O tamanho do bolsonarismo é o tamanho da estupidez

Dei pouca importância aos números divulgados pela pesquisa Datafolha.

Há muito de genérico nas perguntas sobre aprova/desaprova atuação de governos e ministérios numa situação como a de agora e, no caso da renúncia/não-renúncia de Jair Bolsonaro, acho perfeitamente compreensível que muitas pessoas não desejem acrescentar mais um elemento de crise ao quadro atual.

Hoje, porém, saem os números sobre a concordância com o isolamento social, inclusive e especialmente a suspensão das aulas.

Aí está, ao que posso ver, a situação de Bolsonaro.

É maciça a rejeição ao que ele prega e que ficou evidente para todos.

São três quartos da população e essa é a realidade.

Como é realidade que, como desde o primeiro dia de seu governo, a essência de suas pretensões políticas é manter seu núcleo minoritário de ódio e de estupidez, que nem uma pandemia mortal como esta é capaz de dissolver.

Sem os 20-30% de fundamentalismo ignorante e selvagem que é capaz de dar suporte ao ex-capitão, ele conta que ninguém, no campo conservador, se habilite a ser o cavaleiro capaz de enfrentar o “perigo comunista”.

Ele conta – e a centro-direita e até pessoas soi-disant de esquerda o ajudam nisso – com o antipetismo que, desde 2013, inoculou-se no país.

A postura insana de Jair Bolsonaro só o é para os que se espantam com a monstruosidade explícita com que ele representa a finalidade que a ele deram no processo político.

Os números de hoje, por isso, são os que mais expressam a realidade.

Este é o número que reflete o que, agora, ninguém mais deixa de saber sobre o projeto de exclusão e morte que a direita extrema – e não só aqui – representa.

Que, felizmente, é um surto que contaminou boa parte do Brasil e frente ao qual, agora, a sociedade tem anticorpos que a permite preservar sua vida.

 

Fernando Brito:

View Comments (21)

  • Sobre o vírus antipetista q foi inoculado na sociedade: entendo q ele é destrutivo e constituído de Mentiras e Verdades. Por isso defendo, junto com Gilberto Carvalho, que o PT retorne às suas origens, recupere seus “anticorpos” e volte com “saúde” redobrada. Ficar brigando por hegemonia é agir como Bolsonaro frente ao Corona

    • Mas, se não tiver os "dois lados", o PT não existe mais, aliás, estão por cassar o partido.

  • Essas pesquisas são inconsequentes, ou mal formuladas de propósito. Não faz sentido ao olhar com base na lógica as respostas aos quesitos. A esmagadora maioria não quer atender às orientações do "doutor presidente" e parte dessa esmagadora maioria quer preservá-lo? Difícil entender. Na esmagadora maioria existem certamente aqueles que foram a favor do golpe e contra o PT, mas isso não significa que sejam a favor do atual governo. Por outro lado as pesquisas deveriam abordar sem cerimônia as questões corretas: você é de qual linha religiosa ( isso hoje é mandatório)? como era seu nível de vida há 6 anos ? há 4 anos? há 2 anos? como é hoje? como você votou em 2018: anulou? em branco? escolheu um candidato? foi o atual presidente? É bom para o país trocar de presidente hoje? Se sim, por quê? Se não, por quê? O que você sabe sobre a Covid 19: nada? pouco? alguma coisa? muito?Você concorda com a forma do governo combater a covid 19: Sim? Não? Enfim, os especialistas têm que buscar questões que obriguem as pessoas a responder de uma forma que seja possível direcionar uma tendência de interesse ( ou desinteresse) do povo sobre as questões reais do país. Da forma como são feitas essas pesquisas ajudam muito pouco e até confundem as pessoas.

  • 1500 pessoas, por telefone... Essa metodologia não serve nem pra estudo de mercado sobre o BomBril. Quanto mais para o que pretendem.

    Semana passada provaram que desses 30%, 50% são robôs. E agora que precisam que o Bozo assuma as mortes da população, coisa que TODOS OS AGENTES POLÌTICOS CAUSARAM, principalmente os GENERAIS.

    Chato é ver esse malabarismo dos blogs de esquerda que comemoram o golpe branco do Braga Neto, que se governa, governa exatamente como o Bolsonaro, mas não querem por na conta deste as mortes que ele vai causar "emulando" ponto a ponto o presidente semideposto.

    E depois que o testa de ferro for desgastado, "lançam" uma nova pesquisa, essa obra de ficção produzida entrevistando sabe-se lá quem. Lista de contatos do Malafaia?

    Daí é só administrar as mortes, manipula uma pesquisa aqui, solta uma bolsa esmola ali, reprime aquele outro e soldam de volta a tampa da panela de pressão. Com o apoio de FHC a Dino.

    Não dá pra fazer análise política se baseando nesse tipo de "estatística".

    Vai lá na portaria do prédio e pergunta pra tês pessoas que passarem que é mais confiável.

  • Não acredito em pesquisas,as vejo como mais uma ferramenta de manipulação.
    Por diversos motivos,concretos ,reais ,podemos concluír que a aparente contradição entre o 59% que protege o delinquente e o 72% que apoia o isolamento,não passa de mais uma prova dessa manipulação.
    Como é possível que o 81 % desse 72% que defende o isolamento," peça" que o maior obstáculo ao isolamento NÃO seja demitido .
    Isso é um absoluto absurdo ,não existe nenhum fato que justifique tamanha mudança ,nada aconteceu entre uma "pesquisa" e outra.
    Pesuisas são só mais uma ferramenta de manipulação,como a mídia ,fake news,filmes,etc,etc.

    • A mente humana é complexa, e a dos brasileiros totalmente pirada pela lavagem cerebral da mídia, é capaz de coisas inacreditáveis. Inclusive acreditar que bolsonaro está apenas equivocado, mas tentando fazer o melhor para o povo.

      • Que as carreatas dos boçais "viralizem" bastante entre eles. Pena que não acontece somente entre eles. Contaminam pessoas inocentes também.

    • Talvez os 51% que são contra o impeachment do lixo tenham receio que com a saída dele as coisas fiquem ainda piores. Afinal, apesar de uma coisa não ter absolutamente nada a ver com outra, as coisas começaram a ficar realmente ruins depois do golpe contra Dilma, que para muitos ignorantes não se diferencia do impeachment de bolsonaro.

    • Talvez os 51% que são contra o impeachment do lixo tenham receio que com a saída dele as coisas fiquem ainda piores. Afinal, apesar de uma coisa não ter absolutamente nada a ver com outra, as coisas começaram a ficar realmente ruins depois do golpe contra Dilma, que para muitos ignorantes não se diferencia do impeachment de bolsonaro.

  • Eu não me iludo pelo fato de, aparentemente, grande parte da população que escolheu o bolsonarismo estar a favor do isolamento.Podem até estar por uma questão de sobrevivência, mas no coração desses eleitores o que vige ainda é o ódio alimentado por todos os meios que conhecemos.Finda ou controlada a Pandemia, estarão de volta e acreditem, atacando o PT.Falo isso por justamente ter passado por um episódio, durante uma conversa com um cidadão o qual eu estava lhe esclarecendo sobre o isolamento e sua vinculação com política de Estado, no caso, a atitude de Bolsonaro, quando fui pego de surpresa com a exclamação dele:-Ah, mas o Lula também está falando a mesma coisa que Bolsonaro!...a conversa acabou:(

  • É necessário pressionar Rodrigo Maia para que ele coloque em pauta o impeachment do Bozo. A negação desse discurso por parte do presidente da câmara configura proteção ao genocída que ocupo a cadeira da presidência.

  • É bom não esquecer da "tigrada", ou seja dos baixos escalões do exército, das PMs e milícias. Juntando tudo isso, mesmo que seja uns 60% do contingente total, os bozo-milicianos contam com cerca de 2 milhões de homens armados. Umas dezenas de generais estrelados - de farda ou de pijama - mais algumas centenas de coronéis e oficiais de média patente são páreo para essa "galera"? O terço das FFAA e das PMs, leal ao alto comando, se dispõe a entrar em luta sangrenta com os 2/3 que cerram fileiras em torno do Bozo? Ademais, o Bozo conta com aval de Donald Trump, como até as velhinhas de Taubaté já perceberam.Por meio do general interventor, Walter Braga Neto, o generalato golpista, vira-latas e entreguista teve de assumir a paternidade (juntamente com o sistema judiciário, oligarquias, Deep State estadunidense e finança transnacional) do filho "bastardo": o golpe de Estado, que arruína e destrói o Brasil. São remotas - para não dizer nulas - as chances de Bozo ser, formalmente, destituído da presidência da república, pois assim a milicalha terá de assumir sozinha o ônus do golpe, da destruição do Brasil e, de quebra, dessa pandemia decorrente da guerra biológica iniciada pelos EUA, visando destruir a economia da China e impedir a consolidação das novas Rotas da Seda, tendo à frente China, Rússia e parceiros estratégicos no OM, como o Irã.

    • Recebi uma mensagem via WhatsApp que faz sentido. O vírus não foi uma arma biológica, mas a forma eficiente como a China lidou com a pandemia em contrapartida com a forma desastrada como os EUA e outros países capitalistas lidaram com o problema vai fazer com que ao final do surto a China já esteja consolidada como a maior economia do mundo.

    • E mais um largo etcétera, JPA! A lista dos e os acontecimentos é longa/são inúmeros e a maioria da população está completamente alienada, hipnotizada, tem complexo de vira-latas, Sou otimista mas creio que é melhor nos prepararmos para juntar os cacos e ainda defender essa massa de desmiolados que, ao fim e ao cabo, seguirão sendo nossos compatriotas, cidadãos brasileiros.
      Tens completa razão (infelizmente) mas sempre haverá uma saída menos dolorosa para nós ou para qualquer um na mesma situação.
      O povo brasileiro é sempre muito pacífico (inclusive com seus próprios algozes e traidores da pátria e do povo brasileiro) e por isso sempre levamos a pior. Um dia (espero que seja o mais breve possível) nos rebelaremos e faremos nossa própria "queda da Bastilha".
      Cordiais saudações e obrigado pela clareza do (e inteligência ao escrever o) comentário.

  • Não seria mais importante saber quanto estão conosco, isto é, quantos abominam o Golpe de Estado e tudo que seguiu a ele e como sua consequência? Não seria mais importante sabermos que apoia nosso projeto de pais democrático, socialmente equilibrado e justo, desenvolvido e moderno? Não seria melhor saber com que forças políticas e que recursos e meios temos para enfrentar nossos adversários?

  • Caro Fernando Brito. Acho que você anda, injustamente, excluindo minhas postagens do Tijolaço. Pra começo de conversa, acho difícil encontrar outro leitor que lhe siga como eu – abro o Tijolaço todas as vezes que acesso a Internet, de manhã até de madrugada, para ver se você postou algo fora do horário. Recomendo o Tijolaço a amigos e já cheguei ao ponto de te apoiar financeiramente (faz tempo, não recentemente). Nestes dias, postei uma ideia que muitos confundiram com a do Guedes – do passaporte. Nada nem perto. Parto do princípio de que empresas e empresários têm que se envolver no combate ao covid-19 (nem que fosse à força, por taxação, mas com Guedes, isso é impossível). Porém, outra coisa pode levar um empresário a colaborar. O fato de que comprar uns testes (dos bons) é muito mais barato do que demitir. Então, poderíamos testar não 40 milhões com um teste que falha em 30% dos casos, mas testar 120 milhões, ou mais (muita gente terá que ser testada duas vezes ou mais). Isso traria um grande alívio ao SUS e à economia. Tenho também procurado disseminar informações sobre medicamentos que são promissores contra o vírus (há esperanças!) e mostrar que há grupos de excelência fazendo previsões matemáticas sobre a epidemia. Sei que você é bom em matemática, sabe da importância disso. E isso serve de argumento contra aqueles que querem a liberação geral do isolamento. Basta mostrar o gráfico de evolução da China, que venceu o vírus com o isolamento. Finalmente, creio que você ainda não criticou os líderes (?) da indústria. Na guerra – é só ver os EUA - deveríamos estar quebrando patentes, juntando fabricantes para produzir ordenadamente e em conjunto, insumos e equipamentos para o SUS e a população. Respiradores, por exemplo. Sem coordenação, sem apoio logístico, nada disso ocorrerá. E acho que temos (ainda) capacidade de fazer isso. Só durante a crise, gosto muito da ideia de que Bolsonaro tenha se tornado uma figura decorativa – gostaria que fosse verdade, mas não acredito. E acho que estaríamos diante de um governo militar, ao fim da crise, com consequências tão funestas quanto as do bolsonarismo.

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