Ataque na mídia, olho na grana

A nota do Deutsche Bank falando em “má vontade” do mundo das finanças com o Brasil não veio do nada.

Com o combustível fornecido por fatos reais – a queda no ritmo de crescimento – incendiado com o sopro de uma imprensa catastrofista, os falcões do mercado financeiro esticaram suas garras sobre o projeto brasileiro de crescer pela via da produção, não pelo ilusório caminho do volátil capital especulativo.

É nesse quadro que se deve observar a manchete de hoje dos jornais – a perspectiva negativa da Standard & Poors quanto ao “rating” do Brasil – e a jocosa publicação da The Economist, pintando um cenário de caos e, novamente, pedindo a cabeça do Ministro Guido Mantega.

Falta, a um e a outro, lucidez. No caso da revista inglesa, porém, falta respeito e  sobra prepotência.

Ou, como dizia a minha avó, um “macaco olha o seu rabo, deixa o rabo do vizinho”.

Porque a expansão de 0,6% do PIB brasileiro – de fato muito baixa pelas nossas potencialidades – é exatamente igual à do Reino Unido e maior do que a da França, da Espanha e da maioria da Europa. E não ficou muito abaixo do México, novo “queridinho” do mercado financeiro entre os emergentes, que registrou 0,8%.

E The Economist não pede a cabeça de nenhum dos seus ministros da Economia.

Talvez, quem sabe, porque sejam mais dóceis aos interesses do capital financeiro do que Mantega.

O que os ingleses da The Economist querem está claro na própria matéria: aumento dos juros, corte nos programas sociais e mais leilões de petróleo.

Aliás, não é nem original a hipocrisia inglesa quando se trata de encobrir com propósitos nobres seus interesses econômicos.

Vem do Bill Aberdeen, lei que deu à frota britânica o “direito” de apreender navios suspeitos de tráfico de escravos e que, na verdade, era uma represália ao fim dos tratados ruinosos – para o Brasil – de comércio exterior com a Inglaterra.

Aliás, quem conhece algo sobre as condições subumanas a que eram submetidos homens, mulheres e crianças nas fábricas inglesas no início século 19, sabe que não era propriamente a dignidade humana que estava no centro das preocupações britânicas.

Mas The Economist é uma “canhoneira de papel”, como muitos jornais o são.

Embora metam medo com seu barulho e já tenham conseguido fazer tremer o nosso BC, não têm força para mudar o rumo que este país escolheu.

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

3 respostas

  1. Espelham-se na velha Escolha de Chicago, que tantas desgraças gerou mundo a fora com o seu capitalismo do desastre, empurrado pela via dos choques (Golpes de Estado/crises econômicas – reais, criadas e/ou aumentadas pela ação maniqueísta da propaganda travestida de notícia), ou outro evento que tenha poder de influenciar o povo. Lá, a Dama de Ferro aproveitou-se da guerra das Malvinas/Falklands War…). Privatizam os lucros e socializam os prejuízos: a crise em curso que o diga.

  2. Países em plena crise publicando matérias contrárias a economia brasileira, só tem um motivo: resolver seus problemas explorando os outros. Nem precisa ser especialista em economia para perceber.

  3. Eu só sei é que se vc diz ser ruim no próximo mas esta exatamente na mesma lama, ou é má intenção ou é coisa encomendada, o que em muitos casos significa a mesma coisa!!

Os comentários estão desabilitados.