, mas ajuda a começar a recuperação que seguirá em dezembro e janeiro.
Recuperação que não será completa, diga-se já, mas que afasta o fantasma de um “apagão” que foi indevidamente agitado diante dos brasileiros por razões eleitorais.
Ninguém, mais que este blog, traçou tão dramaticamente as perspectivas de São Paulo quanto às chuvas.
Porque, fazendo a mesma comparação, o nível do Cantareira, no mesmo período, baixou de 32% para menos ( é, menos, porque volume morto é nível abaixo do zero) 20% de armazenamento.
No mundo das mudanças climáticas, o jornalismo brasileiro, salvo raríssimas exceções, ainda trata o tempo como algo a ser exibido por mocinhas bonitas sobre uma tela projetada de computado, dizendo obviedades.
Ou para fazer uma matéria espalhafatosa na base do “o nível da represa está em tanto” e pronto.
E no que tange à produção de energia, discutir superficialmente as questões, em nome de uma “preocupação ambiental” que não discute o essencial: não é possível pensar em um país economicamente viável se não for cuidado do suprimento de energia.
Ontem, muita gente deve ter lido pela primeira vez sobre o Complexo Hidrelétrico do Rio Tapajós.
Quatro anos de “atraso” por conta de procurar ajustar ambientalmente uma obra que aumenta em 10% todo o potencial de geração elétrica do país, com cuidados que jamais se teve antes na história.
Mas que é tratado como “crime ambiental”, enquanto 40 anos de imprevidência administrativa em São Paulo são “fatalidades climáticas” e se cobra dinheiro e autorizações a toque de caixa do governo federal para resolve-las em cima da perna.
17 respostas
Tenho acompanhado a crise de incompetência dos governos tucanos em São Paulo, meu estado. E esse blog tem ajudado muito a compreender as raízes da crise hídrica, cuja grande responsabilidade cabe aos 20 anos de governos do psdb. Tem sido desesperador acompanhar as políticas tucanas no meu estado.
Fernando, pelas fotografias que você tem postado das represas do sistema Cantareira (fundo de lama exposto e seco), uma enxurrada devido a chuvas torrenciais pode provocar um desastre.
A água pode provocar uma onda de lama e detritos que vai causar um estrago nas tomadas d’água e estações de bombeamento.
Verdade seja dita: esta é a maior seca que se tem notícia nos últimos 80 anos! E apesar disto, com os investimentos que foram feitos, principalmente em transmissão, mesmo com os altos custos, trazer energia das regiões de sobra para as de falta de energia, é que proporcionou que não tivéssemos racionamento. Isto sem falar dos investimentos em fontes alternativas de energia e nas custosas termelétricas. Mesmo assim houve um impacto muito grande nas expectativas, tanto na área energética, quanto na agrícola, de abastecimento de água e até no turismo e outras, talvez chegando a algo como uns 2% do PIB; merece até um estudo mais aprofundado isto…o que faz com que a chegada do período chuvoso, em especial em MG, que é a caixa-d’água do Brasil, seja uma notícia bastante positiva, que espero que recomponha nossos mananciais, será? Que venha um dilúvio, nos lugares certos…amén!
Precisaria um estudo, quem sabe umas teses de doutorado, a forma descarada, contraditória, suja, manipuladora, com que o oligopólio de imprensa vem tratando essas questões. Aproveitaram-se da estiagem para tratar com sensacionalismo e terrorismo a alta no preço do tomate e de outros produtos agrícolas que sabiam ser sazional. Essa politicagem influencia negativamente a economia e contribui para aumento da inflação. O recorde de seca só é lembrado pela imprensa quando fala do problema de SP. Relacionam até com a seca em outros países e culpam o povo por gastar muita água, isentando o governo tucano do Estado. Já em relação ao gov. federal, fazem previsões, há anos, de apagão e racionamento, que sabem ser improváveis, pois foram feitas obras e ações para evitá-los. E não houve as catástrofes, com saques e crianças morrendo de fome e sede, gado morrendo, pessoas migrando, como sempre ocorria no passado, mesmo quando a seca não era tão forte, pois o gov. federal entregou centenas de milhares de cisternas, e fez programas sociais para os mais pobres. Mas nada disso é noticiado pelo oligopólio de imprensa.
O que eu acho mais incrível é que quanta gente cre fielmente que o Alckmin é completamente isento de culpa. Dizem que a culpa é “do homem por ter destruído os mananciais”. Ora, e por que o governo, municipal ou estadual, não fez obras de preservação ou recuperação florestal? As pessoas parecem ignorar ou não saber que isto existe e que o governo não só tem dinheiro como deveria ter a obrigação de fazer isto.
TIJOLAÇO.
Leio religiosamente e comento em 17 sites sobre politica.
(sou apenas um cidadão, tentando participar de alguma maneira).
O seu, sem dúvida nenhuma é o mais proximo da Verdade e
busca de conhecimento sobre o BRASIL.
Acompanho seus comentários sobre a Água e Petrobras.
Estou com uma enorme dor no coração, pois terei ao meu ver
que deixar de fazer isto.
Pelas noticias que circulam nestes 16 sites.
Pior que um apagão, pior que o ovo da serpente, pior que a
bala de prata..
???
Vai ver que ele não pagou a conta e vão cortar a luz. Ou o computador queimou.
Chuvas que serão bem-vindas e as águas do São Francisco ajudarão no desenvolvimento do nordeste
Olha só o resultado da sua censura….
Olha só o que estão escrevendo de mim…
Tem gente dizendo que eu sou “um troll de extrema direita”…
Estão me comparando a Marco Feliciano…
Afirmam que eu “agredi você”….
Estão dizendo que eu sou “racista”…
Eu acho que você, como blogueiro que diz que tem “dez milhões de acessos” deve medir bem o que fez ao me censurar, apenas por eu ter me expressado e por ter dito a verdade…
Blog que PRATICA A CENSURA NÃO SE SUSTENTA….
Se é justamente isso o que as pessoas NÃO querem.
A política sem polêmica é a arma das elites.
Aqui não se admite polêmica…. Mas, como pode não admitir polêmica ?
Segue a transcrição da parte que cita o meu nome.
Texto de um tal José Antônio.
….”
Não sei de onde apareceu esse Sergio Govea.
Vi apenas seu comentário no Tijolaço do Fernando Brito.
Ao contrário de rebater o Ricardo Semler com argumentos, esses senhor Govea partiu para o mais puro preconceito. Seu primeiro comentário contendo a frase “Não confie em judeus” foi suprimido pelo Fernando Brito.
Não contente, voltou a comentar e a repetir a mesma frase, além de ter agredido o Fernando Brito por este ter suprimido seus primeiros comentários.
Se o Fernando Brito não suprimir também este comentário, típico do discurso de ódio, ele poderá ainda ser encontrado no link abaixo:
http://tijolaco.com.br/blog/?p=23197
Esse senhor Govea, no melhor estilo Marco Feliciano, acha que tem o direito de não gostar de judeus, assim como este pastor se acha no direito de não gostar de gays.
Enfim, se ele gosta ou não gosta de judeus, gays, negros, nordestinos, pobres, petistas, ou se é a favor da volta dos militares, é um direito que ele tem. A propagação do discurso de ódio, entretanto, ultrapassa esse direito.
Racismo e a sua manifestação pública, no Brasil, é crime.
Aqui no blog do Eduardo Guimarães ele está mais contido.
Para mim, entretanto, não passa de mais um troll de extrema-direita inconformado com o resultado das eleições.
Um desses que resolveram sair às ruas agredindo todos aqueles com os quais possui divergências políticas, sociais, sexuais, religiosas, regionais. Muito provavelmente, é mais um provocador.
Ok, Fernando Brito… leia o que eu transcrevi acima, morra de vergonha por ter feito o que fez e faça de novo… censure mais uma vez !
Sergio Govea.
Meu caro, eu suprimi o comentário ofensivo. Quando se suprime um comentário, as respostas a ele, por óbvio, são suprimidas também. Não há censura alguma, só não se deixa, aqui, fazer ofensas raciais. Menos, né?
É tão raro ver parlamentar petista falar em prol do governo que merece destaque o que se segue: Deputada petista diz que a corrupção no BANESTADO é embrião da Lava Jato. Eis o link sobre a fala da deputada petista: http://www.edsonsombra.com.br/post/opiniao-o-caso-banestadoa-a-petrobras-e-o-feitico-do-tempo20141123
“http://www.camara.gov.br/internet/comissao/index/mista/orca/orcamento/OR2003/irregular_2003/IG/25.662.0288.5085.0043_0358.pdf”.Tribunal de Contas da União apontando barbaridades na Petrobrás entre 2006 e 2001.Lá estavam Toyo,Utc etc..
Se as investigações da PF e da CPI forem até o período do desgoverno FHC, com certeza descobrirão somente barbaridades. Pois o governo do PSDB sucateou o quanto pôde a empresa, visando “provar” ao povo brasileiro que o Estado não tinha capacidade para administrá-la e que portanto, deveria privatizá-la. Inclusive, foi o que fizeram com parte das ações: venderam e o dinheiro sumiu, como sumiu, evaporou no ar, tudo o que disseram ter arrecadado com as demais privatizações. Sucatearam a empresa de propósito, a ponto de ocasionar o afundamento da maior plataforma de petróleo que havia, que custou bilhões de reais (nos valores de hoje). O doleiro Youssef já tinha ligações com os governos tucanos desde aquela época. É só questão de se querer investigar e de se desengavetar as denúncias feitas à época. Mas, com uma PF tucana, um MP tucano, uma imprensa tucana, um Judiciário tucano, fica difícil.
“http://www.camara.gov.br/internet/comissao/index/mista/orca/orcamento/OR2003/irregular_2003/IG/25.662.0288.5085.0043_0358.pdf”.Tribunal de Contas da União apontando barbaridades na Petrobrás entre 1996 e 2001.Lá estavam Toyo,Utc etc..
Isso vai trazer enorme alívio político ao “bom moço” de São Paulo. Mas nenhum alívio ao governo pois o bate-estaca da mídia já dispõe de outros alvos, reais ou não. O governo precisa mostrar ação, enfrentamento político, enfim, governar. Estudar e apresentar um pacote de ações para garantir e ampliar as conquistas da Classe C. Reconquistando a Classe C, especialmente a do Centro-Sul, o apoio popular será tão forte que acaba esse golpismo que está no ar e a base política reduz as cobranças estridentes. Na série de textos abaixo há uma reflexão neste sentido. O que a Classe C precisa? Recomendo a leitura.
http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR3.html
http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR2.html
http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR.html
O gigantesco trabalho do governo federal na construção de diversas hidrelétricas, algumas delas entre as maiores do mundo, para suprir a demanda crescente do país por energia e evitar um novo apagão como o que o ocorrido no governo do PSDB de FHC, é tratado pelo oligopólio de imprensa realmente “como “crime ambiental”, enquanto 40 anos de imprevidência administrativa em São Paulo são “fatalidades climáticas” e se cobra dinheiro e autorizações a toque de caixa do governo federal para resolve-las em cima da perna”.
Interessante é que os “ambientalistas” estilo Marina Silva ou Eduardo Jorge (PV), nada falam sobre a tragédia ambiental da falta d’água em SP, causada pela imprevidência, incompetência e irresponsabilidade do governo tucano paulista, durante os últimos 20 anos. E, ao contrário do que ocorre com o governo federal,o governo do PSDB de SP, se tivesse nesse tempo todo construído grandes represas para armazenar água para o tempo de seca, mesmo que com grande custo ao meio ambiente, ainda que precisasse alagar uma cidade inteira para fazer reservatório, não sofreria nenhum atraso causado pelos órgãos de fiscalização ambiental, porque os domina politicamente, nem críticas da mídia, nem de ecologistas de fachada, até porque esse tipo de “ecologista” apóia os governos neoliberais tucanos, faça chuva ou faça sol.