A semana dos aumentos de preço, escreveu-se aqui há exatos sete dias, prenunciando a óbvia e inevitável escalada de preços que o país está começando a assistir.
Na conta deles, mas nem sempre diretamente vinculados, virão o aumento dos alimentos, puxados pelo óleo de soja, pela carne de frango e de porco (milho e soja, seus insumos) e pelos pães e massas, na esteira da elevação dos preços do trigo.
Estes preços, que já vinham subindo, depois de um “refresco” em janeiro, devem levar o grupo “Alimentos” para uma inflação em torno de 2% em janeiro, com um impacto, só com ele, de perto de 0,5% no índice geral.
O grupo transporte será, paradoxalmente, mais lento, embora tão ou mais alto. Explica-se: o impacto “puro” de gasolina, diesel e gás de botijão já está dado, mas tem uma transmissão mais lenta nos itens de que é base: tarifas de transporte público, táxi, fretes, etc.
Outro custo que já está subindo é o dos juros, e juros são parte da composição de preços. Embora se vá ter uma elevação na reunião do Copom, nos dias 15 e 16, de algo entre 1% e 1,5%, no mundo real dos empréstimos para capital de giro das empresas, ele já está ocorrendo e em níveis muito maiores que estes.
A projeção de inflação que será divulgada amanhã, no Boletim Focus, do Banco Central, na casa dos 6% ou pouco acima deve ser vista com reservas, porque é uma média de previsões muitas vezes colhidas ao longo de muitos dias. É mais significativo o valor das enviadas ao BC nos últimos cinco dias, que vai ficar acima, ainda que parte delas tenha sido formulada entes do megarreajuste dos combustíveis.