A contaminação do Brasil pela crise do coronavírus, até o momento, é mais econômica que viral.
A um país que se alimentava de expectativas positivas e de afluxo de capital estrangeiro para retomar as suas atividades econômicas, serviu-se um coquetel de incertezas, carregado com o tempero acre de investimentos em fuga e correndo a se colocarem em quarentena na moeda e nos títulos do Tesouro dos EUA que, como se sabe, são imunes a quase tudo.
É bebida de provocar baixa imunidade a qualquer organismo, mais ainda a um que, há anos, sofre de fraqueza econômica crônica.
É sobre um Brasil assim que chega ao que é uma pandemia – temendo o encurralamento de populações e uma crise maior ainda, a Organização Mundial de Saúde foge da palavra aterrorizante – global.
Aqui, porém, seria mais prudente que o uso de máscaras, desinfetantes e até o isolamento se aplicasse antes de tudo ao Presidente da República, que esporula material contaminante sobre o país e, só depois de espalhar o vírus do ódio leva a mão à boca para dizer que não está promovendo o contágio.
Afinal, num momento de extrema fragilidade de um país que depende de exportações e entradas de capital, o senhor Jair Bolsonaro convoca seus apoiadores para uma guerra de morte às instituições.
A tal ponto que a mídia conservadora, pelos seus principais veículos – Folha, O Globo e Estadão – lançam editoriais exortando a que se detenham a “perigosa aventura”, o “surto de radicalização” e a “escalada bolsonarista” como, respectivamente, classificam a situação do país.
É provável que os mova, mais que as fracas convicções democráticas que os fizeram, antes das eleições, tolerar quem já sabiam fanático, medíocre e autoritário, a percepção de que o país vai afundar numa crise daquelas chamadas de “tempestade perfeita”: ilegitimidade do governo já quase ex-civil, recessão econômica e devastação dos ativos financeiros.
O coronavírus brasileiro chama-se, metaforicamente, Jair Bolsonaro.
11 respostas
A elite brasileira, até agora, tapou o nariz para o capitão mas apoiou entusiasticamente a política econômica de Paulo Guedes. Desmonte da Petrobras, destruição da Previdência, destruição do SUS, preços dos combustíveis comandados pelo dedo mágico do deus-mercado. Tudo isso recebeu o “ok” de nossa gloriosa burguesia.
Pois bem, esta política econômica está levando banqueiros ao delírio com lucro recorde, enquanto faz desmoronar a indústria, o comércio e até o setor de serviços. Essa é a crise. E a elite não tem a capacidade de resolve-la. Só um levante popular pode dar solução à crise. Um levante popular que ponha abaixo este governo e convoque uma Constituinte soberana.
A esquerda tem que parar de sonhar com as eleições de 2022. Dilma foi eleita e foi derrubada. Lula estava em primeiro nas pesquisas e foi ilegalmente impedido de concorrer. Eleições controladas pelos golpistas não devolverão o governo à esquerda. Agora, só com insurreição.
“Se a omissão passar batida pelo escrutínio público, amanhã os neoarrependidos prostituem novamente o espírito critico e os valores
democráticos em nome de interesses espúrios – com a desfaçatez usual de quem destruiu o país e foi à rua como pato amarelo celebrar.
E esse pesadelo civilizatório – falemos à vera – ninguém merece viver outra vez.”
https://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-midia-tenta-realinhar-a-historia-para-se-livrar-da-paternidade-bolsonarista-por-tiago-barbosa/
Caro Roberto,
Como você, não vejo saída pacífica. Chega de Guedes e seu pibinho; chega de Mandetta e sua visão estranha de epidemiologia; chega de Weintraub e sua falta d educação; chega de Araújo e sua política externa trumpista; chega de Bolsonaro e seus filhos “terraplana”; chega de tanto militar no poder; chega de tanto sofrimento para o pobre com seu salariozinho pobrezinho. Chega de safadeza, esperteza, velhacaria… Chega!
Permita-me discordar, caro Brito.
O coronavírus é a Globo. Bolsonaro é o sintoma.
O BOLSOBOSTA é pior do que qualquer virose existente no MUNDO.
VAGABUNDO DESCARADO, ele é TODA sua COMANDITA.
PUTA QUE OS PARIU !
O artigo é bom, mas mesmo que não houvesse artigo, o título já valeria. O bolsonavirus é, com certeza, a pior praga que já se abateu sobre nosso país.
Há séculos sofremos com o generalvirus, mas não desistimos.
Há séculos sofremos com o generalvirus, mas não desistimos.
Há séculos sofremos com o generalvirus, mas não desistimos.
Eu passo a chamar o pulha, que alguns diretamente e outros por omissão, colocaram na presidência como realmente o que é. O pústula, que cairá de maduro ou será extraído a força, antes que espalhe septicemia por todo o tecido social do país.
De uma assídua leitora: Bolsonaro é a peste bubônica do Brasil que veio dos porões da Ditadura de 1964.