O ‘auxílio eleitoral’ do Centrão tira dos pobres

Parecia um tanto sem sentido a decisão, tomada ontem pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador, de adiar para o início de 2022 o pagamento do abono salarial , pago a trabalhadores com carteira assinada que recebem até dois salários mínimos, estejam inscritos no PIS há cinco anos ou mais e à razão de 1/12 do salário mínimo por mês trabalhado em 2020.

Hoje, surge a razão desta insólita medida, mais ainda num momento em que se procura (ou diz-se procurar) ajuda aos trabalhadores de menor renda.

É que o relator do Orçamento, o senador bolsonarista Márcio Bittar (AC), transferiu estes recursos (R$ 7,4 bilhões) e mais a dotação reservada ao seguro-desemprego (R$ 2,6 bilhões) e mais R$ 13,6 bilhões da verba destinada à Previdência Social.

A decisão do Codefat, onde o governo tem a maioria dos votos, significa, portanto, o acordo de Bolsonaro com a “mordida” que o Centrão quer dar no Orçamento de 2021, que deve ser votado hoje na Comissão Mista de Orçamento do Congresso, já com a vergonhosa proibição de reajustes salariais para os servidores civis, enquanto são permitidos para os militares.

Assim é que se consegue a moeda de troca na velhíssima politica de Bolsonaro com o Centrão, metendo a mão no bolso já vazio dos mais vulneráveis.

 

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