O país tem o direito de saber da “catástrofe muito maior”

Na entrevista que deu à Record, Jair Bolsonaro disse algo sobre a chegada de manchas de óleo ao litoral do Nordeste que, se restasse alguma combatividade à imprensa brasileira, estaria nas manchetes e sendo motivo de cobranças veementes por esclarecimentos:

“Nós temos um anúncio aí de uma catástrofe muito maior que está por ocorrer por causa deste vazamento”, disse o presidente diante de um repórter que não manifestou a menor reação e passou logo à próxima da lista de perguntas que recebeu da chefia, num jornalismo chapa branca inacreditável.

Se podia haver razão para se manter em reserva o navio supostamente responsável pelo derrame de óleo não há nenhuma para que não se saiba qual é esta “catástrofe muito maior” que está por vir.

Ao contrário, serviria para mobilizar e organizar a população que, afinal, tem sido a grande responsável pelo combate aos danos da poluição.

Há milhares de embarcações, de pesca e de recreio que podem servir como sentinelas da chegada de óleo e permitir sua coleta antes da chegada à praia, já que o óleo tem surgido em forma muito densa e tem sido possível retê-lo.

Bolsonaro fala da catástrofe com um tom de certeza que, das duas uma: ou tem informações alarmantes ou, simplesmente, está mentindo para causar comoção.

Desta vez, pelo menos, estamos todos torcendo para que o presidente seja apenas um mentiroso.

Fernando Brito:

View Comments (11)

  • A maior catástrofe de que se tem notícia nesse país foi a eleição de bolsonaro.

    • E pode piorar.
      Do jeito que todo mundo parece ter se posto à janela, simplesmente olhando o tempo passar e o desastre se agravar, já não descartaria o risco de reeleição do miliciano!

  • É uma catástrofe ? Sim, concordo. Mas providências tem que ser tomadas tanto em relação ao dono do navio quanto a Venezuela .

  • A maior catástrofe deve ter sido a arapuca que a turminha armou para a Globo. Uma pessoa da turma do Bolsonaro cobrou da emissora uma reportagem sobre o porteiro, que daria margem a uma resposta que já estava pronta pelo Bolsonaro, e que levaria ao encerramento do caso e de quebra abriria caminho para a cassação da concessão da Globo. A Globo caiu como um patinho amarelo. Bem que notamos que aquela performance maluca do Bolso parecia ter sido friamente calculada e ensaiada. A Globo agora só tem uma saída: Colocar em campo um batalhão com os melhores jornalistas investigativos do Brasil.

  • Nada pior que o guedes. Amanhã vende o petróleo do país pela gorjeta de 100 bi; deve valor 50 vezes mais.
    O petróleo que chega ainda não é pior que o petróleo que vai de entrega.

  • Com suas palavras, verdadeiras ou mentirosas, Bolsonaro prova por A + B que não precisamos de FFAA - Onde elas estão que não se manifestaram para orientar a população, pedir ajuda internacional, convocar e organizar embarcações de civis e outros para conter o óleo antes de atingir as praias. Como já dito e feito pelos pescadores, é óleo peixe, pega na rede. É só fazer arrastão de rede com malhas mais finas. Os voluntários já recolheram, por baixo mais de 5000 ton. de óleo.

  • O doente mental diz que há uma catástrofe muito maior, entretanto NÃO faz nada e ainda por cima transfere para a imprensa o dever de agir.
    O Brasil virou um hospício e isto não é força de expressão.

  • Chego a conclusão que o maior defeito do brasileiro evangélico é ser hipócrita, seguido pela covardia. Desconheço um eleitor evangélico que tenha votado em Bolsonaro e tenha a coragem de confessar o erro cometido, ou sequer arrependimento. Muitos deles afirmam que não havia quem escolher. Por outro lado, tenho conversado com pessoas de outros matizes religiosos, muitas delas arrependidas eleitoras de Bolsonaro.

  • Mentiroso ele é. É um MITÔmano. Mente compulsivamente. Teve a cara de pau de, na assembléia da ONU, mentir despudoramente sobre números e fatos.

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