O que salvou a China é um desastre no Brasil?

O governo chinês, como se sabe, é ferozmente “comuno-capitalista”, apostando no crescimento de sua economia como arma para “dominar o mundo”.

Ou, pelo menos, é isso o que dizem os ideologos da extrema-direita, embora seu “gado” dispense argumentos e use o do general William Westmoreland, comandante do Exército dos EUA na Guerra do Vietnã, de que os orientais dão pouco valor à vida.

Como explicar, então, que o governo chinês tenha adotado, como o mundo inteiro viu, dois meses de paralisação quase total da economia, com imensos prejuízos para seu Produto Interno Bruto, ao ponto de ter, num país que tem sete vezes mais habitantes do país, um ano depois do surgimento das primeiras infecções, tenha menos mortes do que o Brasil registrou apenas nos últimos quatro dias (4.994, ante 4.636 óbitos na China)?

Não foi a vacina, porque esta demorou e, mesmo tendo três fabricantes locais, a vacinação por lá segue sem qualquer ritmo de emergência, por uma simples razão: o país não tem, como nós, uma explosão de casos, ao contrário. Durante toda a pandemia, lá foram 90 mil casos; aqui, ontem e anteontem apenas, mais de 130 mil.

Se, do ponto de vista das vidas e sofrimentos humanos, a situação da China foi incomensuravelmente melhor do que a do mundo, em geral, e imensamente do que no Brasil, será que temos então vantagens econômicas por rnão termos adotado as medidas rígidas dos chineses?

O PIB da China cresceu 2,3% em 2020 (e 6,5% do 4° trimestre, de volta ao ritmo normal de expansão de sua economia), aqui estamos rezando para a queda em 2020 ter sido menos do que 5% e já sabemos que o ritmo atual, se não for zero, será abaixo disso.

Fizemos a parte correta (e necessária a um lockdown) de prover de auxílio emergencial dezenas de milhões de brasileiros. Mas uma soma de ganância, estupidez, politicagem e manipulação golpista fizeram com que as restrições de circulação fossem frouxas e breves. Portanto, ineficientes.

Os epidemiologistas e especialistas em saúde afirmam, com toda a clareza, que o Brasil precisa de um fechamento rígido durante duas ou três semanas para avançar com as vacinas e frear o contágio.

Mas conseguiu-se inculcar nas pessoas que é desastroso o que, para os habitantes do outro lado do mundo, foi-lhes a salvação de vidas e da economia.

 

 

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