O ‘piti’ de Ciro e o perigo bolsonarista

O assunto das redes, ontem à noite era o descontrole – pela enésima vez – de Ciro Gomes diante de manifestações hostis a seu “corpo a corpo” de campanha no Agrishow de Ribeirão Preto.

A cena, claro, traz enormes para ele, até porque é um “replay” do que já fez em outras campanhas, chamando um eleitor de “burro” numa entrevista de rádio, descendo para rua para bater boca com “coxinhas” ou dizendo que o papel de sua mulher na eleição era “dormir com ele”.

Como os “coices” de Ciro não são raridade nem novidade, como também é óbvio que os nervos à flor da pele revelam frustração com o desempenho de sua campanha, cuidemos do que o episódio traz como advertência.

É óbvio que a escolha do local para campanha foi o mais crasso erro de todo o episódio. O bolsonarismo no universo do agronegócio não é uma ficção, é uma realidade.

E a agressividade dos bolsonaristas é outro fato incontestável, até porque eles se espelham na violência verbal de seu ídolo, todo o tempo estimulando ações e reações deste tipo.

Reconheça-se, aliás, que nem é fenômeno só tupiniquim: a “tomatada” em Emmanuel Macron, anteontem, mostra que até lá na França este tipo de atitude virou método dos extremistas de direita.

Aqui, vivem desafiando Lula a “ir para a rua”, para comprovar o resultado das pesquisas. É óbvio que, sabendo e em um lugar onde não haja uma massa popular a proteger o candidato, mandarão seus “comandos” para provocar e obter a versão de que o “ataque” foi da vítima.

Na campanha de 1989, os grupos de provocadores colloridos faziam este papel, por vezes travestidos de militantes do PSTU.

Lula tem se saído muito bem, até aqui, neste campo. Não quer dizer que não vá à rua, mas é preciso evitar arapucas como a que fez Ciro perder as estribeiras e produzir uma c… fenomenal.

É preciso muito cuidado na área de comunicação e na de eventos de uma campanha. Seja para não cair em provocações, seja para não entrar em armadilhas criadas pelo desejo de candidatos “locais” de desfilarem em suas bases na companhia do candidato a presidente, como parece ter sido o caso de Ciro, ontem.

Lula não pode estar em todos os lugares. Que esteja, portanto, essencialmente onde está o povo pobre, sua grande defesa contra isso.

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