O besteirol do superavit

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Os jornais hoje passaram o dia alardeando o “fracasso” do Governo  por conta da queda do superavit primário em janeiro, metade do registrado em janeiro passado.

É uma tolice tão grande quanto considerar uma partida de futebol ganha ou perdida com sete ou oito minutos de jogo.

Superávit é um conceito orçamentário, mas sua realização é um conceito de caixa, contábil.

Flutua de acordo com antecipações e retardos de recebimentos e pagamentos.

Os pouco mais de R$ 2 bilhões que foram superávit no balanço da União em dezembro e que se referiam a transferências aos estados da arrecadação do Refis, por exemplo, este mês, ao serem pagos, em despesa.

Mas, do outro lado, nas contas dos Estados e Municípios, este mês eles foram receita e ajudaram a fazer o superávit recorde que janeiro registrou nas contas destes entes.

Tanto é assim que o mercado financeiro não acompanhou a histeria dos jornais. A pequena alta do dólar e a queda da Bolsa foram mais ajustes em relação à forte alta de ontem que qualquer sinal de “pânico nos mercados” que certamente adviria se, de fato, o superavit primário do Brasil caísse à metade do registrado no ano passado, para o qual já torciam o nariz.

O mais importante vai registrado no gráfico que ilustra o post: o superávit de janeiro chega quase à metade do previsto para os quatro primeiros meses de 2014.

Aí, sim, com quatro ou até mesmo três meses, compensando-se as despesas eventuais no tempo, é que se pode julgar se as metas serão atingidas.

O resto é besteirol.

 

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2 respostas

  1. Ah, Fernando, como vocês blogueiros prestam um serviço maravilhoso ao colocar as “notícias” do PIG pelo avesso. O que seria de nós sem os seus esclarecimentos? Eles ficam irados e nós informados. Parabéns!

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