Na crise, uns comem o pato. E os patos pagam o pato

pato

Para o chororô empresarial, que usa as dificuldades do país para recursar-se a pagar impostos compatíveis com seus ganhos, enquanto os mais pobres pagam a conta da carestia e do arrocho salarial, quando não do desemprego, nada melhor que a leitura do texto de Daniele Madureira, agora há pouco, no Valor:

“Durante o segundo trimestre deste ano, 321 empresas de capital aberto no Brasil acumularam um lucro de R$ 41,9 bilhões, o que representou uma alta de quase 15% sobre os R$ 36,5 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. Os dados pertencem à consultoria Economatica.

Os bancos lideraram os ganhos, respondendo sozinhos por um lucro de R$ 19,15 bilhões, o que representou uma alta de 43% sobre o resultado do setor no segundo trimestre de 2014. A arrancada das instituições financeiras foi capitaneada pelo Santander, que apresentou um ganho de R$ 3,88 bilhões no período.

De acordo com a Economatica, além dos bancos, entre os setores mais lucrativos, estão mineração (R$ 5,09 bilhões), alimentos e bebidas (R$ 3,25 bilhões), energia elétrica (R$ 3,12 bilhões), telecomunicações (R$ 2,33 bilhões), seguradoras (R$ 1,62 bilhão), papel e celulose (R$ 1,35 bilhão) e indústria química (R$ 1,35 bilhão).”

Os bancos, coitados, sofrem com a falta de clientes para pedir empréstimos, já que os investimentos estão retraídos e o consumidor, ressabiadíssimo.

A mineração, com a queda do preço das commodities.

Alimentos e bebidas, claro, com a retração do consumo.

Energia elétrica é o setor onde as empresas, arruinadas, precisavam do tarifaço para sobreviver, tadinhas.

Empresas de Telecomunicações certamente conseguiram seus ganhos com a alta qualidade dos serviços que prestam, e que “não prestam”, como todos sabem.

E assim vamos, num país onde os ricos choram de barriga cheia e os pobres – ainda bem que por enquanto não de barriga vazia – não entendem porque têm de pagar sozinho o pato do banquete alheio.

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3 respostas

  1. Santander lucra por ano o valor de sua compra com titulos podres. Sem investimentos posteriores. Recebeu tudo prontinho do Gaga.

  2. É o ajuste levyano com anuência da Dilma. Como de hábito, o povo paga e a turma da bufunfa fatura.
    Desemprego, retração salarial, juros caros, conta da luz mais cara, nada de novo no front.
    O ajuste anda rápido e os impostos sobre fortunas, transferências, bancos estão parados.
    Não há clima . . . .
    Agora já se fala que a economia, previsto para deslanchar ainda em 2015, já ficou para depois. Enquanto isso a transferência de recursos do Tesouro para os endinheirados, via SELIC, segue frouxa. Aí não tem ajuste . . .

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