Estava tudo dominado.
O Centrão parecia pronto para nadar de braçada, sob o comando de Artur Lira, para aprovar as “pautas de costumes” de Jair Bolsonaro – inclusive a de armar milícias legalmente – e até de referendar que uma ultrabolsonarista assumisse a mais importante comissão da Câmara, a de Constituição e Justiça.
Aí vem à luz a vaidade autoritária do ex-comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, vaidoso em se mostrar chefe do generalato não numa guerra, mas a Batalha do Tuíte, em que esmagou o Supremo Tribunal Federal. E, em seguida, o Rambolsonaro Daniel Silveira ameaçando dar “uma surra de gato morto até ele miar” no rosto do Ministro Luiz Edson Fachin.
E agora o Centrão vai ter de enfrentar uma saia justa, tendo de votar a ingratíssima pauta de derrubar a prisão de Daniel Silveira por conta das barbaridades monstruosas que disse nas redes sociais.
Não é pelo corporativismo que representaria “passar a mão” na cabeça de um deputado – o que está longe de ser inédito – mas pela afronta ao Judiciário e ao respeito à Constituição, que são as vítimas do crime cometido por Silveira.
Apenas cassar o mandato do Rambolsonaro é absolutamente insuficiente. É preciso que uma sentença judicial o tire das eleições de 2020, nas quais, cassado ou não, ele se transformará no herói dos psicopatas, em ícone dos antissociais, em deputado das SS tupiniquim.
Houve, certa feita, o arranjo para passar a mão no quepe de um certo tenente que pretendia explodir bombas para obter aumento de soldo. O corporativismo – inclusive da Justiça Militar – o absolveu e deu-lhe o trampolim político-eleitoral.
O resultado disso não é preciso contar, talquei?