Diz o Datafolha que 79% dos brasileiros apoiam a democracia e só 5% defendem a ditadura em algumas circunstâncias.
Pois lamenta-se informar que, se os ingênuos se somarem aos maus, estarão dadas mais que “algumas circunstâncias”.
Sim, os dois candidatos construíram sua carreira dentro da democracia, mas só um deles em nome dela.
O outro, todo o tempo, antes e depois de envergar a faixa, declara saudades da ditadura e, dúzias de vezes, sugere que aqueles eram os bons tempos.
E, não podendo apenas decidir exercê-la, quer legitimar sua implantação com um vergonhoso processo de corrupção eleitoral, feito com o “arrebenta o cofre” em que se transformou sua campanha.
A insuspeita revista Veja, hoje, contabiliza que, neste segundo turno, Bolsonaro anuncia uma “bondade” com o dinheiro público a cada 3 dias. Mais frequentes do que isso, aliás: foram sete em 18 dias de campanha e nesta conta não está a criação dos auxílios, mas apenas as suas antecipações para pagar antes do dia da eleição.
Seu programa para a economia é “ganhar as eleições, o economia a gente vê depois”. E depois, até as pedras sabem, é arrocho, que já se planeja no “Posto Ipiranga” e a alta generalizada de preços.
Derrama-se dinheiro e a Justiça Eleitoral discute se tal ou qual palavra é ofensiva e quer pressa para tirar fake news das redes, depois de passar meses deixando correr frouxo.
Em nome da defesa dos pobres – e de algumas categorias profissionais -, derramou-se recursos como nunca antes na História e, não fosse a extraordinária consciência do povão em resistir com sua preferência a Lula, esta eleição já estaria decidida pelo dinheiro.
Ainda assim, estão perdendo e vão perdê-las.
E perderiam de muito mais não fossem os endinheirados, que aceitam qualquer um, por mais tosco e vergonhoso que sejam, para continuar fechando os olhos à população.
O Brasil sobreviverá a suas elites imorais.