A Polícia Federal, anteontem, descartou liminarmente a possibilidade de que houvesse mandantes no assassinato de Bruno Pereira e de Dom Phillips.
Hoje, porém, admite que seriam oito os homens envolvidos na atrocidade pois, além dos assassinos, haveria mais cinco pessoas que teriam ido até o ponto remoto de mata para auxiliar na ocultação dos cadáveres.
Alguém pode imaginar que, assim, sem um vínculo criminoso contínuo e organizado, se “arranja” um lote de cinco pessoas dispostas a se embrenhar na mata para esconder corpos?
“Ô fulano, tudo bem? será que você não chama o Zé, o Antônio, o Juca e mais um pra a gente ir enterrar uns caras que eu matei lá no igapó?”
Se a PF está certa em procurar esta quina de criminosos que se juntaram à trinca assassina, então temos diante de nós uma quadrilha que, antes deste crime bárbaro já tinha práticas ilegais em conjunto.
E o que os aquadrilhava? Caça e pesca ilegais? Tráfico de animais silvestres, de drogas, o quê?
Antes que se saiba que grupo era esse, capaz de mobilizar oito homens para dar sumiço a corpos, e quais era suas ligações é impossível que se diga, como fez a PF em nota oficial que os indícios são de que “os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito”.
Como é que se juntam oito homens para enterrar corpos despedaçados sem um agrupamento criminoso já em pleno funcionamento?
Tem todo o sentido a pergunta feita por Caetano Veloso na homenagem que fez a Bruno e Dom em seu show de ontem: “por que parar as investigações?”.
O que se quer sepultar nas matas fechadas do Javari, que esta quadrilha de oito é maior e que se liga a outras, sem as quais não fariam o comércio que defenderam de quem os denunciava?