O Fabergé do Eike, o Miró do Duque e as pinturas e bordados de uma polícia da mídia

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Eu tenho grande amor pela pintura, mas nenhum dinheiro para comprar arte.

De qualquer forma, tenho na parede da sala um possível Burle Marx, que comprei a R$ 100, jogado num brechó, mesma situação em que achei duas imitações de Teruz, a R$ 50 cada.

Espero que a Polícia Federal, quando der “batidas” na casa de um blogueiro sujo, que não recebe (embora digam que recebe) dinheiro do Governo. eleve-me à condição de “colecionador de arte”.

Porque foi este o ridículo a que estão prestam com o espalhafato de anúncios mirabolantes, feitos em cima da perna, de apreensões de quadros de “valor inestimável” na casa de dirigentes da Petrobras acusados na Lava-Jato.

Ontem, o Fantástico mostrou que a tela de R$ 15 milhões do espanhol Juan Miró, é na verdade uma gravura, que a Globo comparou com base num suposto leilão inglês, valer R$ 160 mil.

Ora, para dizer isso não precisava investigador algum, apenas quem saiba que não se coloca nunca um vidro sobre uma pintura.

E não vale nem isso, se a gente tomar por base a matéria da Zero Hora – associada da Globo na RBS – que mostra gravuras autênticas de Miró sendo vendidas a R$ 3 mil. A reportagem, curiosamente, tem um título adequado: “Você também pode ter um Miró na sala”

“Mico” semelhante pagaram como o ovo “Fabergé” apreendido a Eike Batista, na verdade uma imitação vendida em camelôs, sem valor algum.

Não sei se Duque roubou ou não roubou e se tem os valores que se lhe atribui no exterior. Metade dos que estão aparecendo na lista do HSBC, inclusive os globais revelados hoje, nega ter as contas, apesar de haver documentos.

E pode ser que vários quadros, de valor imensamente menor, sejam verdadeiros. Afinal, Duque tinha um salário de R$ 100 mil.

É melhor que o Ministério Público e a Polícia Federal sejam melhores na coleta de provas do que são na avaliação de quadros.

Ou pelo menos que controlem a ânsia de aparecerem na mídia como os que salvaram o país da roubalheira tirando da parede dos supostos corruptos quadros que, como eles próprios, são patéticos arremedos do que dizem ser.

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25 respostas

  1. Esse pessoal sofre da síndrome da vontade-de-celebridade… um mal que está corroendo o país por dentro. Causa: um vírus chamado programasdaglobo. Tratamento: se percebida em fase precoce de incubação, a interrupução da exposição ao foco do vírus, adicionada a tratamento intenso baseado em leitura de Guimarães Rosa; Nelson Sodré; Caio Prado; Gilberto Freire; Sergio Buarque; ouvir Villa Lobos; estudar Ciências (sim, aprender ciências também desenvolve o espírito crítico) e similares pode reduzir a vontade-de-celebridade a níveis imperceptíveis e converter potenciais sub-celebridades a la BBB em cegos defensores da lei.

    1. Não me conformo com o sangue de barata de Lula, Dilma e dirigentes do PT. Nesta noite(23/03/15), como vem sendo durante os ultimos anos, o Sr. Marco Antonio Villa, comentarista da TV Cultura, vem fazendo calunia e difamando, Lula, Dilma Ze Diceu, dirigentes e parlamentares do PT.
      Porque não levam este senhor aos tribunais. Estão com medo do PIG.
      Pergunto, não cabe mover ação tambem contra a TV Cultura uma Empresa de Comunicação de concessão publica?
      Direito de expressão tem limites, como falou o Papa Francisco.

  2. O desejo de aparecer na telinha da globo ou nos jornais pigais é tão grande que
    não estão nem aí para o mico. Dr. Moro e sua turma da pesada querem mais é que
    o circo pegue fogo.

    1. puxa…eu pensei que com a aposentadoria do Justiceiro da AP 470 eu ia ter um período de descanso…

  3. Se não bastasse tudo o que já se viu sobre a onipotência deletéria à própria justiça por parte dos seus operadores, essa espetacularização ajuda ainda mais a pôr em dúvida a seriedade dessas investigações.

  4. MP, PF, juízes e desembargadores, todos sendo voluntariamente estragados pela mídia. A democracia perde.

  5. Essa agora me fez lembrar aqueles casos da época da Ditadura Militar. A meganha invade o teatro, prende todo mundo, começa a tortura e o que mais eles perguntavam era: ONDE ESTÁ O SÓFOCLES, pois temos que prendê-lo.

  6. Essa é a Polícia que nós temos. Um bando de broncos aculturados que “acham”… a justiça não fica atrás. E a mídia? Especialmente os “especialistas” da nossa imprensa… dá pena e vontade de rir ao mesmo tempo.

  7. Antes de se meter com as artes, aconselho o Dr Moro a assitir o filme “Verdades e Mentiras” de Orson Welles.

  8. Eles não aprendem ou então aprenderam e seguem mal-informando para obter audiência e outros benefícios.

    O diretor Jorge Furtado fez um excelente documentário: “O mercado das notícias” falando, entre outros assuntos, de uma gravura de Picasso pendurada numa sala do INSS em Brasília. A tal gravura, promovida a quadro original pela Folha de São Paulo, foi parar 3 vezes na capa do jornal.

    http://www.omercadodenoticias.com.br/

    1. Eu ia mencionar justamente este caso. Mais uma prova da “ligeireza” com que se tratam coisas serias, inclusive a honra das pessoas. Aposto que hoje todos os fofoqueiros do país estão reproduzindo e ampliando a ridícula acusação. Policia, ministério publico, juízes, tomem cuidado pois uma dia a honra de vocês também pode ser atacada! E desfazer uma calúnia não é fácil.

  9. São MARIPOSAS NO CIO…não podem ver um holofote que se grudam pra gozar. Mas quem goza somos nós…os sujos…com estas MARIPOSAS DESVAIRADAS !

  10. Legitimos nazistas mesmo modum operantis,agora talvez o min catdozo acorde pois vem ai escandalo dos centros integrados da copa quem sabe nao doa os calos dele.

  11. Fernando, nenhum comentário sobre as contas globais no HSBC da Suíça? Pra mim tem cheiro de retaliação de folha contra a Globo, por esta ter vazado que integrantes dos Frias tinham contas lá. A justificativa do Fernando Rodrigues pra essa divulgação não cola…

  12. Quando será que o MP brasileiro irá publicar seu manual, verdadeira monografia no seu aprendizado no exterior? Um livro de autoajuda para PGRs, promotores e juízes sem muita apego à própria imagem e ao serviço à sociedade de seu país. O título seria mais ou menos assim: “Como destruir uma nação progressista, rica e com futuro, antes que os gringos pessoalmente a destruam?”

  13. Não são apenas os juizes brasileiros que gostam de holofotes, flashes, câmaras. Policiais da Policia Federal também querem uma pontinha. Assim não dá para acreditar.

  14. No início do caso do”mensalão” foi assim também, criando provas e condenando, e ninguém fez nada. Parece-me que o Tal de juíz MOro não tem um superior hierárquico, ou vários, para botar um freio nele, e logo teremos a condenação somente de PTistas, com transmissão da globo, claro.

  15. Depois que o Supremo disse que “A verdade é uma quimera” e “Não tenho prova cabal contra Dirceu – mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me permite”, tá valendo tudo para aparecer no jornal do Bonner.

    Esse açodamento mostra que o MP, Judiciário e PF buscam um protagonismo maior na República.

    Talvez estejam tentando ocupar o lugar que foi do Exército, que desde o século 19 teve a pretensão de ser o poder moderador.

    Tomara que o país não precise passar por outra ditadura para que cada um aprenda aonde é o seu lugar.

    1. O não tenho provas mas a literatura permite parece ser da “lavra” do próprio Moro. Na ocasião ele “rascunhava” pra Weber.

  16. Pois eu continuo com os meus Mêdos!Muitos.Os principais são;do JORNALISMO,DO JUDICIÁRIO E DA POLÍCIA.Fazem,dizem o que querem,e não tem FÔRO que os julgue.São inimputáveis.

  17. Ri, ri e ri do texto em si. Logicamente, da narrativa do texto e dos personagens, agentes federais e jornalistas que expuseram as apreensões – na casa do Eike e do Duque. Hilária. Tais situações, a busca, a apreensão e o destaque na mídia lembram-me uma situação narrada para os noviços no curso de direito onde um oficial de justiça é levado a executar a penhora de bens em uma determinada casa. Na verdade dois fiscais, um narrava os objetos de valor à penhora e outro fazia as devidas anotações. O destaque da missão: Disse o primeiro fiscal: um crucifixo da marca INRI, pesando aproximadamente 500 gramas. Fabergé e Miró estão encolhidinhos em seus túmulos!

  18. Ao final de tudo isto, sugiro fazermos uma publicação com os bola-foras da mídia e do judiciário brasileiro, dando nome aos bois.

    Terá muito sucesso, certamente, e poderá ser objeto de estudo para as futuras gerações, que rirão muito da “capacidade” destes homens.

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