O bolsoterrorista

Roberto Jefferson é uma excrescência mas, infelizmente, não é um louco solitário.

Tem interlocução com gente do entorno de Jair Bolsonaro e, assim, com o próprio ocupante do planalto.

Ou será que todo o circo envolvendo o falso padre servindo de auxiliar do governismo no debate final da Globo foi armada sem a participação do “dono” do partido do padreco?

Não estou dizendo que a reação armada de Jefferson à ordem de prisão, num impasse rocambolesco que já tem feridos e explosões, tenha tido participação do comitê central do bolsonarismo, até porque lhe é desgastante eleitoralmente.

Mas toda a sua ação anterior, nos ataques mais abjetos aos ministros do TSE (que chamou de “latrina”) e, especialmente, a Carmen Lúcia – em termos indizíveis – foram, sim, serviços prestados a Jair Bolsonaro.

Jefferson agiu porque tinha a cobertura governista e trabalhava com a mesma segurança que, antes, o brucutu Daniel Silveira agira: estava certo – e não dá para deixar de imaginar as garantias que recebeu – de que teria um indulto presidencial, assim que condenado, o que não poderia acontecer enquanto apenas preventiva a prisão.

Deve-se ter o temor de que toda a farsa possa acabar em tragédia, porque Jefferson passou a ser um inútil e prejudicial e tem todos os traços de desequilíbrio mental que ensejam perigo no desfecho.

Ele fez parte do núcleo bolsoterrorista da extrema-direita, mas é fósforo queimado, agora.

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