Semana passada, escrevi aqui sobre a campanha que se desenvolvia para fazerem o Brasil desacreditar do pré-sal, com a ajuda de uns notórios quinta-colunas entreguistas, com direito a reportagem no Washington Post dizendo que teríamos vivido uma falsa euforia com as jazidas de petróleo.
Agora, com a publicação dos recentes resultados do pré-sal pela Petrobras, tendo dados para ser mais objetivo do que fui ali, quando mostrei que os poços mais produtivos do Brasil estavam todos no pré-sal e informei que a produção do pré-sal superara os 400 mil barris de óleo-equivalente (soma ponderada da produção de óleo e gás).
Mais especificamente 339,4 mil de barris/de petróleo e 11,5 bilhões de m³/dia de gás natural, totalizando 412,0 mil de barris de óleo-equivalente/dia, 10,8 % a mais que em outubro.
Muito?
Pois fique sabendo que a produção continua crescendo neste ritmo e, anteontem, a produção total do pré-sal chegou a cerca de 500 mil barris de óleo-equivalente em um só dia, dos quais 391 mil em petróleo líquido.
O recorde anterior foi na véspera de Natal, com 371 mil barris em 24 horas.
Os poços do pré-sal da Bacia de Santos – os maiores e menos explorados, superando os da Bacia de Campos – atingem uma 25 mil barris de petróleo por poço por dia, 66% a mais que a média dos poços do Mar do Norte (15 mil barris/poço/dia) e 150% a mais que os 10 mil/dia médios dos poços do Golfo do México.
Um ex-funcionário da Petrobras, agora metido em negócios privados, Wagner Freire, disse ao Post que “muitos poços do pré-sal vêm secos”.
Sabe quantos vieram secos, em 2013?
Zero.
Isso mesmo, nenhum. Todas as 42 perfurações foram bem sucedidas.
Sobretudo as de Franco, agora chamado de Búzios, que revelou um campo tão grande quanto o megacampo de Libra.
E se estas descobertas ainda levarão algum tempo para produzir, outras entram na fase de dar frutos: 22 poços serão conectados a plataformas já instaladas no pré-sal de Santos (17 poços) e outros cinco que serão ligados, este ano, aos dois navios plataformas que chegarão aos campos de Sapinhoá (o Cidade de Ilhabela) e Iracema (o Cidade de Mangaratiba).
Até o final do ano o pré-sal estará produzindo mais de 800 mil barris de óleo e um milhão de barris de óleo-equivalente, considerada a produção de gás.
Mas, se é assim, porque tanta história sobre a Petrobras?
Claro que a empresa passou 2013 e ainda tem uns meses pela frente com a água pelo pescoço, em matéria de geração de caixa para investir.
Preparar-se para produzir nestas quantidades é caríssimo e demorado.
É preciso construir de uma vez só equipamentos que vão produzir durante 30 anos.
Quem olha a empresa sem o ódio dos traidores enxerga isso claramente.
Tanto que, pagando 0,5% a menos por ano, houve três vezes mais procura pelos títulos que a Petrobras lançou, em euros, com taxas entre 2,75 e 6,6% ao ano, para financiar seu programa de investimentos.
Essa turma que a ataca é como aqueles herdeiros do papai, que vendem tudo e se gabam de ter conseguido dinheiro rápido.
E o Brasil do futuro é como um trabalhador que se aperta, se sacrifica e, em vez de dilapidar, acumula patrimônio com crédito e trabalho, fazendo sacrifícios.
E é essa riqueza que fica, enquanto a outra se esvai, tão rápido quanto veio.
23 respostas
Alguém pode me explicar quando este expressivo aumento na extração de petróleo a caminho da autossuficiência irá nos beneficiar com um combustível mais barato? Mais barato como Venezuela, por exemplo, onde o combustível é farto e a preços ridículos, isso será possível um dia?
O caro ou barato nas contas dos economistas, pode ser medido em diversos índices. Na conta do consumidor, a relação é com o salário. Em setembro de 2002, o litro de gasolina custava R$ 2 e o salário-mínimo era de R$ 200. Ou seja, um salário mínimo comprava 100 litros de gasolina. Hoje, o preço médio – http://www.anp.gov.br/preco/ -é de R$ 2,96 e o salário mínimo é de R$ 724, o que dá 244 litros.
Interessante este ponto de vista do Fernando. Talvez por esta razão os analistas econômicos não bateram muito no preço da gasolina. Não esqueçamos que houveram comentários de que o preço do combustível era e continua artificial. Será que esta relação combustível X salário mínimo é preservada para a maioria dos outros produtos?
Lembro-me que num passado não muito longínquo, o preço do petróleo era utilizado como indexador. Era o barril de petróleo aumentar, e aí era desencadeado um aumento generalizado disparado pelo preço do combustível nas bombas. A Petrobras e Governo fizeram com que este mecanismo se arrefecesse de modo que pouco se fala do impacto do combustível sobre a inflação atual. Parece que, pelo menos simbolicamente, o “Tomate” tomou o lugar.
De qualquer forma, a relação apontada pelo Fernando, mostra o quanto o combustível ficou mais barato (relativamente) para o consumidor brasileiro.
Por falar em Venezuela, tem saído poucas noticias sobre o nosso vizinho. Porque será? Não há mais falta de papel higiênico nos supermercados?
Isso ocorrerá quando a Petrobras voltar a ser 100% estatal. Na Venezuela e na Argentina a extração de petróleo é estatal.
O comércio de petróleo no Brasil estabelece e funciona sob um sistema de exportação/importação bem estranho, colonial, na verdade.
Somos autosuficientes na produção de petróleo bruto, mas não somos autosuficientes no refino deste petróleo e isso é estranhíssimo. Por este motivo, temos de exportar óleo bruto e importar gasolina e óleo refinado em vários graus. Somos clientes escravos de refinarias internacionais e esta é a causa pela qual nossos preços nos postos são tão altos.
Isso é MUITO sério e não se vê qualquer alguém falar a respeito. É tabu falar de nossa INcapacidade de refino massivo de petróleo como causa dos preços exorbitantes que pagamos ou o que??
Quando tivermos refinarias em número suficiente para sustentar nossa demanda interna.
Lembre-se: ficamos desde 1980 sem construir uma única refinaria, e a qualidade do petróleo proveniente dos poços antigos é baixa, ou seja, requer um processo mais caro e complicado para o refino e obtenção de derivados.
Por isso, importamos derivados de outros países, muitas vezes resultado do refino de nosso próprio petróleo; com isso, qualquer variação no dólar causa impacto no caixa da Petrobrás e choradeira por parte dos suspeitos de sempre.
Construindo-se refinarias e usando o petróleo do pré-sal, que especialistas dizem der de boa qualidade, a chance de termos preços menores é maior, mas lembre-se que a Petrobrás vai ter que recuperar os investimentos, pagar acionistas, etc., ou seja, vai demorar algum tempo até ter uma baixa nos preços de combustível (se houver).
Vai na Europa! No ano passado eu fui, rodei de carro locado quase 5 mil kms, paguei gasolina a quase R$ 6’00 o litro.Dah pra tu?
Como diziam Chico e Pablo, “a História é um carro alegre, cheio de um povo contente, que atropela indiferente todo aquele que a negue”.
Pois bem, tá tudo muito bonito, tudo muito bom, mas estamos esquecendo em que mundo vivemos… Quando o tio Sam tiver certeza que não retoma mais o controle da colônia, que seus capachos e cupinchas são tão incompetentes que mesmo com todo o financiamento e PIG disponível não conseguirão tomar o poder… O que vai acontecer??? “Falhas e acidentes” aos montes nas plataformas em alto mar!!! Só para mostrar a incompetência tupiniquim!!! Só para mostrar que devemos deixar tudo nas mãos da Chevron…
É isto aí Marcos. A disso é o acidente com base de lançamento de satélites de Alcântara, no Rio Grande do Norte.
Alto e claro. Deu para ouvir bem a mensagem; simples, esclarecedora, sem sofismas. A Petrobrás passou a investir, ponto, afetou seu fluxo de caixa, ponto, e pronto. Daí em diante é ideologia e vontade de deturpar. Mas é fácil perceber: – quando dos tempos não saudosos, onde a Petrobrás, e o Brasil junto, era uma presa apetitosa, imagine agora. Quem não vai querer a gorda recompensa de um pais mais arrumado e notoriamente mais promissor. Somos uma presa de valor, é claro. De tudo far-se-á para capturá-la. Os falcões estão voejando, os cães estão latindo tentando espantar os seus defensores, os infiltrados aí estão na mídia dia e noite fazendo o seu trabalho de sapador.
Mas também existem aqueles envergonhados de terem defendido uma política imoral de entrega à qualquer preço ao império. Afinal as empresas públicas eram incompetentes, os funcionários públicos, via de regra, ladrões e incapazes de acompanhar o modelo e a cultura “outsider”. Melhorar o Estado? Defender o patrimônio público? Isso era coisas para “jurássicos”. E agora? Os ditos “jurássicos”, incompetentes etc… souberam sobreviver à crise e defender o patrimônio de nossos filhos e netos e ainda nos colocar em condições de almejar uma posição mais respeitável perante ao mundo. Nossos chanceleres não tiram mais os sapatos, nossas Forças Armadas já começam a pensar fora do âmbito da Guerra-Fria; se reequipam. Onde podem atacar? Em tudo o que vêem, sem lógica ou juízo. Basta ler a mídia doméstica e mesma alguns já “manjados”.
Vamos em frente.
Sugiro campanha para dar nome aos pocos secos… De imediato indico um poco FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Excelente idéia!
Com direito a banda !!!
Me pergunte quantas reportagens depreciativas a imprensa de oposição publicou contra a Petrobras nos últimos 12 meses e eu te direi quantas ações da empresa os editores e amiguinhos compraram dos leitores crédulos na falência da estatal… Como diria o Peter Gabriel, business as usual…
O comércio de petróleo no Brasil estabelece e funciona sob um sistema de exportação/importação bem estranho, colonial, na verdade.
Somos autosuficientes na produção de petróleo bruto, mas não somos autosuficientes no refino deste petróleo e isso é estranhíssimo. Por este motivo, temos de exportar óleo bruto e importar gasolina e óleo refinado em vários graus. Somos clientes escravos de refinarias internacionais e esta é a causa pela qual nossos preços nos postos são tão altos.
Isso é MUITO sério e não se vê qualquer alguém falar a respeito. É tabu falar de nossa INcapacidade de refino massivo de petróleo como causa dos preços exorbitantes que pagamos ou o que??
Os traíras são os tradicionais “capitalistas” brasileiros: só investem com risco zero, retorno mil e para amanhã!
Para eles não existe longo prazo, ganho de escala, pesquisa e desenvolvimento…
Adaptando a história do “ensinar a pescar, ao invés de dar o peixe” à essas caras, podemos dizer que eles não usam vara de pescar: ou eles pescam com dinamite, ou morrem de fome!
Fui contemporâneo de Wagner Freire na Petrobras e lembro de sua atuação como diretor de E&P entusiasmado com a Bacia de Santos. Hoje com o conhecimento do pre-sal a Bacia de Santos eh muito mais promissora . Muito estranhas as palavras tribuidas a Wagner Freire pelo F T. Não da para entender.
Fernando Brito não sei você viu a coluna no Guardian:
http://www.theguardian.com/commentisfree/2014/jan/13/north-sea-oil-money-uk-norwegians-fund .
Interesantissíma matéria comparando o resultado, para o povo, entre o que fez a Noruega ( fundo estatal) e a Inglaterra ( redução dos impostos dos ricos, por Tatcher )
Seria otimo se pudesses trazer isso para debate aos teus leitores.
trabalhei com sua sugestao
Por que continuamos pagando esse absurdo pela gasolina? Não consigo ver lógica nisso! No mais, quero que tudo dê para o Brasil!
SABEM PORQUE CONTINUAMOS A PAGAR PELA GASOLINA ,ESSE PREÇO ABSURDO? É PORQUE SOMOS UMAS BESTAS HUMANAS. TEMOS QUE SAIRMOS AS RUAS E FAZERMOS UM PANELAÇO, SEM CONFUSÕES; SÓ GRITANDO COM CALMA, PARA QUE TODOS ESCUTEM NOSSAS VOZES E O QUE FALAMOS. NUNCA DEIXARMOS QUE OS MULAS,LADÕES E CORRÚPTOS NOS TIRE OS MÍSEROS TOSTÕES. POIS DE NADA ADIANTA TERMOS CARROS E NÃO TERMOS DINHEIRO PARA COLOCAR O COMBUSTÍVEL. ELES TIRAM O IPI,PARA VENDER OS CARROS E NÓS TEMOS QUE PAGAR O COMBUSTÍVEL TÃO CARO , PRA SUSTENTAR LADRÕES? PENSEM E ANALISEM MUITO BEM MEUS COMENTÁRIOS. SOU CURTA E GROSSA,POIS TENHO E TIVE MUITOS PARENTES EM PREFEITURAS DE: ITURAMA- MG POR 3 ELEIÇÕES,PERDEU TODOAS SUAS FAZENDAS. PAULO DE FARIA,S.P.O LUIZ DESIDÉRIO ROCHA, POR 4 ELEIÇÕES E HJ E SECRETÁRIO DO ALUISIO NUNES,TAMBÉM NÃO FICOU RICO,SÓ AJUDOU O POVO.EM INDIAPORÃ-SP O RICARDO ROCHA,QUE AJUDA TODO O POVO DA REGIÃO E NÃO ROUBA NINGUÉM. AINDA ESTÁ NO CARGO. OBRIGADA PAULA
Eu sou brasileira, nordestina e, desde pequenina, sempre ouvi dizer que a Petrobrás tem que ser do estado, porque isso é um bom para todos os brasileiros, só que eu nunca tive qualquer benefício desse monstro despesista e mal administrado nem sequer em dividendos de ações, porque não sou burra para dar mais dinheiro ao Estado que aquele que me rouba nos altos impostos. Tudo o que tenho, educação (3o grau), trabalho (Concursada do Estado) ou bens, se deve ao meu esforço e ao aproveitamento das oportunidades que a vida me tem oferecido, nunca tive qualquer ajuda deste malfadado Estado nem naquilo a que qualquer cidadão tem constitucionalmente direito num país democrático normal (saúde, educação, segurança etc).