Paulo Henrique Amorim envia-me o post que está publicando sobre o espasmo midiático de Eduardo Paes, que substitui Rogério Chequer como “revoltado da semana” nas páginas amarelas da Veja e na Época.
Francamente, não posso imaginar que Eduardo Paes, em condições normais, imagine-se um candidato a Presidente viável.
Não foi assim que construiu sua carreira eleitoral, como líder. Foi como afilhado.
Recém-formado, aproximou-se do grupo de yuppies recrutado por Cesar Maia para administração municipal.
Aliás, como o vice de Serra, Índio da Costa.
Anos depois, tornou-se o enfant gaté de Sérgio Cabral.
Elegeu-se prefeito, em 2008, por pequena margem sobre Fernando Gabeira, por conta do apoio da esquerda (Jandira Feghalli e Alessandro Molon) e de Marcello Crivella quem juntos, somaram 34% dos votos no primeiro turno, no qual ele fez 31%.
E de Lula, que pediu votos para ele, depois que Paes lhe enviou uma carta “na qual pediu desculpas pelas críticas que fez no período em que estava na CPI dos Correios”, segundo a Folha.
Paes sabe que seu desempenho como prefeito (e sua reeleição, em 2012) devem-se aos investimentos que Lula – e depois, Dilma – dirigiram ao Rio de Janeiro.
O canteiro de obras em que está transformada a cidade não funciona por uma semana sem a liberação de recursos federais, a fundo perdido ou via BNDES. Há linhas do BRT em que o financiamento chega a 90% do valor e ocorre o mesmo em obras estaduais que impactam apenas o município, como a Linha 4 do Metrô.
Paes, como atribui às outras pessoas a mesma miudeza de seu pensamento político teme que as dificuldades econômicas possam implicar numa retenção destes créditos. E sai gritando com Joaquim Levy e contra Dilma e o PT para que o chamem para uma conversinha e se comprometam em que, na hora da farinha pouca, o pirão de Paes virá primeiro.
Paes não tem estofo para ser o candidato da direita nas eleições presidenciais. Aliás, ela já lhe manda este recado diretamente, pela dupla Diego Mainardi e Mário Sabino, os ex-Veja, em seu blog.
A direita vem de candidato paulista, desta vez e talvez com um Le Pen tropical tipo Jair Bolsonaro, para esconder seu dentes.
Paes quer mesmo é ser o vice de Lula – se a maré melhorar – e, para isso, manda tantas cartas de desculpas quantas necessário.
Mas algo me diz que, desta vez, Lula pode até fingir que lê, jamais acreditar.
11 respostas
A republica de Miami, moveu mais uma peça a meu ver se jogarmos certo vamos da cheque-mate, o chequer é fichinha, os americanos não acreditam mais no GOLPE.
Paes foi mais rápido na trairagem do que o Eduardo Campos.
Não conhecia Paes. Passei a conhecê-lo na CPI dos Correios, e penso que não há lugar melhor para conhecer um “político” que numa CPI. Lá, desancava Lula e o PT. Mas, nada como um dia após outro. Candidato a prefeito interessava ao PT tê-lo como aliado e a ele o apoio de quem tinha a chave do cofre. Aí, o sujeito, apoiado pelo Lula, sobre quem dizia um monte de m., elegeu-se prefeito e passou a ser alimentado pelos governos petistas e, então, parou de falar m. de Lula e do PT. Agora, quer voar mais alto. Muito justo, todos têm direito. Mas, existe uma palavrinha que em política parece não existir para a maioria – ética – embora fundamental para definir o caráter do político. Tenho certeza pelo comportamento de antes e depois de ser prefeito que Paes não sabe do que se trata. Não serve, pois, para ocupar cargo político.
Quer voar? Tudo bem. Mas pra voar precisa asa.
Moro no Rio.Muita gente não sabe que o dinheiro empregado nas inúmeras obras tem verba federal. É assim com Eduardo Paes. Foi assim nos programas eleitorais para governador. Pezão mostrava todas as obras, como se fossem dele. Nem o Arco Metropolitano, uma obra que saiu do papel depois de 40 anos e que Pezão inaugurou com a presença da presidenta Dilma, foi mostrado na campanha como tendo verbas do PAC.
não tem meu voto.nem que a vaca tussa
Há um trecho bem revelador no texto do Mainardi/Sabino. Num ato falho, com o intuito de revelar as motivações de Paes para falar mal e criticar o governo federal, o autor do texto acaba por desencobrir as próprias motivações para bater em Dilma: o desejo de popularidade.
“Distancia-se da presidente e critica o ministro da Fazenda porque isso aumenta a sua popularidade.”
Está mais do que na hora do PT rever suas percerias…ou será que o PT já não foi traido o suficiente, daqueles que se fizeram política e financeiramente em cima do partido e depois viraram o cocho? Por cima alguns trairas mor…JoaKing Brabosa, Luciana Genro, Marina Sila, Eloisa Helena, Luisa Erundina e…a lista se estende.
Chega o PT que mudou o Brasil é o PT Genoíno…se é que me entendem!
O ex-tucano Eduardo Paes está chutando o prato em que comeu nos últimos anos. Esse sujeito é ingrato mesmo, além de não ter perdido as suas características tucanas.
Se há algo de benefício nesse ajuste fiscal, é o fato de colocar o preto no branco. A classe média alta que deu um salto no padrão de vida e que vociferava contra pobre ganhando dinheiro nunca se deu conta que esse dinheiro vinha lá de baixo. Agora vai sentir a falta dos caraminguás que não chegarão a´te eles.
O mesmo com o senhor Pezão traira e Dudú Paes vcome pelas bordas. Tanto no estado como municipio, quando tinham dinheiro, imprimiram seus nomes nas obras. Agora que falta, não adianta tentar tirar os seus da reta.
Nunca acreditei na sinceridade desse rapaz, simplesmente pelo que o vi fazer na cpi dos correios, quando era do psdb e só faltava mandar o Lula pra “aquele lugar” ; inclusive tem o episódio das grosserias dele contra o filho do Lula que deram margem a que ele fosse pedir desculpas à Marisa Letícia , quando isso foi interessante pra ele.
Gente assim não me agrada, nem um pouco .
Espero que a Dilma o trate como um adversário, que merece o estritamente necessário e pronto.