Nova “volta dos que não foram” evidencia o governo sem governo

A “tuitada” de Jair Bolsonaro mandando desfazer a portaria que retirava do Simples e jogava na informalidade meio milhão de pessoas que, segundo os dados do Sebrae, exerciam as profissões impedidas de serem classificadas de microempreendedores individuais (Mei) é só mais um dos factóides de um governo que vive de produzi-los, na falta de ações concretas na economia.

O resumo é perfeito num dos que responderam a seu twitter: “a incrível história do presidente que forja atitudes populares anulando decisões impopulares que ele mesmo havia tomado.”

Lembrem-se que José Tostes, chefe da Receita Federal, que a assinou e vai “desassiná-la” está no lugar do tal Marcos Cintra, que “dançou” por uma destas, só que defendendo a CPMF.

É evidente que ninguém toma uma medida deste vulto sem o aval de seu chefe, no caso, Paulo Guedes. Conversa fiada esta de que a medida o surpreendeu, bem como à equipe econômica. A menos que tenha nomeado um louco irresponsável para dirigir a Receita.

Como não foi “acidente” excluírem a obrigação de contratar pessoas com deficiência e muito menos o balão de ensaio de anunciarem a reoneração em impostos dos artigos de consumo integrantes da cesta básica.

Nenhuma destas medidas, é claro, vai ser implantada e, ainda que fossem, não teriam efeito fiscal significativo.

É apenas o “bate -cabeça” de quem não tem rumo e que se contenta com voos de galinha de crescimento de consumo por conta de liberação pontual de recursos do FGTS (como antes, do Pis/Pasep) que poderiam gerar renda estruturada, por exemplo, se estivessem investidos em saneamento ou construção civil.

Depois, como cobrar coerência de autoridades econômicas que acenam com benefícios do dólar alto e do AI-5 e, a seguir, mandam corrigir um “errinho” de US$ 6 bilhões na balança de pagamentos?

A credibilidade do governo Bolsonaro, também nos meios econômicos, foi a perto de zero.

País algum pode ter vida fiscal saudável se mais da metade de suas força de trabalho está na informalidade. Ainda mais se o governo, senão com esta medida que se abortou, mas com outras em andamento, os empurra para lá.

 

 

 

 

 

 

 

 

Fernando Brito:

View Comments (11)

  • Rai International
    Ultim'ora
    Brasile attacco contro indigeni amazzonia 2 morti e 2 feriti

    Prepare-se presidente doido que vem chumbo grosso

  • O que chama da "Nova “volta dos que não foram” evidencia o governo sem governo", prefiro chamar de Gozar no pau dos outros".

  • Não conheço a dinâmica desse Comité Gestor do Simples Nacional, que ê composto por membros das 3 esferas de governo (municipal, estadual e federal). Aparentemente o CGSN tem poder de criar regras o que soa um pouco estranho pois só a lei em sentido restrito pode estabelecer obrigações.

  • o próprio governo parece querer a informalidade, sigilo nos gastos, destruição dos mecanismos de regulação, desmonte das instituições de fiscalização e monitoramento, desqualificação de dados oficiais. O paraíso da economia informal, a gente sabe quem são os nadam de braçadas nestes ambientes desregulados, a concorrência com quem segue protocolos civilizados será destrutiva e gera insegurança jurídica para projetos de médio e longo prazo.

  • Até quando teremos que suportar essa desgraça na Presidência ??

  • O DESGOVERNO do BOLSOBOSTA, parece couro de pica (vai e volta) divulga uma medida e logo em seguida volta atrás.
    PQP !

  • Periga o índice de aprovação do Mito desabar todo de uma só vez. Gerar uma pauta otimista e positiva no SBT e na Record está a ficar cada vez mais difícil, e é cada vez mais necessária para manter uma precária aceitação popular. E quando a pauta fica difícil em tais veículos eles tendem a confundir difusão com vulgarização, dar importância ao que não tem e querer encher linguiça com invencionice e bobagem. O grande e ingênuo público consegue perceber a malandragem e todo o respeito vai para o ralo. Não vai ser o Peru ou o Bispo que vai poder segurar um peso que está acima de suas forças.

  • É no mínimo infantilidade esperar medidas responsáveis tomadas por essa corja que tomou o poder.

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