Os jornais do mundo inteiro reproduzem a foto do deputado norte-americano Thomas Massie, do Kentucky, posando com a família segurando armas semi-automáticas e com um pedido para que Papai Noel lhes “traga munição”.
Fosse só uma manifestação doentia de uma família aloprada, pouca importância teria, mas não é isso e nem está só por lá, no país das armas.
Está por aqui e quem parar para pensar não terá dificuldades em imaginar Jair, Flávio, Dudu, Carluxo e Jair Renan, ao lado das mulheres e do primo Léo Índio, talvez, fazendo pose semelhante.
Já o fizeram, cada um por si, o que custará fazerem juntos como família armada que são?
Em outros tempos, uma imagem chocante que não se produziria, nem lá, nem aqui.
Agora, porém, fez-se isso ser elevado ao desejo de uma parcela – mínima, mas barulhenta – de “cidadãos de bem”.
É obvio que nada é mais anticristão que uma família comemorar o nascimento de Cristo com uma bateria de armas capaz de exterminar, em alguns minutos, toda a população da Galileia há dois milênios e, em algumas horas, a atual.
Dias depois de mais um dos muitos massacres produzidos por jovens armados em uma escola norte-americana – um tiroteio em uma escola em Michigan, que deixou quatro adolescentes mortos e sete feridos, baleados por um estudante de 15 anos que usava a arma legalmente comprada pelo pai, a foto está causando uma justificada recolta nas famílias das vítimas de incidentes semelhantes.
O Brasil vive uma escalada armamentista como jamais viu em sua história e faz isso “em nome” de Deus e da Família, com leis e decretos que permitem montar aqui a vergonhosa imagem que vem dos EUA,
Quase todos, aliás, com a assinatura do senhor Sergio Moro como ministro da Justiça.