A decisão de Luiz Fux, pressionado pela ministra Cármem Lúcia de, frustrando os planos de Kassio Nunes Marques de levar à Segunda Turma do STF o julgamento do recurso à sua injustificada liminar devolvendo o mandato a um propalador de “fake news”, mandando o caso para o plenário, ainda que virtual, da Corte, e com um prazo exíguo (as 24 horas de terça-feira, dia 7) mostra que o Supremo não vai abrir mão de sinalizar apoio irrestrito ao TSE no enfrentamento com Bolsonaro.
Dificilmente haverá um pedido de vistas que adie da decisão colegiada revogando a liminar de Nunes Marques. É improvável que André Mendonça, o terrivelmente evangélico indicado de Bolsonaro queira comprometer a sua longeva permanência na Corte, algo que já começa a ficar evidente que Nunes não terá, ao se dispora ser um pária por seu mentor. E, perdido o chefe, em que se apoiará?
Diz dele Janio de Freitas, na Folha:
Esse ocupante de uma cadeira no Supremo, por nomeação de Bolsonaro e aprovação do Senado, faz na decisão escancarada defesa de fake news como costume e como ativismo antidemocrático. Para isso, mente com a negação de efeitos maléficos das falsificações informativas, que não quer ver “demonizadas”. Um juiz do tribunal constitucional contrário à Constituição e a eleições limpas.
Se não o puder expelir, o Supremo sabe de política o suficiente para enquistá-lo, como fez a muito mais ético e inteligente Marco Aurélio Mello, um gigante perto da pequenez kassiana.
Não lhe fará mossa ser apenas o beneficiário do poder e da influência de, sendo ministro do STF, arranjar nisso o necessário para suas aspirações medíocres e, além disso, há até o fim do período de sua cátedra suprema, nada menos que 25 anos e muitos governos.