A não-cassação de Dilma foi um recado para Temer

angeli2

Piedade? Remorso?

Pode ser que, para um ou outro, pode até ter sido.

Mas há um voto que deixa claro que não é este o sentido principal da diferença entre os votos obtidos para a cassação do mandato de Dilma e os (não) obtidos para a supressão de seus direitos políticos.

Não procurem explicar por gestos de humanidade homens capazes de vilipendiar os votos de seu povo, os votos que os puseram ali naquele clube de privilégios.

Tudo ali, hoje, é politicagem.

O que houve foi um recado a Michel Temer: você não tem os dois terços do Senado de que precisa para aprovar as reformas constitucionais que o mercado e os tucanos exigem.

Como, sem Cunha, também não tem os dois terços da Câmara.

Por isso a reação agressiva de Temer ontem mesmo, quando deveria estar todo sorrisos com a efetivação na presidência.

De um lado, os grupos econômicos e empresariais, o PSDB, DEM e o PPS vão lhe exigir logo as medidas de arrocho.

De outro, os políticos convencionais do PSDB não estão dispostos a simplesmente apertar os botões à sua ordem.

A aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias na Câmara já foi um parto: 260 votantes, três a mais que o mínimo necessário.

A batalha de Temer começa justamente na segunda-feira, dia 12, com a improvável votação da cassação de Eduardo Cunha.

Contra Dilma, todos se uniam.

Agora, são outros negócios.

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14 respostas

  1. Pensei a mesma coisa, penso que o governo do temer vai ser igual ao do sarnento ao final de dois anos, vai sangrar até a última gota

  2. Será que o Butim Brasil vai ser suficiente? São tantos para mamar, que não sei não, ein!

  3. Temer pensa que é presidente, Cristovam pensa que não é golpista e o PSDB pensa que será poder em 2018.

    Como se vê, a direita é a nossa elite “pensante”…

  4. Tem um monarquista ai que não quer que Dilma seja presidente.

    Fico me perguntando: quantos reis, no Brasil, já foram eleitos pelo voto direto?

  5. Certeza que sim.
    Na “aliança” antidemocrática havia um objetivo comum: depor Dilma (com apoio do judiciário, da mídia e os barões de SP).
    Agora, parece ser uma hora impropícia para alianças muito amplas, pois estamos em campanha para prefeitura.
    Existem, então, agravantes. Uma oposição raivosa, que cai em um vácuo (afinal, estão trabalhando para depor Dilma desde ANTES de 2014, logo após as Jornadas de Junho de 2013). São 3 anos focados em minar, sabotar, distorcer, denegrir, enxovalhar e agora o objetivo foi alcançado. Um deles. Os outros estão na mão de Moro e de Gilmar. A disputa por cargos, por recursos federais, os conflitos com trabalhadores e movimentos sociais, enfim. Esta sopa irá ganhar muitos temperos nos próximos meses.

  6. Pergunta que nao quer calar: O STF negou todos os recursos a Dilma com a alegacao que o processo era politico, por que agora alguns ministros estao opinando contra o fatiamento que levou a nao inabilitacao da Dilma? O processo agora nao e mais politico?

  7. Se os legalistas do Brasil, começar achar que foi recado para este e para aquela, não foi. Na minha ótica, ao mesmo “tribunal de exceção” visto não ter tido crime de responsabilidade, “aos mesmos jurados” foi dado a mesma votação que impitimou ilegitimamente, os mesmos jurados votaram pela não cassação dos direitos políticos. Como os mesmos jurados poderiam sentenciar em presentear a Presidenta com uma caixa de bombom ao final do julgamento. Me parece que a visão correta seja assim. Senão vão descarregar ao petista levandoski de uma coisa em que ele não votou.

  8. Nota além do momento: Se o crime de Lula foi uma pedra de granito para a pia, como ficou aquela denuncia de Auler sobre Cozinha Gourmet da FT que não consta das contas?

    Já foi esclarecido?

    Como ficou a questão da comissão por delação de 10%? Quem ganhou? Moro ou Teoria?

  9. Minha opinião: livraram a Dilma. Abrem precedentes para não cassarem direitos políticos do Cunha. Simples assim.

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