No meio deste monte de acontecimentos políticos, a gente acaba negligenciando a economia, que parece – e só parece – ter dado uma trégua.
Mas um gentil leitor, nos comentários, lembra que falei, duas semanas atrás, que estava “se preparando uma “Samarco inflacionária” que o próximo governo terá de desmontar, se não se romper até lá”.
E é o que mostra hoje o dado do IGP-M da Fundação Getúlio Vargas, o mais importante indexador de inflação após o IPCA,
Subiu 1,52% em setembro, mais que o dobro dos 0,70% no mês anterior. O índice acumula alta de 8,29% no ano e de 10,04% em 12 meses. Em setembro de 2017, o índice havia subido 0,47% e acumulava queda de 1,45% em 12 meses.
É mais que o dobro da inflação oficial acumulada, mais ainda por que são dois índices que devem, em tese, convergir.
O IGP-M é fortemente influenciado pelo Índice de Preços ao Produtor (IPA), que mensura matérias-primas e outros insumos e foi violentamente empurrado para cima pelos combustíveis, que subiram mais de 8%.
Por mais que os preços estejam contidos pela falta de poder aquisitivo da população, há um limite para a acomodação entre uma estabilidade no varejo e uma perda de valor na produção.
Há uma armadilha montada para o povo brasileiro – que perde em qualquer situação – e para um governo legítimo que saia das urnas atropelado por uma avalanche de aumentos de preço.
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IGPM-FGV de Set/2018 e do ano de 2018,...um ótimo tema para HADDAD colocar no Programa de TV e ou em debates eleitorais ? Podemos comparar com IGP-M em tempos da DILMA ?
O problema do IGP - M foi o sr. FHC atrelar componentes ligados ao dólar. Uma dolarização branca da economia.
Ótima analise Brito.
Não se preocupem. Se estourar a inflação ainda este ano, vão colocar a culpa na Dilma, no Lula e no PT. Depois que o Haddad arrumar a casa, vão dizer que o Temer deixou tudo pronto para ele. Já vimos esta história, não?
Não existe coisa mais idiota que o Alckmin falar que o PT é culpado não apenas de tudo o que é ruim no mundo, mas também do resultado econômico que é responsabilidade total do partido dele com seu ajudante de ordens, o PMDB. Este é o resultado parcial dos governos golpistas do PSDB/PMDB e da ação golpista de seus cúmplices:
- 10 pontos a mais na dívida interna
- Destruição de toda a indústria naval
- Destruição de todas as grandes construtoras
- Destruição parcial da Petrobras
- Mais 7 milhões de desempregados
- Mais 6,5 milhões de sub-ocupados
- Mais 5 milhões de pessoas que desistiram de procurar
trabalho
- Déficit público de 450 bilhões de reais em três anos
Isso sem falar na desmoralização geral das instituições perante a população e os outros países.