O lixo da nova política

O Brasil está sendo consumido pelo fato de ter hoje, mais do que em qualquer época, uma camada de gente estúpida e incapacitada, emocional, ética e politicamente, para exercer o comando de uma nação continental, e muito mais ainda diante de uma crise como a que nos coloca a pandemia do novo coronavírus.

Ocupamos tempo e espaço das nossas vidas – e da nossa mídia – a discutir as imunidades que merece o ogro fascista que quer dar surras de gato morto em ministros, com um impensável corte nas despesas com Saúde e Educação e se a vacina da tal enfermeira era “de vento”,

Enquanto isso, se tivéssemos de empilhar caixões um sobre o outro, teríamos todos os dias uma pilha de mais de 500 metros de altura. 1.500 mortos significa que morre um brasileiro antes de completar-se cada volta do ponteiro de segundos do relógio, todos os dias.

Os países da Europa já estiveram assim e, se não estão mais, é porque fizeram rígidos programas de restrição da circulação das pessoas. Aqui, quando muito, proíbem-se – sem muito sucesso – as baladas da madrugada.

Já não basta falar de um presidente psicopata, de um genocida que promove festins diabólicos – que nome merece aquela farra viral no Palácio do Planalto? – onde quer que vá, que desdenha da máscara e pragueja contra as poucas medidas de distanciamento social.

É preciso apontar o dedo como a inimigos da vida, a todos os que estão com ele.

Não se trata mais de divergir e sugerir correções de rumo, como se o país estivesse sendo conduzido “por engano” numa direção errada.

Sair da passividade que nos deu 30 mil mortos em janeiro, outro tanto em fevereiro e ameaça levar o mês de março ao paroxismo de 40 mil mortes, e isso não é oum agouro, é a projeção de um respeitado instituto de estatísticas de Saúde.

Mil ônibus lotados de cadáveres, para os que já se acostumaram a ver números fatais com frieza.

E quem são estes que estão com o monstro que nos conduz, um Jim Jones fundamentalista? São os homens da “nova política”, da liberdade individual que se sobrepõe à coletiva, do dinheiro acima de tudo, do “precisamos salvar a economia” ao preço da morte de milhares, como se numa versão século 21 dos que aceitavam a escravatura e o açoite porque, de outro modo, quem cortaria a cana ou colheria os cafezais?

República não é um conceito abstrato, é a coisa pública, é o interesse e o direito comum dos cidadãos.

Dos pilares que sustentaram a ascensão deste psicopata ao poder – mercado, mídia, moralismo, estupidez, Judiciário e Exército -só o último parece não ter se abalado com o resultado desta bruxaria.

Será aquele que sairá pior, porque é o único que jamais poderia ter entrado numa conspiração da qual, mais do que ninguém, entregaria poder a um cabo austríaco.

 

 

 

 

 

 

 

 

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