O Riocentro dos Black Blocs

riocentro

Ontem, quando falei da bomba que atingiu o cinegrafista da Band tive o cuidado de registrar que ela fora lançada por black blocs , mas com a ressalva de que eram, até ali, as informações disponíveis.

Hoje, isto está superado com a confissão do tatuador Fábio Raposo, de 23 anos, de que teria pego um rojão, dado a outro homem que passava e que este disparou-o.

Imagens recém reveladas pelo Terra, gravadas pela TV Brasil, que reproduzo abaixo, mostram claramente Fábio e outro homem, que ele próprio admite que tinha a cabeça coberta conversando e, em seguida, este segundo homem colocando a bomba no chão para dispará-la.

Acompanhei, durante a tarde de ontem as páginas dos Black Blocs afirmando que a bomba fora lançada por policiais.

Hoje, não têm mais o que dizer, a não ser que o rapaz não é um black bloc, embora portasse uma máscara antigases.

Está visivelmente apavorado.

O outro homem, por tudo o que já se sabe, será rapidamente identificado.

Não era sequer intenção dele atirar a bomba contra algum grupo de policiais, pois não havia nenhum por perto.

Não se pode afirmar que tenha deliberadamente tentado acertar o cinegrafista.

O que não o exime de responsabilidade e não torna em nada menos condenável o que fez.

Há 33 anos atrás, o sargento Guilherme do Rosário e o capitão Wilson Machado foram atingidos pela bomba que eles próprios carregavam no Riocentro. Provavelmente não visavam atingir ninguém, especificamente, apenas semear o pânico e a confusão, embora soubessem e assumissem o risco de com isso provocar ferimentos e morte.

Na ocasião, também, tentaram negar a origem do atentado dizendo que um “guerrilheiro” teria posto a bomba no carro.

Não estou dizendo que todos os meninos e meninas que estão nessas manifestações sejam terroristas e muito menos que queiram ferir ou matar pessoas.

Mas todos estão sendo, voluntária ou involuntariamente cúmplices dos que são, e alguns são e não têm limites na sua, até agora, tolerada irresponsabilidade.

Tomara que o Santiago, o cinegrafista, se recupere, e há sinas de ligeira melhora em seu estado.

Mas esse é o fim dos blocs, como movimento “aceito” pela mídia como “parte” das manifestações.

Um atitude que deve partir, se isso fosse possível, dos próprios manifestantes.

Agora, o anonimato, a falta de organização e de líderes, a ausência de qualquer tipo de comando que torna possível – bloc ou não – que qualquer um dispare um petardo na direção de pessoas inocentes, os iguala a um bando de agressores, diante dos olhos da população.

Os filhos do ódio político, da irracionalidade coxinha, da mídia que os saudou como “abre-alas do futuro” passaram da conta em suas traquinagens.

Santiago está entre a vida e a morte.

Como eu disse ontem, falando da jovem negra Keshia Thomas, que se atirou sobre um neonazista para evitar que fosse linchado, alguém tem de dizer: não, isso não.

E fechar a porta do inferno.

 

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13 respostas

  1. Disseram, no começo, que era o sonho da juventude. Isto interessava e muito à mídia, pois balançou o prestígio da presidenta Dilma.

    Agora, já começaram a entender que não é e nunca foi um sonho. ´

    É um pesadelo nazista mesmo!

  2. Boa noite,

    a meu modo de ver se continuarmos nesse ritmo estaremos caminhando para um divisão sectária e de classes empurrados pelos nossos políticos,judiciário e canais de tv. Essa caixa não pode ser aberta pois trazer ia infinitos problemas, não antes visto em outros países. Um exemplo seria a síria que seria apenas uma lembrança de um conflito de pau e pedra quando comparado com nós.

    1. Você esta certinho. Se você observar, tem outros casos, que a maioria ainda não conseguiu juntar: Foto do passageiro no aeroporto e o caso do rapaz amarrado no poste, no rio. me parece uma mensagem, olha! você pertence a este lado! ok!!. isso tudo e orquestrado,ou será só uma TEORIA DA CONSPIRAÇÃO da minha parte.

  3. Pois eu diria que os alienígenas já cá estão, novamente, a infernizar nossa vida. Como no passado, junto do pig e dos traidores, querem nos assombrar e trazer de volta o malfadado golpe.

  4. No meu modo de ver, se não são terroristas, no mínimo, cúmplices.
    E ninguém atira uma bomba só com a finalidade de assustar.
    É aquela velha desculpa para portar armas: “é pra me defender”…
    ARMAS, sejam elas de projéteis ou explosivas possuem a única finalidade que é MATAR.
    Ninguém vai a um protesto portando bombas só par “protestar”.
    Visivelmente, esses Black Blocks vão com o único objetivo do confronto e da agressão, mesmo que elas acabem em mortes e tragédias.
    Alguém tem que dar um basta nisso, de preferência, alguém respaldado pela lei, antes que outros indignados e revoltosos resolvam partir para o confronto e fazer justiça com as próprias mãos.

  5. No contexto da operação Gladio na Itália, e, mais geralmente, da operação Stay-Behind em toda a Europa, dos anos da guerra fria, de 1948 a 1990, mais ou menos, coordenadas pela CIA em associação com os serviços secretos dos países da OTAN, desenvolveu plenamente o que foi denominado por esses operadores de estratégia da tensão. O objetivo era espalhar o terror e o pânico. Seguindo essa estratégia foram cometidos diversos massacres como os atentados da Praça Fontana, o da Gare de Bologna, o da Gare du L’Est em Paris, etc. etc. Aqui na América do Sul a Gladio, ou Stay Behind, foi denominada Operação Condor. A informaçnao que se tem, de fontes seguras, é que a Gladio está de volta a todo vapor, mais concentrada agora no Cáucaso, na Europa Oriental e Ásia Ocidental, tendo a Turquia como um centro fundamental de operações. Essa operação se desenvolve com as mesmas características que a dos anos da guerra fria, não há porque mudar uma estratégia que tem sido vitoriosa. Manter a população aterrorizada, desejosa de abrir mão de seus direitos em troca de proteção contra o terror é um truque infalível. Evidentemente, os black blocs e anonymous fazem parte desse contexto e acho que o povo já entendeu isso. Felizmente, a internet serve para divulgar esses lixos mas também serve para desmascará-los.

  6. Pelo que teem aprontado mundo afora, alguém ainda tem dúvida de estes bandidos “black blocks” são típicos neonazistas? A semelhança com as SA de Hitler não é apenas coincidência.

  7. Tudo certo, mas falta a pergunta: a quem interessa o crime e quem financia esses bandidos, na realidade terroristas as serviço de alguém? Não dá para essa de dar uma de intelectual, na realidade intelectualóide oposicionista, que deseja contribuir com análises enviesadas, que o que mais se vê, dando suporte à mídia que na realidade tem interesses em que esses movimentos terroristas continuem (no início, repórter da Globo fazia coro com os black blocs dizendo que o petardo teria sido lançado pela polícia, logo mudou sua posição, quando viu que havia registros que provavam o contrário, livraram-se de ridículo como o da bolinha de papel no apoio ao Serra), na tentativa de no mínimo apoiar seus candidatos de oposição para melhor se posicionarem no pleito que se avizinha, e mesmo desestabilizar o sistema para aventuras como as que historicamente apoiaram.

  8. Se eu bebo e dirijo, sou culpado por danos.
    Se compro pó e maconha, sou culpado pelas
    mortes roubos,assassinatos, delinquência.
    Se fumo cigarro sou culpado pela vida do
    bebe.
    Se olho para o lado diante um crime, sou
    cumplice.
    Se levo um rojão, sou culpado pelo dano
    que ele ocasionará quando explodir.
    Se lanço um balão, sou culpado pelos incêndios.
    Não dá para aliviar…
    A justiça alivia demais…existem leis para tal.
    Não dá para ter dó, eles foram lá para ter ascesso
    aos blac blocks, era questão de tempo…
    Vai fazer trilhos para estrada de ferro.
    E o pai deles tem que ajudar a pagar, a familia, o
    hospital, se morrer o cara da Band, pagar INSS para
    esposa dele para o resto da vida..

  9. Não demorou muito para que os gringos pegassem o “blaster” de Boston. Se basearam em imagens de câmeras de celulares, câmeras de vídeo e câmeras de segurança. E deram uma saraivada de balas nele: mais de 500 tiros.

    Aqui no Brasil, não se espera uma ação tão sangrenta, afinal de contas não somos a nação que possui mais inimigos no mundo.

    Teorias conspiratórias à parte, até que ponto a chegada da embaixadora Ayalde tem influenciado essas ações que visam a desestabilização do governo brasileiro?

    Ayalde participou ativamente do golpe no Paraguai.

    Veja

    “Como o governo americano mantinha influência em todas as esferas de poder que foram fundamentais na remoção de Fernando Lugo, desde a Polícia Nacional até a Corte Suprema paraguaia.”

    “Documentos apontam que EUA tiveram influência em golpe no Paraguai”

    Ayalde usa a máxima de tio sam: “Sorriso nos lábios e porrete nas mãos”. De preferência nas mãos dos outros, devidamente teleguiados.

    Por conter a palavra _ayalde_, este comentário será rastreado pelas 16 agências de espionagem dos states.

  10. Porque no Brasil, é preciso acontecer uma tragédia, para que algumas pessoas percebam a realidade ? Com a palavra os “sociologistas” que achavam este movimento uma nova Primavera de Praga.

  11. Parece que o que venho falando com algumas pessoas desde de junho do ano passado veio a tona da pior forma possivel. Os black blocks são a SA pós-moderna. De fato são nazistas mesmo que não saibam disso, e alguns eu acredito que sabem muito bem disso. Os black blocks destruiram o movimento occupy wall street e apareceram no Egito nos protestos contra o governo eleito democraticamente, o resultado já sabemos.
    A verdade é que há um levante nazista organizado no mundo todo – Gleen Greenwald que mora no Brasil atualmente, defendia nazistas quando atuava como advogado nos EUA (há matéria no NY TImes de 2005 antes das denúncias sobre a NSA a respeito disso). Mas os black block formam apenas a ‘tropa de choque’ visível e manipulada pelo ‘fuhrerbook’. Em uma ‘teoria da conspiração’ bem articulada haveria gente em todos os postos -midia, policia, judiciario, universidade, partidos – que compartilham dessa ‘ideia’. O objetivo não é ter um partido para chegar o poder (“sem partido”!), é espalhar o terror e o ódio como arma politica; Hitler nunca teve maioria dos eleitores na Alemanha, chegou ao poder pelo terror, ódio e mentira.
    Como resitir a isso? pela denuncia contínua sem estabelecer qualquer diálogo direto que dê oportunidade para exporem suas idéias, pela investigação criteriosa – e não só da policia, não dá para ficar esperando eles agirem pois devem ‘ter suas limitações’ – e especialmente não cedendo ao terror e ao ódio. Levar a vida normalmente(mas atento) e não perder a humanidade pois é isso que eles querem nos tirar.

  12. Creio que é preciso considerar, nessa discussão toda, que os jovens brasileiros (na faixa dos 20/30, grosso modo, cresceram numa sociedade de consumo desenfreada e sem memória (e num sistema educacional muito precário. E que, sendo filhos de pais que franquearam tudo a eles – seja por se sentirem culpados, seja por estarem ausentes), esses jovens não têm limites. É com essa disposição, a meu ver, sem consciência política e histórica, que boa parte desses jovens vai para as ruas, tanto para protestar quanto para fazer justiça com as próprias mãos.

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