O relato de Lauro Jardim sobre a reunião “ministerial” de ontem, no Palácio do Planalto tira qualquer dúvida de que o governo brasileiro, hoje, resume-se a um comitê civil-militar pela reeleição de Jair Bolsonaro.
Não bastou que tivesse havido uma “aulinha” da Advocacia Geral da União sobre como, driblando as restrições do período eleitoral, os ministros podem ajudar na campanha.
Segundo Jardim, em O Globo, o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio de Oliveira, minar a autoridade do Tribunal Superior Eleitoral:
“O ministro da Defesa,Paulo Sergio Nogueira, falou por cerca de dez minutos. Mas não pronunciou uma palavra sobre qualquer tema relacionado à pasta. Meteu-se a tratar de eleições. Ou mais precisamente, como o leitor pode imaginar, sobre as urnas eletrônicas.”.
Bolsonaro fez seu “draminha” do “assim não brinco mais”. Disse, segundo Malu Gaspar, também em O Globo, que “se as eleições não ‘forem limpas’, ele não participará do pleito”.
Mas isso não foi tudo.
O declarado candidato a vice de Bolsonaro, o também general Braga Netto, dissertou sobre como devem ser destacadas as “realizações” do governo. E Braga Netto não tem mais cargo algum na administração, é apenas um pré-candidato dizendo governo deve se portar.
Não se tem notícia da participação de Paulo Guedes, agora transformado em tesoureiro eleitoral, a quem cabe apenas arranjar dinheiro publico para ser distribuído como aquelas botinas nas eleições na roça há décadas atrás, quando dava-se um pé do calçado aos miseráveis de pés descalços e se advertia que o seu par só se completaria se o voto fosse no “coroné”.
O Congresso, absolutamente acanalhado, trata apenas de dar a cobertura legislativa para este escândalo.