Se a oferta da Pfizer, formulada em agosto do ano passado, ficou “na geladeira” até o final do ano e se, afinal, o Brasil comprou o imunizante com o mesmo preço e as mesmas condições de isenção de responsabilidade que era exigida então, é evidente que só o nosso país e a população tiveram prejuízo com a paralisação dos entendimentos com a farmacêutica, porque a vacinação atrasou-se em 4,5 milhões de doses ou até um pouco mais, porque a oferta teria, com certeza, alguma reserva que poderia ter sido obtida com uma contraproposta firme.
Isto está claro.
O que não está claro é porque “não houve resposta, nem positiva, nem negativa” – como informou o então presidente da empresa, nem porque a Pfizer foi procurar Fábio Wajngarten para reaproximá-la do Ministério da Saúde, muito menos porque Paulo Guedes ciente da oferta, na presença de Bolsonaro, não agiu para viabilizar a compra.
E, sobretudo, como acaba de ser relatado, que Felipe Martins, o olavista presidencial, e o vereador Carlos Bolsonaro faziam na reunião entre a diretora jurídica da Pfizer, Shirley Meschke, e o secretário de Comunicação da Presidência.
O comando paralelo da Saúde, que aqui tem sido chamado de Gabinete do Vírus, está mais que caracterizado.