A gente que analisa o dia a dia da política brasileira, num viés progressista, às vezes fica muito preocupado com os rumos que as coisas parecem tomar.
Assistir a um monte de idiotas tomarem as ruas pedindo intervenção militar, em pleno 2015, é dose, por exemplo.
Assistir à mídia, em pleno 2015, mergulhar numa histeria udenista ainda mais forte do que aconteceu em 1964, manipulando como se não houvesse amanhã, é outra coisa que nos angustia.
Entretanto, há um fator político que deveria nos tranquilizar. Nasceu uma massa crítica no Brasil. O artigo que reproduzo abaixo, da professora Ângela Carrato, da Universidade Federal de Minas Gerais, é a prova disso.
As manipulações midiáticas fazem um enorme estrago no debate político, mas a quantidade de pessoas tomando a pílula vermelha e pulando fora da matrix é algo que também deveria ser motivo de orgulho.
E isso acontece sobretudo nos meios mais críticos e mais inteligentes, nas universidades. O discursinho de Globo e Veja não cola mais nesses ambientes.
Jornalistas dos grandes meios não podem mais botar os pés nos meios acadêmicos sem serem amplamente vaiados pelos estudantes e, em silêncio, também pelos professores.
Aliás, por isso a mídia quer voltar ao poder, para se vingar das universidades públicas, matando-as com falta de verbas.
Ou alguém acredita que a mídia, quando governar o país através de seus fantoches tucanos, vai deixar que a universidade brasileira continue produzindo massa crítica e análises contrárias a seus interesses?
Leiam o artigo abaixo, por favor!
*
O GOLPE (1964-2015)
O Brasil mudou. A mídia, não
Por Ângela Carrato em 31/03/2015 na edição 844, do Observatorio da Imprensa.
Em recente evento cultural em Belo Horizonte, o fotógrafo Sebastião Salgado fez algumas afirmações que não repercutiram na mídia. De acordo com ele, uma das grandes mudanças, senão a maior, na cena brasileira, diz respeito ao fato de “o governo federal não ser mais comandado por pessoas ligadas aos monopólios de comunicação”. Este é, inclusive, o motivo pelo qual, a seu ver, tantas denúncias de corrupção estão vindo à tona, enquanto no passado foram ignoradas ou abafadas. Ao contrário da maior parte da mídia brasileira, que diuturnamente tem previsto o caos, ele avalia que “o Brasil já é um grande país e está cada vez mais sério”.
Salgado não é nenhum ingênuo ou pessoa sobre a qual possam pesar suspeitas de interesses menores. Por isso, não deixa de ser curioso observar a disparidade entre sua visão (e a de dezenas de especialistas nacionais e internacionais) e a que prevalece na mídia brasileira. Disparidade que leva qualquer um, com informação e independência, a constatar que a mídia não viu (ou não quer ver?) que o Brasil realmente mudou.
Se não fosse a referência aos governos petistas, o editorial “Momento de se reaproximar dos Estados Unidos”, publicado pelo jornal O Globo na edição do domingo (29/03) poderia ser confundido com tantos outros de cinco décadas atrás, às vésperas do golpe civil-militar de 1964. Naquela época, os mais influentes jornais brasileiros atendiam pelos nomes de Diários Associados, Jornal do Brasil, Correio da Manhã, Tribuna da Imprensa, Diário Carioca e Última Hora. O Globo era uma publicação acanhada, de propriedade da família Marinho que até 1962 havia sido vespertina. A televisão vivia a sua fase elitista, com o aparelho sendo considerado um luxo ao qual apenas a elite econômica tinha acesso e o rádio era a mídia de massa.
À exceção de Última Hora e da Rádio Nacional, praticamente todos os demais estavam ou ficaram contra o presidente João Goulart. As denúncias de que ele pretendia implantar uma “república sindicalista” eram permanentes. Os “barões” da mídia, adversários das “reformas de base” propostas pelo governo, queriam ver Jango pelas costas e não mediam esforços para alcançar seus objetivos. Os ataques mais contundentes partiam de Assis Chateaubriand, o primeiro magnata do setor no país, e de Carlos Lacerda. Roberto Marinho, mesmo longe do peso que viria a adquirir no futuro, foi fundamental na desestabilização e derrubada de Jango, ao franquear os microfones da sua Rádio Globo, para os ataques golpistas e destemperados de Lacerda.
O “bruto pigmeu”
Em fins de março de 1964, enquanto as demais publicações registravam as tentativas de articulação de Jango contra a conspiração em marcha, os Diários Associados, de Chateaubriand, radicalizavam o noticiário, contribuindo para a tomada de posição dos setores civis e militares favoráveis ao golpe. Chateaubriand, em artigo de 26 de março, por exemplo, referia-se a Jango como sendo “o bruto pigmeu”, dado ao “seu ódio contra o benemérito capital estrangeiro”. Além de afirmar que Jango e seu governo trabalhavam de acordo com as ordens do Partido Comunista, exaltava a necessidade de uma intervenção por parte dos “setores de bom senso”. Leia-se: militares e aliados.
Vivia-se, naquela época, o auge da Guerra Fria, com o mundo dividido entre as áreas de influência dos Estados Unidos e as da União Soviética. A vitória de Fidel Castro em Cuba e sua aliança com uma potência comunista foi considerada intolerável pelos Estados Unidos, que reagiram à sua maneira. A política externa norte-americana passa a atuar em dois movimentos estratégicos simultâneos. Um, visível, através da Aliança para o Progresso, cujo objetivo era demonstrar a superioridade do modelo norte-americano de livre iniciativa, democracia liberal e individualismo sobre o socialismo, como a solução mais eficiente para o subdesenvolvimento da região. O outro, encoberto, através do apoio a ditaduras de direita, repressoras e violentas, como instrumentos de eliminação de movimentos de esquerda e de seus dirigentes.
Lógica semelhante à do movimento civil-militar que derrubou Jango no Brasil e se espraiou para a Argentina, a Bolívia, o Uruguai e o Chile. Nestes países, dirigentes eleitos foram alijados do poder com pleno apoio do governo “democrático” dos Estados Unidos. Naquela época, os círculos intelectuais e de propaganda norte-americanos criaram, para justificar as políticas repressivas de combate à subversão, as teorias da modernização. Segundo estas teorias, os militares seriam os setores menos comprometidos com as estruturas oligárquicas no continente sul, devendo a eles, portanto, caber o destino destas nações, logicamente “supervisionados” pelo Tio Sam.
A ditadura brasileira escondeu a participação dos Estados Unidos na derrubada de Goulart. A prisão do ex-ditador chileno Augusto Pinochet, em Londres, em outubro de 1998, possibilitou que grupos de direitos humanos e liberdade de informação passassem a pressionassem o governo Clinton para que os documentos envolvendo esta sórdida história pudessem ser conhecidos. Nos dias atuais, eles estão disponíveis para consulta, além de já terem sido publicados em livros no Brasil e no exterior.
Afronta à inteligência
Não há como um jornalista – sobretudo o responsável por editoriais – desconhecer este fato. No entanto, é esse “desconhecimento” que pode ser verificado no sintomático editorial “Momento de se reaproximar dos Estados Unidos”. O texto defende que o Brasil abra mão da política externa independente adotada a partir da chegada do PT ao poder e volte a cerrar fileiras com os Estados Unidos. Numa retórica que afronta a inteligência do leitor, o editorial frisa que a política externa brasileira perdeu espaço desde 2003, atribuindo este “fato” à “ingerência petista na diplomacia”.
Mas que ingerência é esta? A política externa brasileira está sendo feita a partir da visão de mundo do partido que legitimamente venceu as eleições. Mutatis mutandis, será que os Marinhos consideram igualmente ingerência a adoção das premissas do Partido Democrático na política externa norte-americana? Ou será que o governo brasileiro, segundo O Globo, deveria pautar-se pelos interesses norte-americanos na formulação de sua política externa?
Sintomaticamente, o editorial não faz qualquer menção à Unasul e, sem base na realidade, tenta minimizar a importância dos Brics, duas entidades que estão redesenhando a política externa na América do Sul e contribuindo para alterar os próprios contornos da política mundial. A criação da Unasul não teria sido possível sem a habilidade e paciência da diplomacia brasileira, tendo à frente o chanceler Celso Amorim, que materializou as diretrizes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no sentido de um subcontinente integrado e atuando em prol de interesses próprios.
A recente diplomacia brasileira deu contribuição das mais significativas para sepultar o histórico de subimperialismo regional, além de contribuir para desfazer divergências e rixas (a maioria estimuladas por potências externas) que marcam o passado da América do Sul.
Quanto aos Brics, a mídia brasileira, O Globo à frente, praticamente escondeu a realização, em Fortaleza (CE), em julho do ano passado, da reunião que criou o Banco de Desenvolvimento da entidade. Some-se a isso que não foi dado qualquer destaque ao fato de caber ao Brasil a primeira presidência do seu Conselho de Administração, cargo de fundamental relevância, que definirá linhas e valores para projetos de desenvolvimento. Em vez disso, o editorial prefere sentenciar que “o esfacelamento do Mercosul e a desaceleração chinesa impõem ao Brasil se reaproximar dos EUA, cuja economia deve acelerar a recuperação”.
O editorial, beirando a má-fé, desconhece que o governo brasileiro anunciou, dois dias antes, na sexta-feira (28/03), que fará parte do Asian Infrastructure Investiment Bank (AIIB), o banco de desenvolvimento criado pela China, de longe uma das mais importantes decisões dos últimos tempos. Mais do que o Banco dos Brics, ele deverá ser um dos principais competidores de estruturas como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional. Dito de outra forma, ao contrário do que afirma o editorial, quem está perdendo força são os Estados Unidos.
Ainda sobre o editorial de O Globo, o curioso é que ele tenta recolocar em pauta, bem ao estilo dos argumentos maniqueístas das décadas de 1960 e 70, rixas entre Brasil e Argentina, além de defender a volta da política de vassalagem em relação aos Estados Unidos. Pior ainda, procura reviver, através da demonização do “bolivarianismo chavista e do Irã”, o antigo pavor em relação ao comunismo. Pavor que, na prática, encobre o medo a qualquer aprofundamento democrático no Brasil. Afinal, são os Estados Unidos, e não o Brasil, que têm problemas com estes dois países.
A supremacia norte-americana mostra-se cada dia mais discutível. Óbvio que o Tio Sam ainda dispõe de capacidade quase ilimitada de destruição e que, investindo-se, por conta própria da condição de xerife do planeta, sente-se no direito de meter o bedelho em toda parte. As instituições brasileiras, no entanto, depois da experiência nefasta de 21 anos de ditadura e de mais de duas décadas de retorno ao estado de direito, mostram-se maduras e fortalecidas o suficiente para conviver com pressões de toda ordem, aí incluída uma mídia que mente, distorce os fatos e, principalmente, desprovida de qualquer sentimento patriótico.
Denúncias engavetadas
O “mar de lama” denunciado por uma histérica UDN (o PSDB da época), com o apoio da mídia, mostrou-se decisivo para o suicídio de Vargas, em 1954 que, agindo assim, abortou um golpe em marcha. Goulart, 10 anos depois, foi vítima de golpe civil-militar, apoiado pela CIA. A autointitulada “Nova República”, que pôs fim à ditadura, deixou visível, desde o primeiro momento, que não seria fácil livrar-se dos filhotes dos “anos de chumbo”.
Tancredo Neves, presidente eleito via Colégio Eleitoral, morreu antes de tomar posse. Seu vice, José Sarney, assumiu e deu posse ao ministério escolhido por Tancredo, no qual figurava, como titular das Comunicações, ninguém menos que Antônio Carlos Magalhães. ACM, como era conhecido, dominou a Bahia, seu estado natal, por décadas e foi um dos políticos mais ativos nos tempos da ditadura. Oficialmente, mudara de lado, mas não de métodos.
No governo Sarney, foi aprovada uma lei que passava o poder de dar/retirar concessões públicas para TV e rádio do presidente para o parlamento. Um dia antes de a lei entrar em vigor, ACM e Sarney fizeram 100 concessões públicas para TV e rádio, boa parte delas para afiliadas da TV Globo que, através do acordo ilegal com o grupo norte-americano Time-Life e graças às benesses da ditadura, já havia se transformado no maior conglomerado de mídia do país. É importante lembrar que Sarney e ACM controlavam, eles próprios, a maior parte dos veículos de comunicação em seus estados.
Fernando Collor, o primeiro presidente eleito pelo voto popular depois do golpe de 1964, chegou ao poder em grande medida através do apoio das Organizações Globo. Para a sua vitória foi decisiva a edição manipulada do debate entre ele e Lula, candidato do PT, em 1989. A manipulação, óbvia para boa parte dos profissionais e pesquisadores da área, foi negada durante 22 anos, até que o ex-todo poderoso dirigente da emissora, José Bonifácio Sobrinho, decidiu contar a verdade.
As Organizações Globo não gostavam de Itamar Franco, o vice de Collor que assumiu a presidência após o impeachment do titular do cargo. Rapidamente, Roberto Marinho encontrou no chanceler, e depois ministro da Fazenda de Itamar, Fernando Henrique Cardoso, um nome confiável. Quando a disputa sucessória desenhou-se em torno de Fernando Henrique e de Luiz Inácio Lula da Silva, era nítido o lado que jornais, revistas, rádios e TVs tomariam.
As afinidades dos “barões” da mídia com o ideário neoliberal defendido por Fernando Henrique Cardoso (PSDB) impossibilitaram que prosperasse qualquer denúncia sobre corrupção no governo. As concessões de rádio e TV (RTVs) foram importante moeda de troca neste processo. Até setembro de 1996 foram outorgadas 1.848 licenças de RTVs, das quais pelo menos 268 beneficiaram entidades controladas por 87 políticos (Lima & Caparelli, 2004).
A generosidade de Fernando Henrique coincidiu com a aprovação da emenda constitucional que permitiu a sua própria reeleição. Ao longo de seus dois governos, além das 539 emissoras concedidas por licitação, ele autorizou 357 concessões “educativas” sem licitação. A maior parte desta distribuição ficou concentrada nos três anos em que o deputado federal Pimenta da Veiga (PSDB-MG) esteve à frente do ministério das Comunicações e destinaram-se a políticos do seu partido e a aliados.
Nem Fernando Henrique nem seu ministro sofreram quaisquer sanções, apesar da Constituição de 1988 determinar que cabe ao Congresso Nacional apreciar todos os atos do Poder Executivo. O que inclui – mas nunca foi feito – a análise prévia da outorga ou renovação de concessões, permissão e autorização para serviços de radiodifusão.
A aprovação da emenda que permitiu a reeleição foi marcada por denúncias de corrupção envolvendo a compra de votos. O jornal Folha de S.Paulo levantou o assunto e publicou, em 1997, trechos de gravações em que dois deputados do PFL (atual DEM) do Acre afirmavam ter recebido R$ 200 mil cada (o equivalente hoje a R$ 530 mil) para votar a favor da emenda patrocinada pelo Palácio do Planalto. O então procurador-geral da República não se interessou pelo caso, transformando-o em uma das centenas de denúncias de corrupção que engavetou.
No segundo governo de FHC não faltaram denúncias envolvendo privatizações de empresas estatais a preço de banana, das quais a mais eloquente foi a da Companhia Vale do Rio Doce, vendida por R$ 3,3 bilhões, quando valia perto de R$ 100 bilhões. Pouco depois, o polêmico jornalista Paulo Francis, denunciou, no programa Manhattan Connection, da TV Globo, que os dirigentes da Petrobras mantinham contas secretas na Suíça, fatos que via como indícios de corrupção na estatal.
Mídia e governo não lhe deram ouvidos. A empresa entrou com ação indenizatória no valor de 100 milhões de dólares e, para muitos que conheceram Francis, este foi o motivo de sua morte prematura, em 1997, vítima de um ataque cardíaco fulminante, aos 67 anos. O tempo viria dar razão às denúncias de Francis.
Lula derrotou os candidatos tucanos José Serra, em 2002, e Geraldo Alckmin, em 2006, e ainda conseguiu, em 2010, fazer de Dilma Rousseff sua sucessora. As vitórias de Lula, como ele mesmo diz, aconteceram contra a mídia tradicional que nunca teve dúvidas que o “sapo barbudo” e o ex-torneiro mecânico, que não possui um dos dedos, não era dos seus. O mesmo pode ser dito de Dilma Roussseff, a ex-guerrilheira contra a ditadura e primeira mulher a chegar ao Palácio do Planalto.
Novos tempos
Nas eleições de 2010, a mídia brasileira apostou novamente no tucano José Serra, convencida que o peso do estado de São Paulo e os desgastes enfrentados pelo PT com as denúncias de corrupção envolvendo o Mensalão seriam suficientes para derrotar a candidata de Lula. Como não foram, a mídia partiu para o vale tudo em 2014, disposta a fazer qualquer coisa para dar vitória ao tucano Aécio Neves.
O tudo ou nada da campanha eleitoral se manteve nestes primeiros 100 dias de governo Dilma, com a mídia transformando-se em partido de oposição, insuflando e cobrindo manifestações de protestos de “revoltados” a “favor do impeachment”, do “Fora Dilma”, e de “intervenção militar constitucional” (!). Enfim de qualquer arranjo ou casuísmo, inclusive com digitais externas, que apeie o PT do poder ou o impeça de governar, por intermédio da conhecida “fórmula para o caos”, outro nome para o constante sangramento de adversários no poder.
No dia 1º de setembro de 2013, as Organizações Globo, por meio de editorial publicado no jornal de sua propriedade, fez autocrítica, considerando “um equivoco” o apoio ao golpe civil-militar de 1964. Mesmo sem muita convicção e minimizando os fatos, uma vez que a empresa não apenas apoiou o golpe, mas foi parte de sua articulação e vitória, alguns viram no gesto da família Marinho (o patriarca já havia morrido) uma espécie de recomeço em novas bases. Menos de dois anos se passaram para que a “autocrítica” desse lugar a articulações semelhantes às dos idos de 1964. A resposta de Dilma, um tanto lenta, veio através de suspensão de verbas para a TV Globo e a revista Veja e a escolha do ex-deputado petista Edinho Silva para dirigir a Secom.
Há muito por fazer, a começar pela democratização da verba de publicidade institucional do governo e das empresas estatais. Em permanente queda de audiência, os veículos das Organizações Globo continuam recebendo a maior parte destes recursos, numa época em que as verbas em várias partes do mundo, a começar pela Inglaterra, Canadá e Estados Unidos (que eles tanto admiram), já migraram ou estão migrando para a mídia digital.
A crise e o caos brasileiro, que a velha mídia apregoa, estão longe de ser realidade. O Brasil mudou. Quem não mudou foi a mídia e ela, sim, está em crise. Aos poucos surgem histórias que ela gostaria de manter desconhecidas dos respeitáveis telespectadores, ouvintes e leitores, como as contas secretas de seus proprietários na agência suíça do banco HSBC e as denúncias de propinas pagas pela Rede Brasil Sul (RBS), afiliada da TV Globo. Tudo isso precisa e deve ser investigado, mas a velha mídia parece não se dar conta das mudanças, aferrada a padrões do século passado, quando mamatas e privilégios foram suficientes para garantir tranquilidade a governos e dinheiro e poder aos seus proprietários.
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Ângela Carrato é jornalista e professora do Departamento de Comunicação Social da UFMG. Este artigo foi publicado no blog Estação Liberdade
19 respostas
Disse tudo tim tim por tim tim!….Dez, com louvor!…
CHARLES ALMEIDA, o único idiota neste espaço democrático é você, aqui tem tanta democracia, que até uns idiotas acéfalos como você vem aqui expressar livremente sua opinião, queria ver você ser livre numa ditadura militar.
NOTA ACAUTELATÓRIA: além de incitar ódio mortal na população, uma das missões atuais do PIG é impedir a manifestação de qualquer defesa em relação ao PT e ao governo federal!
Qualquer um de ‘nois’ que, publicamente, se atrever estará sob o risco iminente de ser executado friamente!
Em nome dos bons costumes!
EM TEMPO: se o governo não reagir à altura, seremos obrigados “a jogar, definitivamente, a toalha”!
Perdão aos que discordam da tese acima!
RESCALDO: a sensação é a de que ‘nois’ “só estamos enxugando gelo”!
Enquanto o fígado adoece!
“Jogar a toalha, e vê a barbárie tocar fogo?!”
Respeitosas saudações democráticas,
República de ‘Nois’ Bananas
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo
Do fundo do coração, eu tenho dó dessas pessoas defendendo o regime militar. Do fundo do coração, acho que ali muitos não têm jeito mesmo – foram criados pelos pais com ua viseira antiga que demorará muitas gerações para cair ….. mas há muito desejo de acertar. Guardadas as devidas proporções à notabilidade de um Sebastião Salgado, eu também digo a mesma coisa: o Brasil avançou muito em personalidade, e estamos firmes mais do que nunca rumo a um nível de destaque em “todos” os sentidos. Há uma nação crítica emergente que começou, e crescerá muito mais, pelas mãos e exemplos de patriotas iguais à Dilma. Estamos indo e muitíssimo bem, a passos firmes e equilibrados, como tem que ser. Jamais, jamais pensei em poder ver isso, um país abrindo-se à corrupção. Meus netos terão orgulho de mim, esforço-me para ser cidadã no sentido humano, social, filosófico que esta palavra requer. Mas há muitas paneleiras, de cujas atitudes os netos terão vergonha.
A pior surra que existe é a surra da palavra! Que o digam os coxinhas fãs do golpe. Que belo texto!
Excelente e esclarecedor artigo.
A hora eh essa. Alias já passou da hora.
Fora rede Globo. Inimiga numero um do Brasil.
ALERTA: NOVA TENTATIVA DE GOLPE-Leiam o post ‘Ex-presidente do IBGE propõe ‘revolução’ de sandices’ e somem com a capa da Revista Época’ Combate à Corrupção não é com Reforma Politica’, e depois leiam abaixo a informação que estou trazendo a vocês:
https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/175811/Ex-presidente-do-IBGE-propõe-'revolução'-de-sandices.htm
Estão preparando uma nova tentativa de golpe no país. Amigos meus receberam dia 31 de março um email informando sobre um a “enorme movimentação pela internet para reunir um milhão de pessoas na Avenida Paulista pela demissão de toda a classe política (ainda sem data marcada)”.Estão convidando todos a repassarem o email e acompanharem quando será marcada a manifestação.Mudaram completamente o discurso tirando do foco o mote da corrupção, obviamente com medo da Reforma Política e do fim do financiamento privado de campanhas.O email tem 29 justificativas para a manifestação, mais não tem uma única referência à corrupção.
Muito bom, gostei! Creio estar no caminho certo, pois há pouco deixei de me orientar pela mídia escrita e televisiva -após mais de trinta anos- e migrei para a digital. Sinto que há maior liberdade e democracia.
Ouvindo As Vozes do Bra*S*il e postando:
* 1 * 2 * 13 * 4
* * * * * * * * * * * * *
Mais um outro poema (acróstico) para Dilma Rousseff, a depenadora de tucanus :
D ilma, mulher guerreira
I nteligência a favor da paz
L utadora pelo bem e herdeira
M aior de Lula, o bom de mais
A mpliando a felicidade brasileira
* * * * * * * * * * * * *
Ley de Medios Já ! ! ! ! Lei de Mídias Já ! ! ! !
Ley de Medios Já ! ! ! ! Lei de Mídias Já ! ! ! !
* * * * * * * * * * * * *
O PT não consegue levar as ruas que o elegeu, quem o elegeu Dilma, Lula, etc. E isso tem sido uma vergonha para o partido. Isso é inegável. Enquanto os golpistas de plantão com ajuda do PIG e Cia* (* pessoas com nítidos tem interesses $$$ em tirar o PT do poder pelo Petróleo ou algo mais, etc) tem conseguido mobilizar as pessoas da elite e ate da classe C (classe que o PT ajudou a criar) para ir as ruas via “lavagem cerebral” que o PIG fez diariamente contra PT . O PT perde, infelizmente, diariamente o contato como seus eleitores. O problema, talvez, seja, pode ser até que seus eleitores, mais pobres, se clase, D, E, não tenham mesmo acesso a net nas redes com tanta facilidade para mobilização como tem os de classe A, B que não votam no PT mesmo e são mobilizados pelos golpistas de plantão. O que sabemos é que PT precisava mobilizar eleitores da mesma forma que os golpistas fazem. Se é que isso é possível e que o PT tem capacidade estratégica , de organização, etc para isso do jeito que o partido se mostra perdido .Ou então o PT continuará passado vergonha e poderá, poderá, estar indo para um triste desfecho. E o PI continuará reinando e dando as cartas no Brasil.
O PT não consegue levar as ruas que o elegeu, quem o elegeu Dilma, Lula, etc. E isso tem sido uma vergonha para o partido. Isso é inegável. Enquanto os golpistas de plantão com ajuda do PIG e Cia* (* pessoas com nítidos tem interesses $$$ em tirar o PT do poder pelo Petróleo ou algo mais, etc) tem conseguido mobilizar as pessoas da elite e ate da classe C (classe que o PT ajudou a criar) para ir as ruas via “lavagem cerebral” que o PIG fez diariamente contra PT . O PT perde, infelizmente, diariamente o contato como seus eleitores. O problema, talvez, seja, pode ser até que seus eleitores, mais pobres, se clase, D, E, não tenham mesmo acesso a net nas redes com tanta facilidade para mobilização como tem os de classe A, B que não votam no PT mesmo e são mobilizados pelos golpistas de plantão. O que sabemos é que PT precisava mobilizar eleitores da mesma forma que os golpistas fazem. Se é que isso é possível e que o PT tem capacidade estratégica , de organização, etc para isso do jeito que o partido se mostra perdido .Ou então o PT continuará passado vergonha e poderá, poderá, estar indo para um triste desfecho. E o PIG continuará reinando, mandando e dando as cartas no Brasil.
Sabem porque Israel decidiu dar as costas aos EUA e entrar como sócio no banco de investimento que a China está fundando, para desespero dos americanos? Porque está vendo naquele banco uma ótima oportunidade para alavancar suas empresas de construção civil que possuem boa tecnologia em obras de infraestrutura. Israel está esnobando a amizade com os americanos em troca dessa imperdível oportunidade. Enquanto isso, um juiz tresloucado e alguns promotores alucinados tentam destruir as grandes empresas de construção de infraestrutura do país, além de provocarem centenas de milhares de perdas de postos de trabalho no país, diante do silêncio patético dos trabalhadores. Ninguém venha dizer que atrás disso não estão poderosos inimigos do progresso brasileiro. Os que querem destroçar nosso país, usando estes maus brasileiros que se apoiam nesta desculpa furada de que estão combatendo a corrupção.
Da Série ‘Tudo a ver no plim plim’!
Como o PIGolpista/fascista irá desconstruir a notícia divulgada pelo próprio PIG?
O que será dito e escrito após os indefectíveis “mas, porém, todavia, contudo, entretanto, não obstante, por outro lado…”?
Conjunções adversativas “tão caras” (sic) às penas amestradas a $oldo dos patrões barões da grande MÉRDIA nativa!
ENTENDA
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Gasto público em ensino atinge 6,6% do PIB, mas crise ameaça expansão
FLÁVIA FOREQUE
GUSTAVO PATU
DE BRASÍLIA
04/04/2015 02h00
Após oito anos de expansão contínua, os gastos públicos brasileiros em educação atingiram uma proporção da renda nacional elevada para padrões mundiais.
(…)
São 6,6% do PIB (Produto Interno Bruto, medida da produção e da renda gerada no país), segundo dados recém-apurados pelo governo e relativos ao ano de 2013. Em valores de hoje, algo como R$ 360 bilhões anuais.
O percentual já supera a média de 5,6% apurada em 2011, dado mais recente, entre os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), na maior parte ricos.
Trata-se de um indicador da prioridade atribuída à educação pelos países, não necessariamente do volume de dinheiro disponível.
O Brasil destina ao setor uma parcela de sua renda superior, por exemplo, à reservada pelos EUA -mas os alunos americanos recebem muito mais dinheiro, por viverem em um país mais rico.
(…)
A mudança no direcionamento dos recursos, no entanto, é elogiado por educadores. Em 2000, o aluno de graduação custava 11 vezes o aluno do ensino básico; hoje, essa diferença é de pouco menos que quatro vezes.
FONTE, pasme: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/04/1612236-gasto-publico-em-ensino-atinge-66-do-pib-mas-crise-ameaca-expansao.shtml
assista miguel
goo.gl/krFrjw
Muito bom artigo! Este artigo deveria ser distribuído nos sindicatos, associações, escolas, universidades, etc. Sei que é um bom artigo e que retrata uma parte da vida política brasileira. Vivi parte dessa época e a semelhança de hoje é muito grande. Acho que nós internautas que mourejamos nos blogs progressistas, deveríamos fazer nossa parte, como conversar com as pessoas onde der, seja na rua, ponto de ônibus, trem, praças, bancos supermercado, seja onde for. Nós temos dados e sabemos como fazê-lo. O governo muitas vezes não pode fazer tudo. A pressão é muito grande. A história mostra isso, vide, João Goulart, Getúlio, até Juscelino passou por isso, não tanto como os dois anteriores, mas não lhe deram tréguas. Vamos à luta companheiros ! Não desanimem ! É o futuro de nossa nação que está em jogo !
Onde mais ter uma aula de História tão esclarecedora? Temos vozes que falam por nós. Cabe-nos partilhar estes conhecimentos a quantas mais pessoas possamos. Bom demais! Obrigado.
Fora de Pauta e sobre os 50 anos da Rede Globo
Nem mesmo os donos da casa serão poupados
Vazou pelo Jardim Botânico que a Rede Globo de Televisão, em comemoração aos seus cinquenta anos de atividades no Brasil, vai exibir, neste mês de abril (mês de aniversário), uma série de reportagens sobre a Operação Zelotes. “A operação Lava Jato já deu o que tinha que dar”, reconhece o todo poderoso executivo responsável pelo Jornal Nacional.
E já que a Rede Globo tocou no assunto en passant (vixi, meu francês tá très chic!), segue algumas informações sobre a pouco falada Operação Zelotes.
A Operação foi deflagrada pela Polícia Federal que na quinta-feira (26/03) apresentou uma lista com mais de 70 empresas envolvidas no esquema de sonegação de impostos. Grandes empresas de gente muito grande, de gigantes, eu diria.
Para dar uma ideia do rombo, o The Economist, em reportagem publicada esta semana, calculou que os valores em impostos sonegados da Receita Federal do Brasil ultrapassa R$ 19 bilhões. Essa quantia é oito vezes maior do que os desvios na Petrobras. A força-tarefa da Operação Lava-Jato calcula que R$ 2,1 bilhões foram desviados da empresa.
Em apenas cinco processos investigados até agora pela Operação Zelotes, foram contabilizados R$ 5,7 bilhões em impostos atrasados e multas de empresa, quase o dobro dos pagamentos feitos no esquema de corrupção descoberto pela Operação Lava Jato, da Política Federal. “Esse valor é aproximadamente o dobro dos supostos desvios do esquema de corrupção envolvendo a Petrobras”, disse The Economist . Segundo a publicação, esse montante pagaria 74% dos gastos com a Copa do Mundo no Brasil.
Dizem que os títulos das reportagens apresentadas pelo JN durante o mês de aniversário da Rede Globo serão “doa a quem doer 1”, “doa a quem doer 2”, e assim por diante até o “doa a quem doer” de número 22.
Dizem as más línguas que nem mesmo os donos da casa serão poupados. Como um bom jogador de pôquer, eu pago para ver.
A professora Ângela Carrato fez um excelente resumo, historicamente coerente e verdadeiro, trabalho realmente primoroso. Vou arquivar o texto e também enviar para os meus contatos. Nessa linha golpista e do monopólio midiático, Roberto Marinho foi o sucessor do poderoso Chateaubriand (Chatô).
Um texto didático, indispensável à compreensão dos fatos políticos que se vêm desdobrando no Brasil de hoje. É preciso divulgá-lo com mais amplitude pelos demais meios de comunicação a serviço da causa de preservação dos avanços dos país no campo do desenvolvimento econômico, social e diplomático (neste último aspecto, soberanamente falando sem pedir autorização às potências hegemônicas que a tudo querem controlar; ou ceder aos interesses delas). Parabéns à sua autora que dedilha os argumentos com maestria e poder de convencimento. De minha parte, farei o possível para vê-lo lido pelo maior número de brasileiros que deseja um Brasil livre, independente e soberano.